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17 de ago. de 2012

Ecad, postei um vídeo do Youtube com música! Agora, me processe!



Típica representação de um capitalista predatório
Sabe aquela visão que temos de um capitalista gordo, cheio de dinheiro, querendo mais, e mais, e mais, mesmo que para isso ele precise passar por cima de todo mundo? Pois é. O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) personifica isso como ninguém. O Ecad é o órgão brasileiro responsável pela a arrecadação e distribuição dos direitos autorais das músicas aos seus autores.
Quer ver exemplos de sua cobiça infinita? De sua ensandecida sede por dinheiro? Vejamos...
A música Parabéns a você é a canção executada ao vivo que mais arrecada direitos autorais. Entoar o cântico num bar ou festa pública pode sair mais caro do que se imagina. Estima-se que o valor ultrapasse R$ 800 mil por ano. A música é a versão brasileira da canção americana.
Em um casamento no Rio de Janeiro, além do vestido, bufê e todas as altas despesas geradas por uma festa deste porte, os noivos desembolsaram mais R$ 1.875, destinados ao ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, o Ecad. Sim, meu caro leitor. O Ecad quer cobrar até pelas músicas que você tocar em seu casamento. Felizmente, a Justiça freou essa besta do capitalismo e, desta vez, fez que o escritório devolvesse o dinheiro aos noivos e ainda pagasse uma multa de R$5.000.
Agora, o Ecad afirma ter embasamento legal para cobrar taxas de blogs que utilizam vídeos do Youtube. Sim, meus caros. Colocar um vídeo do Youtube (que já recompensa os artistas com os devidos direitos autorais e publicidade) no meu blog pode gerar uma cobrança que, segundo os estúpidos do Ecad, é legal.
Aos devotados e incansáveis trabalhadores do Ecad, eis eu aqui para lhes proporcionar mais trabalho. Segue uma música que eu quero compartilhar neste blog. Por favor, me processem.
Entenda mais do caso no vídeo abaixo.

Atualização: Parece que a posição oficial do Google sobre a questão deixou o Ecad numa situação constrangedora. O Ecad admite que não tem estratégia de cobrança de direitos autorais em vídeos publicados via YouTube — e esperamos que nunca tenha — e que um “erro de interpretação operacional” causou o que eles chamam de “fato isolado”.  Desde 29 de fevereiro o Ecad está reavaliando novas formas de cobrar o “webcasting” — nome criado pela associação para transmissão de conteúdo pela internet. 

(Fonte: Gizmodo)