Titãs - Miséria
Titãs na época do álbum "Cabeça Dinossauro" |
A
partir de agora vou procurar colocar uma música todo dia no blog. A
canção de hoje é uma aula de como incorporar conteúdo à uma letra, ela
faz parte do álbum Õ BLÉSQ BLOM lançado em 1989. A minha mente viaja quando escuto essa música, afinal ela é um retrato da sociedade. Então ta aí a letra e o vídeo:
Miséria - Titãs
"Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Índio, mulato, preto, branco
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Filhos, amigos, amantes, parentes
Riquezas são diferentes
Ninguém sabe falar esperanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Todos sabem usar os dentes
Riquezas são diferentes
Índio, mulato, preto, branco
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Filhos, amigos, amantes, parentes
Riquezas são diferentes
Ninguém sabe falar esperanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Todos sabem usar os dentes
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Fracos, doentes, aflitos, carentes
Riquezas são diferentes
O Sol não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Cores, raças, castas, crenças
Riquezas são diferenças
A morte não causa mais espanto
O Sol não causa mais espanto
A morte não causa mais espanto
O Sol não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Cores, raças, castas, crenças
O Sol não causa mais espanto
A morte não causa mais espanto
O Sol não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Cores, raças, castas, crenças
Riquezas são diferenças
Índio, mulato, preto, branco
Filhos, amigos, amantes, parentes
Fracos, doentes, aflitos, carentes
Cores, raças, castas, crenças
Em qualquer canto miséria
Riquezas são miséria
Em qualquer canto miséria"
Filhos, amigos, amantes, parentes
Fracos, doentes, aflitos, carentes
Cores, raças, castas, crenças
Em qualquer canto miséria
Riquezas são miséria
Em qualquer canto miséria"
Dream On - Aerosmith
A música de hoje é de uma banda que em gosto bastante. Essa canção tem uma letra espetacular, mas como é em inglês vou colocar a tradução do site de letras do terra. A tradução está bem feita, por isso peguei de lá, caso contrário eu faria uma. Espero que vocês gostem.
Dream On
Every time that I look in the mirror
All these lines in my face gettin' clearer
The past is gone
It went by like dusk to dawn
Isn't that the way?
Everybody's got their dues in life to pay
I know, nobody knows
Where it comes and where it goes
I know it's everybody's sin
You got to lose to know how to win
Half my life's in books' written pages
Lived and learned from fools and from sages
You know it's true
All the things
Come back to you
Sing with me
Sing for the year
Sing for the laughter n' sing for the tear
Sing with me
If it's just for today
Maybe tomorrow the good lord will take you away
Dream on
Dream until your dream comes true
Dream on
And dream until your dream comes true
Dream on
Sing with me
Sing for the year
Sing for the laughter n' sing for the tear
Sing with me
If it's just for today
Maybe tomorrow the good lord will take you away
Sonhe
Toda vez que me olho espelho
Todas estas rugas no meu rosto aparecendo.
O passado se foi,
Passou como o crepúsculo à aurora.
Não é assim?
Todo mundo tem que pagar suas dívidas na vida.
Eu sei que ninguém sabe
De onde vem e para onde vai.
Eu sei que é o pecado de todo mundo
É preciso perder para saber vencer.
Metade da minha vida está escrita em páginas de livros.
Vivi e aprendi dos tolos e dos sábios.
Você sabe que é verdade,
Todas as coisas que você faz
Voltam para você.
Cante comigo
Cante pelos anos
Cante pelo riso e cante pelas lágrimas,
Cante comigo
Se for apenas por hoje,
Talvez amanhã o bom senhor a levará.
Sonhe
Sonhe até que seu sonho se realize.
Sonhe
E sonhe até que seu sonho se realize.
Sonhe
Cante comigo
Cante pelos anos
Cante pelo riso e cante pelas lágrimas,
Cante comigo
Se for apenas por hoje
Talvez amanhã o bom senhor a levará.
"Qualquer maneira de amor vale a pena..."
As parcerias de Caetano com Milton Nascimento são raras. Mas belas.
Pessoas de estilos pessoais e musicais bem distintos, são amigos
(como costumam ser amistosas as relações entre mineiros e baianos)
e se admiram mutuamente.
"Qualquer maneira de amor vale a pena", frase de Caetano
para a melodia de Milton, ficou eternizada na canção "Paula e
Bebeto".
Fui atrás da história da canção... E fui ver que a história vem de
um casal que era amigo de Milton Nascimento e que se
separou.
"Milton conheceu Paula e Bebeto em Três Pontas no início da
década de 70. Ela era uma linda garota de 15 anos e Bebeto tinha
pouco mais de 17. Em uma roda de violão na praça, o casal se
aproximou e amanheceu ouvindo o
compositor. “Virei uma
espécie de padrinho deles. Foi a história romântica mais linda,
mais completa que já vi”, afirma Milton. Anos antes, ao
lado de Bebeto, Milton criou a melodia e chegou a
esquecê-la".
Certo dia, ao chegar no Rio, nos idos de 1975, Milton foi à casa de
Caetano Veloso, num dia em que estava particularmente triste, haja
vista a separação do casal de amigos Paula e
Bebeto.
“Ele me contava a história
de Paula e Bebeto e chorava muito”, asseverou Caetano.
Milton, então, começou a tocar uma melodia. Alguns dias depois,
agora em sua casa, Bituca (apelido de Milton Nascimento),
recebendo Caetano, começou a dedilhar novamente aquela música.
“Eu e ele nos trancamos em
outra sala e sentamos no chão. Milton tocou três vezes a música. As
palavras entraram na minha cabeça e fechei a letra na
hora”, revela Caetano.
A canção revela a história de um casal que se amava de qualquer
maneira, pois “qualquer
maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale
amar”.
Fico imaginando qual seria a "qualquer maneira" de amor que aquele
casal vivenciara, e como Caetano colocou a letra sem sequer
conhecê-los. Talvez eles guardem consigo tudo aquilo que fazia
daquela história de amor um amor fantástico, que "vale a
pena".
Vida, amor, brincadeira, e o amor que se revela "de qualquer
maneira". Pena por ter acabado, mas afinal, foi bonito, e "qual
a palavra que nunca foi dita?".
Percebe-se que a música foi - e quando não é? - uma maneira de
eternizar um amor adolescente que cresceu, mas não resistiu ao
tempo. O casal jamais reatou o romance. A música virou
um clássico na voz de Gal Costa, e, como no título da
postagem, pelo refrão “qualquer maneira de amor
vale a pena...”.
“Esse refrão diz a coisa mais
perfeita para mim”, diz Milton.
Hoje, Bebeto é casado, tem quatro filhos, e vendeu a fazenda
de seu pai, no interior mineiro, que administrou por duas décadas.
Paula também se casou, teve três filhos e vive em Belo Horizonte,
onde produz artigos de couro. Milton batizou um filho de cada
um.
A letra:
Vida vida que amor brincadeira, veraEles amaram de qualquer maneira, vera
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor vale amar
Pena que pena que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor vale amar
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor valerá
Eles partiram por outros assuntos, muitos
Mas no meu canto sempre juntos, muito
Qualquer maneira que eu cante esse canto
Qualquer maneira me vale cantar
Eles se amam de qualquer maneira, vera
Eles se amam e pra vida inteira, vera
Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá
Fontes:http://www.terra.com.br/istoegente/322/reportagens/capa_amigos_02.htm
Pai e Mãe... Uma homenagem afetuosa de Gil a seus pais...
Gilberto Gil sempre brincou com os
estigmas e estereótipos da masculinidade. Nessas incursões, ele
questiona padrões, preconceitos, e revela que é possível ser macho
sem prescindir eventualmente de momentos de delicadeza,
sensibilidade, tão associados ao feminino.
Nessa linha ele fez a canção "Pai e Mãe",
do seu disco "Refazenda", em que revela ter passado muito tempo
aprendendo a beijar outros homens, como beija seu próprio pai. O
beijo, como uma manifestação de afeto, é costumeiramente vista com
desconfiança entre dois homens, como se fosse um questionamento
sobre sua própria virilidade e masculinidade.
E por isso, ele pede à mãe que diga ao pai
que não se aborreça com ele quando o vir beijar outro homem, pois o
beijo ao amigo é uma extensão do afeto que ele sente pelo próprio
pai, como o amigo sendo uma extensão da força, do carinho, do da
força e da compreensão que só o pai pode ter.
E, na mesma linha, ele identifica o amor
pela mulher ao amor que sente por sua própria mãe, mas de uma
maneira suave, tranqüila, Freud sentiria inveja de descrever a
relação entre o amor por uma mulher vê o amor por sua mãe de
maneira tão sutil. E ao mesmo tempo em que revela esse profundo
afeto, e essa eterna referência ao pai e à mãe, questiona à mãe:
"Como vão seus temores?". Certamente se referem à própria
sexualidade do filho, que, afinal, beija outros homens, e por isso
ele revela justamente que beija os outros homens como beija o
próprio pai.
Gil revela ter feito a música no dia 26 de
junho de 1975, no dia exato em que completara 33 anos. Conta,
também, que os pais ficaram muito contentes com a homenagem. Mais
uma bela música de um disco quase perfeito.
De Mais Ninguém
A música "De Mais
ninguém" poderia passar despercebida no disco "Verde anil amarelo
cor-de-rosa e carvão", de 1994, talvez o disco que marque a
maturidade de Marisa como cantora. Na verdade, a música é um
belíssimo choro, gravado por Marisa Monte e o grupo Época de Ouro
(que, na época contava, entre outros, com Dino 7 cordas, mestre de
Raphael Rabello).
A composição é de
Marisa Monte em parceria com Arnaldo Antunes, e a música parece
mesmo uma daquelas músicas antigas, com uma bela letra
melancólica....
De mais ninguém se
refere à substituição da pessoa amada pelo sentimento da dor, a
quase prazerosa dor... se ela (a pessoa amada) foi embora, porque
quis ficar sozinha ou já tem um "outro bem", a dor não pode ir
embora. A dor pertence ao "eu-lírico", como algo inalienável,
insubstituível, que reconforta e preenche o vazio da ausência. Por
isso, quase como um ato orgulhoso, o "eu-lírico" devolve a dó que
eventualmente se sinta dele, pois ele exibe sua dor, marcas e
cicatrizes com certo orgulho.
A dor então entra em
substituição ao ser amado, e dessa vez como algo que não pode ser
tirado ou perdido, como a pessoa amada se foi. E na casa, no peito
e nos braços vazios, a dor acaba de se aninhar e
ficar.
Se ela me deixou, a dor
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó,
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar
sozinha,É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó,
Eu tenho a minha dor
Ou já tem um outro bem.
Se ela me deixou a dor é minha,
A dor é de quem tem.
É meu troféu, é o que restou,
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor.
A sala, o quarto, a casa está vazia,
A cozinha, o corredor
Se nos meus braços ela não se aninha,
A dor é minha.
É o meu lençol, é o cobertor,
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor
Eu tenho a minha dor (...)