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13 de jan. de 2013

"Canta" Brasil!...




Por trás da música: Sozinho 

A canção “Sozinho”, escrita pelo compositor Peninha, nasceu com alma feminina, com o título de “Sozinha” e gravada pela primeira vez em 1995 pela cantora Sandra de Sá.
Caetano Veloso regravou a canção em 1998, adaptando o título para o gênero masculino. A versão explodiu nas rádios brasileiras, com o álbum “Prenda Minha” atingindo a marca de um milhão de cópias vendidas.
Peninha escreveu a canção inspirado na filha, Clariana Alves, que tinha 14 anos e sofria por um namorado que a deixava muito só. Um dia, sem querer, ele escutou uma conversa da filha com o namorado ao telefone e, com o violão, fez a música, baseado na solidão que ela estava sentindo.
Clariana só soube que foi a musa inspiradora da canção anos depois, quando Peninha passou a contar a história da canção em entrevistas, por causa da gravação de Caetano. Antes disso, o pai sempre dizia que a música era a ‘cara’ dela, o que a deixava brava, por achar que ele estava tentando lhe dizer que seu relacionamento era ruim. Depois, ela percebeu que ele passou na letra uma preocupação com ela.
O “namoro ioiô", entre idas e vindas, durou mais de cinco anos. Clariana conta que sempre que o casal brigava, o namorado colocava a música e lhe dizia: ‘Pense bem’. Em uma das vezes que terminaram, ele foi até a casa dela colocou o CD do Caetano no ‘repeat’. Ela ouviu a música a noite inteira e acabou voltando.
A música marcou tanto o casal, que, mesmo depois de separados, o ex-namorado ligava para Clariana toda vez que ouvia a música. “Nossos amigos chamam ele de ‘Sozinho’. Ele sempre fala que, se a gente não casar, eu vou estar velhinha e me lembrar dele toda vez que ouvir essa música. Pior é que vou. Nem que eu queira esquecer, vou conseguir.” – diz ela.
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Sozinho

Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali, sonhando acordado
Juntando
O antes, o agora e o depois..

Porque você me deixa tão solto?
Porque você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho
Huuum!…

Não sou nem quero ser
O seu dono
É que um carinho as vezes
Cai bem
Eu tenho os meus
Desejos e planos
Secretos!
Só conto prá você
Mais ninguém...

Porque você me esquece
E some?
E se eu me interessar
Por alguém?
E se ela de repente me ganha?…

Quando a gente gosta
Claro que a gente cuida
Fala que me ama só
Que é da boca prá fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Oh! Oh! Oh! Oh!
Onde está você agora…?

 
Adaptado do Passeando pelo Cotidiano


Nada do que foi será...

Impermanência... uma das leis universais do budismo, em que nada é permanente, salvo a própria impermanência das coisas... essa mensagem que inspira uma singular parceria, entre Nelson Motta e Lulu Santos, e que inspirou um de seus maiores sucessos: "Como uma onda". Logo na primeira estrofe, fica claro do que "nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia".

Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, nada do que foi será....

É bem possível perceber que a música tem duas partes: a primeira, consagra a eterna mutabilidade das coisas, pois aquilo que é hoje, não será igual amanhã, e mesmo que se tente reviver algo, esse algo não será a mesma coisa que já foi vivida. Na segunda parte, o eu-lírico a não fugir nem mentir para si mesmo, já que há tanta vida "lá fora e aqui dentro". 

Numa reportagem da Bravo sobre 100 músicas essenciais da MPB, conta-se a interessante história da parceria, da canção e do seu sucesso. 


ZEN-BOLERO POP VENCE O DESDÉM DA GRAVADORA, EXPLODE NAS RÁDIOS E ALÇA UMA "PARCERIA A DISTÂNCÍA" AO TOPO DAS PARADAS

O processo de composição da dupla Lulu Santos e Nelson Motta é marcado por uma peculiaridade: os dois nunca se encontraram para fazer canções. Nelson não gostava, preferia que o parceiro gravasse suas novidades em uma fita cassete para depois, sozinho, ir engendrando versos que se conformassem aos contornos melódicos e às dimensões harmônicas da música.

Um dia, no início dos anos 80, Lulu ligou para Nelson e anunciou que tinha uma nova música à espera de uma letra. Por coincidência, Nelsinho - como era carinhosamente chamado por Lulu e por outros artistas para os quais havia trabalhado como produtor, entre eles Elis Regina e Tim Maia - também tinha uma letra pronta que queria mostrar a Lulu. O sincronismo, entretanto, não foi a ponto de resultar numa só canção. Com a letra que Nelson viria a compor, a música de Lulu foi intitulada Como uma Onda. Já a letra de Nelson, musicada por Lulu, receberia o nome Palestina, canção lançada no primeiro disco de Lulu, Tempos Modernos, de 1982.

Aos 38 anos, Nelson Motta vivia, segundo o próprio relato, o paraíso e o inferno na terra por ser dono da histórica casa de shows Noite Cariocas, no morro da Urca, no Rio de Janeiro. Em meio aos excessos da geração yuppie, o jornalista e produtor musical buscava equilíbrio espiritual, um contraponto ao hedonismo que seduzia os freqüentadores do Posto 9, trecho mais Cult da praia de Ipanema.

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Nelson fez a letra inspirado no poema O Dia da Criação, de Vinicius de Moraes. Imerso em livros de Jorge Luis Borges e em textos sobre zen-budismo, o letrista produziu versos como "a vida vem em ondas como um mar", intimamente ligados ao subtítulo pouco lembrado da canção: Zen-surfismo.
Assim como a letra, a música também tinha características que a distanciavam do que vinham fazendo Barão Vermelho, Para lamas do Sucesso e outros protagonistas daquela geração do pop-rock nacional. Lulu, que havia despontado como grande revelação do gênero após seu primeiro LP enveredava por uma musicalidade mais influenciada pela tradição brasileira, um estilo definido por Nelson Motta como "bolero-havaiano-pop".

Para o lançamento do segundo disco, O Ritmo do Momento, de 1983, a gravadora
(WEA-Warner) queria que a música de trabalho fosse Adivinha o quê, mas Lulu insistiu em Como uma Onda como a faixa que deveria capitanear o álbum, contra a resistência geral, inclusive do produtor Liminha, que achava a canção "muito Roberto Carlos".
 
 
 
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No dia da decisão sobre qual seria a canção de trabalho, o compositor colocou sua preferida para tocar e teve como resposta o deboche de dois divulgadores, que se abraçaram e dançaram passos de bolero ao som de Como uma Onda. Mas a performance não tirou de Lulu o direito à palavra final, que passou uma semana ouvindo rádio para acompanhar a execução da canção na qual apostava. No sétimo dia de vigília, deitado na cama e girando o dial, escutou Como uma Onda tocar oito vezes em apenas três horas.
Era o ponto de partida para a carreira de uma canção que, somadas as vendagens de O Ritmo do Momento e das coletâneas posteriores, alcançaria a marca de 3 milhões de cópias.

Every breath you take. Uma canção de amor ou uma canção sinistra?

Certa vez compareci numa cerimônia de casamento em que uma das músicas da trilha sonora é a conhecida "Every breath you take", do The Police. Achei curioso como certas pessoas enxergam nessa canção como um hino de devoção e cuidado, como se o sujeito estivesse acompanhando cada passo, cada respiração, cada movimento da pessoa amada, que, ao final, "pertence" ao eu-lírico.


E o mundo não se acabou... A música de Assis Valente para o fim do mundo que não veio...

"Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar"... Assim começa um belo e divertido samba de Assis Valente, que ironiza o possível anúncio do fim do mundo. Parece que as  ideias e boatos sobre o fim do mundo são atemporais... e em 1937/38, os boatos do fim do mundo decorriam do eclipse total do sol, que logo se transformou na lenda de que um cometa iria se chocar com a terra. 
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Aí, Assis Valente conta a história da repercussão do anúncio do fim do mundo no morro.
Fala da reza de uma parte das pessoas, da batucada que não teve, e da perspectiva pessoal do eu-lírico, que, ao mesmo tempo em que se despede, não perde tempo e passa a aproveitar a farra, "beijando a boca de quem não devia, pegando a mão de quem não conhecia", e dançando um samba de maiô.
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Mais adiante, narra oum episódio de reconciliação e desentendimento com um "gajo", com quem o eu-lírico não se dava, e que, perdoada a ingratidão, gastou com ele mais de "quinhentão"... e depois o "gajo" anda a espalhar fatos "que não se passaram" . 
Rodrigo Faour, no seu livro História Sexual da MPB, sugere uma ambiguidade na canção, relativa à sexualidade igualmente ambúguia de Assis Valente, pois, na primeira estrofe, ele "beija a boca de quem não devia", para, em seguida, fazer uma alusão à ideia comum à comunidade gay, que é a figura daquele que banca, sobretudo financeiramente, seus parceiros que nem sempre assumiam esta condição.
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O fato é que a música, muito bem-humorada (com um tipo de humor que não se encontra mais), é uma crônica, ainda muito atual, de um comportamento típico do anúncio de um "fim do mundo". A música foi originalmente gravada por carmen Miranda, mas também o foi por Adriana Calcanhoto, Paula Toller, Maria Bethania...    

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada
Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei na boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiô
...e o tal do mundo não se acabou
Chamei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
gastei com ele mais de quinhentão
Agora eu soube que o gajo anda
dizendo coisa que não se passou
Ih! vai ter barulho e vai ter confusão
... porque o mundo não se acabou.



O encontro de Eric Clapton e Jimi Hendrix, em 1966

Em março desse ano, a Revista Rolling Stone colocou, entre os 5 maiores guitarristas de todos os tempos, Eric Clapton e Jimi Hendrix. O que poucos sabiam, na verdade, é que ambos eram amigos, tendo Hendrix influenciado bastante a carreira de Clapton. 
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O ano, 1966. Eric Clapton liderava uma banda (Cream). Ele era considerado o rei da guitarra na Grã-Bretanha. Só que Chas Chandler, produtor musical e baixista da banda  the Animals, trouxera para a Inglaterra um guitarrista americano, negro e canhoto, que mudaria a forma de se tocar guitarra. Jimi Hendrix. 
Em 1º de outubro de 1966, a banda Cream faria uma apresentação na Central Plytechnic School, em Londres, quando Chandler teria sugerido que ele dividisse o palco com Jimi Hendrix durante uma parte do show. Consta que Clapton teria concordado, pouco à vontade.
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Só que quando Hendrix entrou no palco, uma revolução. Ele tocou  uma jam com a banda durante "Killing Floor". Clapton ficou visivelmente perplexo com o estilo, a qualidade e a irreverência de Hendrix durante a ocasião.
Numa tradução livre do texto de seu livro (Clapton: Buchet Chastel, 2007), Clapton relata a experiência:
Ele tocou guitarra com os dentes, fazendo espacate (algo como uma escalada com as pernas) e outros passos de dança. Era estarrecedor e genial, musicalmente, um fogo de artifício de se ver. Eu tive medo, pois justo no momento que eu começava a acelerar, eis que aparecia um verdadeiro gênio"   
Eric poderia ter uma reação de rivalidade por aquele que tocabva guitarra por detrás da cabeça, por entre as pernas com um talento extraordinário, cujo carisma somente seria comparável ao seu incrível talento na guitarra.
Após o show encontraram-se num bar. Depois de beber e filosofar bastante, Jimi disse que admirava Clapton, beijou-lhe as mãos e disse: ''acabei de beijar o mais maravilhoso irmão de alma da Inglaterra''. Era o começo de uma profunda amizade entre ambos. 

Hendrix influenciou profundamente Eric, que começou a vestir-se e usar o cabelo como Jimi. Adotou um estilo de tocar mais relaxado. O Cream fez ''Sunshine of Your Love'' em homenagem a Hendrix. 


Coração de Papel

Atualmente, quem vê ou escuta Sérgio Reis identifica  e pensa imediatamente em música sertaneja. Mas não foi sempre assim. Se estivéssemos, digamos em 1967, Sérgio seria identificado com uma musicalidade urbana e com a Jovem Guarda. Inclusive, poucos sabem que ele começou cantando Rock com o nome artístico "Johnny Johnson".
O seu primeiro sucesso foi "Coração de papel", e deve-se a uma briga com sua então namorada, Ruth. Narram  então a história da canção Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, na sua conhecida obra "A canção no Tempo. Vol. 2 (Ed.34)" 
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Magoado por haver brigado com a namorada Ruth, Sérgio Reis dedilhava o violão, enquanto aguardava o almoço, preparado por dona Clara, sua mãe. Como estava demorando, resolveu escrever uma letra, mas logo desistiu da tarefa e, ao jogar fora o papel, comentou para dona Clara: “meu coração está amassado como aquela bola de papel.”
 
De repente, percebendo que a imagem poderia funcionar como motivo para uma canção, retomou o violão e compôs em poucos minutos “Coração de Papel”, terminando-a antes mesmo do almoço ficar pronto.
 
Dias depois, vindo à sua casa o produtor Tony Campello, em busca de repertório para a dupla Deny e Dino, gostou tanto da composição que acabou sugerindo uma fita demo com o próprio Sérgio, o mais indicado para cantar sua pungente melodia.
 
Aprovada por Milton Miranda, diretor da Odeon, “Coração de Papel” foi gravada por Sérgio num compacto duplo, acompanhado pela orquestra de Peruzzi, com o reforço vocal dos Fevers, Golden Boys e Trio Esperança. Apesar de bem executada nas rádios, a composição recebeu um impulso definitivo do Chacrinha, que durante oito semanas ofereceu um prêmio de mil cruzeiros novos ao calouro que melhor a interpretasse.

Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, Coração de Papel
 
 
Pelo jeito a música comoveu a namorada, pois, em 1970, Sérgio casou-se com a musa inspiradora da composição “Coração de Papel”, Ruth. E mesmo ele passando a se dedicar á música sertaneja na década de 70, esse sucesso o acompanhou... mas escutem a canção, para ver como é bem Jovem Guarda...

Perdão, emília

Uma das mais antigas modinhas de que se tem notícia é a triste e melodramátrica "Perdão, Emília", cuja primeira gravação de que se tem notícia remonta ao ano de 1902. Em 1900 Melo Morais Filho, citado por Tinhorão, já se referia à música "Perdão, Emília", como uma canção popular e anônima.
Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, Perdão, emília
O cenário em que a canção se desenvolve é um cemitério. No meio da noite, entra um vulto, vestido de preto, que se curva diante do sepulcro e pede perdão a Emília, por ter manchado-lhe os lábios e a honra. 
Eis que então a voz de Emília passa a responder do sepulcro, lamentando ter se deixado apaixonar pelo “monstro tirano”, afirmando que o pecado da sedução e do subsequente abandono não terá perdão.
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E o vulto, ditado, aos pés do sepulcro, insiste no pedido de perdão.  
A modinha, cheia dos moralismos e dos melodramas, cuida de uma realidade típica que  durantes séculos permaneceu na cultura popular eropeia e brasileira: a da virgem pura que cede aos encantos daquele que jura eterno amor. a pós consumado o ato e cedida a tentação, o varão despreza a quem tanto desejara, como se a cessão "desvalorizasse" a mulher, que, desgostosa, vem a morrer. 
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São as inevitáveis conexões entre sexo e culpa, presentes de maneira absolutamente dramática na cultura popular. E mostra um fato: a música é o reflexo da cultura de um país e de uma geração. E não foi á toa que a mesma modinha foi fravada e regravada  (e até mesmo parodiada) diversas vezes ao longo do Século XX. 
Há referências de que seus autores verdadeiros sejam o português José Henrique da Silva e Juca Pedaço, no ano de 1889. Eis a letra: 

 Já tudo dorme, vem a noite em meio, a turva lua se surgindo além: / Tudo é silêncio; só se vê nas campas, piar o mocho no cruel desdém. / Depois, um vulto de roupagem preta, no cemitério com vagar entrou. / Junto ao sepulcro, se curvando a medo, com triste frase nesta voz falou:

"Perdão, Emília, se roubei-te a vida, se fui impuro, fui cruel, ousado... / Perdão, Emília, se manchei teus lábios. / Perdão, Emília, para um desgraçado."
"Monstro tirano, por que vens agora, lembrar-me as mágoas que por ti passei? / Lá nesse mundo em que vivi chorando, desde o instante em que te vi e amei.Chegou a hora de tomar vingança, mas tu, ingrato, não terás perdão...
Deus não perdoa as tuas culpas todas, / Castigo justo tu terás, então. / Perdi as flores da capela virgem, / Cedi ao crime, que perdão não tinha, mas, tu, manchaste a minha vida honesta, / Depois, zombaste da fraqueza minha...

Ai, quantas vezes, aos meus pés, curvado, davas-me prova de teu puro amor. / Quando eu julgava que fosses um anjo, não via fundo nesse olhar traidor. / Mas vês agora, que o corpo em terra tombou, de chofre, sobre a lousa fria."

E quando a hora despontou, na lousa um corpo inerte a dormitar se via: / "Perdão, Emília, se manchei-te a vida, se fui impuro, fui cruel, ousado... / Perdão, Emília, se manchei teus lábios. / Perdão, Emília, para um desgraçado."....

Fontes: http://cifrantiga3.blogspot.com.br/2006/03/perdo-emlia.html
http://www.unirio.br/mpb/ulhoatextos/Perdao_Emilia_Transmissao_oral_e_aural_na_cancao_popular_Palavra%20cantada_2008.pdf

Ins't she lovely - de Stevie Wonder para sua filha Aisha

Já escrevi aqui em algumas ocasiões o quanto são alegres as músicas que tratam do amor de pais para filhos. É um tipo de amor único, diferente de todos. Ser pai é diferente de ser mãe, já que ao nascer do filho a mãe já é, enquanto o pai torna-se pai a partir da gravidez, mas é com o nascimento que ele começa a tornar-se pai. 
Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, Ins't she lovely - de Stevie Wonder para sua filha Aisha
E as canções dos pais para filhos ou filhas, sobretudo quando eles são pequeninos, refletem uma alegria, uma esperança, para que não dizer, um orgulho de saber que o mundo fica melhor apenas pela existência destes seres pequeninos...
Blog de musicaemprosa : Música em Prosa, Ins't she lovely - de Stevie Wonder para sua filha Aisha E vaqui vou trazer, nesse dia, mais uma canção de amor de um pai para sua filha. Trata-se da música "Isn´t She lovely", composição de Stevie Woder para celebrar o nascimento de sua fila Aisha. toda a música é uma celebração, à beleza, à vida, ao fruto de uma relação de amor. 

Stevie Wonder e sua filha Aisha
Nada mais precisa ser dito nessas horas, é uma forma de abençoar à filha e agradecer pela sua chegada ao mundo, ao tempo que significa também um agradecimento à mãe. E o fato de Stevie Wonder não poder enxergar é irrelevante para que ele perceba, na suavidade da pele, no cheiro inconfundível de bebê, no choro, o quanto ela é linda e adorável. 
Mais uma homenagem de pai pára filha 

Isn't she lovely?
Isn't she wonderfull?
Isn't she precious?
Less than one minute old
I never thought through love we'd be
Making one as lovely as she
But isn't she lovely made from love
Isn't she pretty?
Truly the angel's best
Boy, I'm so happy
We have been heaven blessed
I can't believe what God has done
through us he's given life to one
But isn't she lovely made from love
Isn't she lovely?
Life and love are the same
Life is Aisha
The meaning of her name
Londie, it could have not been done
Without you who conceived the one
That's so very lovely made from love.