Mesmo enquanto a mídia corporativa continua a retratar o ataque
rebelde em Trípoli como uma espécie de revolta popular, agora é admitido que a
inteligência britânica desempenhou um papel fundamental na direção do cerco, e
com isso continuaram a sua longa relação com os terroristas da Al-Qaeda.
“Os agentes do MI6 (serviço secreto britânico) com base
no reduto rebelde de Benghazi aperfeiçoaram os planos de batalha elaborados
pela transição pelo Conselho Nacional de Transição da Líbia (dos “rebeldes”,
quer dizer terroristas), que foram definidos há 10 semanas“, relata
o Telegraph de Londres.
“Os
constantemente atualizados conselhos táticos fornecidos por especialistas
britânicos para os líderes rebeldes focavam na necessidade de desencadear um
novo levante dentro de Tripoli, que poderia ser usado como uma justificativa
para avançar o combate na cidade.”
O ataque
orquestrado pelo MI6 em Tripoli foi precedido por um
bombardeio executado por aviões de caça da RAF (força aérea britânica) no fim
de semana, que teve como alvo as principais instalações de comunicações de
Kadafi.
Como Webster
Tarpley relatou, a OTAN em seguida enviou terroristas para liderar o massacre
ao estilo de Mumbai que causou a mais de 1.000 mortes.
Forças Especiais
britânicas estavam em solo na Líbia antes mesmo da resolução da “zona sem
vôo” da ONU ter sido anunciada no início deste ano. Agentes da SAS (Serviço
Aéreo Especial britânico) que estavam dirigindo os rebeldes aterrissaram
na Libia no final de fevereiro, juntamente com membros das forças especiais
francesas e americanas. Os ocidentais foram mais tarde pegos no flagra em um vídeo confraternizando com os rebeldes por uma equipe de filmagem da
Al-Jazeera.
Isto de modo algum
seria a primeira vez que inteligência britânica trabalhou diretamente com os
terroristas da Al-Qaeda, em
uma tentativa para derrubar o coronel Kadhafi.
Em 2002, como você
pode conferir nesta
matéria do jornal britânico
The Guardian, especialistas em inteligência francesa revelaram como o MI6 pagou 100 mil dólares para uma célula
da Al-Qaeda da Líbia, o Grupo Combatente Islâmico,
para a assassinar Kadafi.
Em torno da mesma
época, a inteligência britânica também frustrou um mandado de prisão da
Interpol para Osama Bin
Laden emitido por Kadafi, em uma tentativa de proteger o grupo
Al-Qaeda, que estava sendo pago pelo MI6 para matar o líder líbio. O Grupo
Combatente Islâmico foi liderado na época por Anas al-Liby, um dos tenentes de
confiança de Bin Laden.
O Grupo de Combate
Islâmico Líbio (LIFG) é uma das principais facções da Al-Qaeda que agora
comanda as forças rebeldes. Como relata o Asian Tribune: ”O Grupo
de Combate Islâmico Líbio (LIFG) deve emergir para se tornar o verdadeiro poder
por trás de qualquer administração pós-Kadafi na Líbia“.
Assim, tendo
treinado, financiado e equipado os terroristas da Al-Qaeda, a Grã-Bretanha e os EUA, ao mesmo
tempo em que afirmam estar lutando uma “guerra ao terror” de várias
gerações, estão agora oferecendo um lar para os mesmos militantes da Al-Qaeda
que mataram soldados dos EUA no Afeganistão e no Iraque.
Fontes:
Infowars: MI6 Directed Rebel Terrorists In Tripoli Siege
The Telegraph: Libya: secret role played by Britain creating path to the fall of Tripoli
The Guardian: Al-Jazeera footage captures ‘western troops on the ground’ in Libya
The Guardian: MI6 ‘halted bid to arrest bin Laden’
Asian Tribune: Gaddafi under siege: Two CIA-backed groups, an al-Qaeda-linked LIFG on top of power stakes