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5 de abr. de 2012

Um pouco de tudo!... De tudo um pouco!


 12 músicas de sucesso à base de sons esquisitos que grudaram na nossa cabeça


O sertanejo universitário, como diria Raul Gil, conquistou o Brasil. Quer você queira, quer não, essa birosca faz o maior sucesso, seja com o Michel “Ai se eu te pego” Teló ou com o formidável Gusttavo Lima. Por que dos dois ‘t’? Bem, eu não sei se é numerologia, criatividade de mãe ou do empresário, mas o seu grande sucesso diz muito sobre ele: “Tchê Tchê Rere” (vulgo “Balada boa”) é um clássico exemplo de melodia popular baseada em sons genéricos e onomatopaicos, que não necessariamente fazem sentido. Quer lembrar mais 12 sucessos que seguem a mesma linha? Não? Problema seu, porque o Puxa Cachorra! os listou mesmo assim.


12 – Anarriê – Leandro e Leonardo

Mote: Festa Junina
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: Anarriê
Estrofe onde se encontra: Anarriê, Anarriê, Tem rojão pra todo lado e eu no escurinho com você, Anarriê, Anarriê, Morena tome cuidado que seu pai não pode ver

Porque está na lista? Começando com um precursor do “Tchê Tchê Rere”. Essa melodia do Leonardo fala das mesmas coisas que todo o sertanejo universitário: balada, cerveja, mulher e pegação. Só que nessa época, as músicas para animar eram calcadas no country. 

Tem algum sentido? Country americano faz todo sentido com o mote de música de festa junina, claro. E o Anarriê, enfim, pra nada serve na música além de grudar na nossa cabeça...



11 – Conquista - Claudinho e Buchecha

Mote: Xaveco furado
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: tchurururu
Estrofe onde se encontra: Sabe, o Thurururu, Estou louco prá te ver, Oh yes! Cabe, Thurururu, Entre nós dois, um querer.

Porque está na lista? Continuando com a sequência de duplas póstumas (humor afrodescendente detected), lembro-os desse que foi o primeiro sucesso desses caras. Não sei se o que é pior: a música ou saber que esse foi apenas o primeiro... de qualquer forma, é a clássica música do tchurururu (como se fosse a única com esse recurso) e do passinho do Dino. Não conhece o passinho do Dino? É porque você tem menos de 25 anos, provavelmente.

Tem algum sentido? Música com tchururu é ruim. Música com “passinho” consegue ser pior ainda... as duas coisas juntas num funk é motivo de prisão perpétua.


PS: E pra quem não conhece, o episódio completo da Dança do Acasalamento:

 10 - Ai, Ai, Ai - Vanessa da Mata

Mote: Hipoteticamente, seria o amor... efetivamente parece o mundo hippie da dor
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: A principal é “ai”
Estrofe onde se encontra: Ai, ai, ai, ai, ai, ai, Ai, ai, ai, ai, ai, ai, Aaaaaaai!

Porque está na lista? Pra não dizerem que somos elitistas, tai um grande hit nas rodinhas de universitários descolados. Vanessa da Mata por algum motivo faz um tremendo sucesso junto a esse público, talvez pelo ar hippie. De fato, “Ai, Ai, Ai” foi um sucesso estrondoso, mesmo sendo toda calcada nesse maldito gemido. A letra em si não diz nada melhor que as dos sertanejos, mas a ode à vida simples, cachoeira e mato conquistou a galerinha que costuma frequentar São Tomé das Letras. Só que a moça nem é original! Ela segue a fórmula de vários sucessos que existem por aí, desde “Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora”, até o tenebroso funk “ai, ai, ai, ui, ui”. Ai é um dos sons mais repetidos da historia da música.

Tem algum sentido? O pior é que ela chega a exagerar, com outras onomatopeias sem sentido como “Tchunanananã! Ná Nã Nã!” Não tem nada a ver com o mundo do amor hippie que ela apresenta, só se ele estiver cheio de dor. Ainda assim, pelo menos, ela não usa o clássico “oooooo”, como em “Bom-Bocado”, do Art Popular.



 9 - Bom-Bocado - Art Popular

Mote: Trocadilhos infames
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: “ai ai ai ai” e “oooo”
Estrofe onde se encontra: Ai ai ai ai, ai ai ai ai, oooo, Ai ai ai ai, ai ai ai ai, ai, ai, ai ai

Porque está na lista? É claro que essa beleza tinha que estar aqui. Ela povoa meus pesadelos desde que foi lançada, em meados dos anos noventa. É o tipo de coisa que gruda de um jeito tão violento na sua cabeça que não tem quase jeito de tirar. E eles usam o combo “Ai ai ai ai” e “ooooo”, uma das mais clássicas e eficientes encheções de linguiça da música.

Tem algum sentido? O resto da letra não ajuda, com uma sequência vergonhosa de gracinhas que beiram o ridículo, como “Boto a mão no bolo pra comemorar/Pra te comemorar, pra te comemorar”. O Art Popular fez ainda outros vários sucessos tão tenebrosos quanto esse, mas felizmente acabou... acho...



 8 - Depois da queda o coice - Os Paralamas do Sucesso

Mote: Filtro solar
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: “hey! na na na”
Estrofe onde se encontra: “hey! na na na, hey! na na na, hey! na na na” (repita 42 vezes)

Porque está na lista? Nós do Puxa somos como a Luciana Gimenez: adoramos polêmicas. E nada melhor que desconstruir baluartes da música, como os roqueiros do Paralamas. O “Na na na” é outro clássico da encheção de lingüiça, desde os Beatles – nem vem reclamar: metade de “Hey Jude” é na na na! – mas o problema é o resto da letra, que parece querer dizer algo, mas gira em círculos.

Tem algum sentido? Não sei o que o Herbert Vianna tinha usado quando compôs “Depois da queda o coice”, mas mesmo a referência a Gil e Brown não se mostram profícuas em tentar entender o que raios essa música quer realmente dizer, se é que quer dizer algo. É o típico pedantismo de poesia abstrata e supostamente complexa produzida por gente como Pedro Bial. Se você tira a frescura da música, sobra uma letra de autoajuda, sobre se reerguer depois de tempos difíceis. No fim, de nada adianta, pois a maioria do pessoal só lembra do “hey, na, na , na”. Tanto que é exatamente esse o nome do disco que contém essa melodia. Se for pra me animar a recuperar-me de uma queda, prefiro ouvir “Beber, cair e levantar”... pelo menos não é pedante.



7 – Dança do Créu – MC Créu

Mote: Coito
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: Créu
Estrofe onde se encontra: todos

Porque está na lista? Onomatopeias para sexo existem de monte, e esse é um dos mais clássicos, até a Alcione usou essa. Mas o MC Créu elevou essa gíria a enésima potência, definindo-a como centro de sua “canção” e ainda atribuindo-a “velocidades”, que definem a dificuldade do ato. E, como boa parte das músicas dessa lista, essa bagaça toda é constituída por apenas mais uma meia dúzia de palavras além de Créu.

Tem algum sentido? Se você tem mais de 10 anos e sabe do que creu é sinônimo, você entenderá essa “composição” facilmente. E conseguirá compor algo melhor...


6 - Era Um Garoto – Os Incríveis

Mote: Guerra do Vietnã
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: ratatatatatatatatatatatatatatata (até onde a metralhadora, ou o seu saco, aguentar)
Estrofe onde se encontra: Posso considerar isso uma estrofe?

Porque está na lista? Versão em português de “C'era un ragazzo che come me amava i Beatles e i Rolling Stones" de Gianni Morandi (valeu Wikipedia) , a versão em português é bem mais antiga do que alguns imaginam, com Os Incríveis (não, não os da Pixar), nos idos da Jovem Guarda. Depois fez sucesso quando foi regravada pela pior banda do universo, os Engenheiros do Hawaii, que nada mais fez que um cover igualzinho ao d’Os Incríveis, mas mais sem sal. O fato é que a música tem uma letra de protesto, que o povo sabe de cor, mas em geral a graça tá na ininterrupta saraivada de tiros que polui uns 60% da música. 

Tem algum sentido? Se você sabe a relação entre ser um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones com a Guerra do Vietnã, sim. Senão, vai estudar história e para de ler isso fica só a irritante saraivada de balas. Ela pode ser estendida infinitamente, até você querer dar um tiro na própria cabeça. Só não é mais irritante música que simula tiros porque existe o quinto lugar dessa lista.



5 - Rap das Armas - Cidinho e Doca

Mote: CV
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: Parapapapapapapapapa
Estrofe onde se encontra: Parapapapapapapapapa, Paparapaparapapara clack bum, Parapapapapapapapapa

Porque está na lista? Esse funk explodiu por causa de sua utilização no filme Tropa de Elite, e caiu no gosto popular. Mas, na verdade, ele é bem velhinho, é de 1995 e não é dos referidos MCs, mas sim de MC Junior e Leonardo (valeu de novo Wikipedia). De qualquer forma, é tão, mas tão pegajosa a sequência do Parapapapapapapapapa que essa música virou hit em vários países e ganhou versões em grego, alemão e é hit até em Israel! Todo isso por causa da bendita onomatopeia dos tiros. 

Tem algum sentido? O que nos lembra que a tal música é uma ode ao crime organizado... e mesmo assim faz um sucesso danado, por que ninguém se importa com a letra, só com o Parapapapapapapapapa. Pra quem acha que Michel Teló é um fenômeno, perto do “Rap das Armas” ele ainda é só uma modinha.



4 - Cara Caramba, Sou Camaleão - Chiclete Com Banana

Mote: Verão em Salvador
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: Cara caramba cara caraô!
Estrofe onde se encontra: Cara caramba cara caraô! Cara caramba cara caraô!

Porque está na lista? Um verdadeiro clássico da música baiana. É um dos axés mais antigos que se tem notícia, servindo de referência pra quase todos os seguintes. Sem “Cara Caramba” não existiriam É o Tchan, Jamil e uma Noites, Cláudia Leite, Ivete Sangallo. Só pelos filhotes, já se configura como um desserviço à música brasileira.

Tem algum sentido? Essa música fala do mesmo que a próxima: do verão e de Salvador. Na verdade toda a carreira do Chiclete com Banana é isso, fazer um carnaval que fala de verão e Salvador. Mas é impressionante como essa porcaria gruda na cabeça, como ela proliferou e sustentou a carreira desses caras por tanto tempo. Mas fala a verdade: no fundo, você também tem um pouco de chicleteiro dentro de si. Por isso divirta-se com 10 minutos de Chiclete!



3 – Prefixo de Verão - Banda Mel

Mote: Verão em Salvador
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: “aê”, “ei”, e “ô”
Estrofe onde se encontra: Ae, ae, ae, ae, Ei, ei, ei, ei, Oô, oô, oô, oô, oô, oô, o

Porque está na lista? Uma vez meu pai, que é um senhor, digamos, sagaz, afirmou que essa música é o maior exemplo do porque o axé é ruim. Em respeito a ele essa pérola não podia faltar.

Tem algum sentido? Diga-me, meu caríssimo leitor: se você só tivesse lido o nome da música, você não faria ideia de que música é essa, certo? Eu mesmo demorei quase uma hora pra achar o nome dessa porcaria, porque não lembrava nada dela além do famigerado refrão. Até que resolvi colocar ao lado dos “Aês” e “Os” a expressão “Salve Salvador”, e acabei achando. E acho que isso resume quase todo o axé: um amontoado de vogais sem sentido algum, pronunciadas ininterruptamente pra louvar Salvador. Se eu quisesse louvar Salvador eu ia pra igreja...



2 – Ilariê – Xuxa

Mote: Dance com a Rainha dos Baixinhos!
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: Ilariê
Estrofe onde se encontra: Ilari-ilariê! ô ô ô! Ilari-ilariê! ô ô ô! Ilari-ilari-ilariê! ô ô ô! É a turma da Xuxa que vai dando seu amor!

Porque está na lista? Essa composição magistral de Cid Guerreiro é o carro chefe da “carreira musical” (Beethoven puxará meu pé à noite por isso) da senhora Meneghel. Ainda hoje, mesmo a Xuxa sendo uma anciã e tendo cometido diversos outros crimes na sua carreira, essa é a sua “música” mais lembrada, principalmente em (1) aniversários, (2) festas estilo flashback, (3) formaturas. Isso já demonstra a praga que é “Ilariê”. Pra que armas de destruição em massa quando temos além do Gusttavo Lima e do Miguel Teló a Xuxa?

Tem algum sentido? Ela, como todo axé, tem uma sequência de sons sem sentido, usada apenas pra que a rima com a palavra “amor” exista. Segue o mesmo princípio de rimas com “Salvador”, ou seja, é de uma pobreza inominável.


1 – Shimbalaiê – Maria Gadú

Mote: O espírito pós-moderno-hippie-chic da natureza
Palavra, som, onomatopeia ou neologismo: Shimbalaiê
Estrofe onde se encontra: Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar, Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar (2x)

Porque está na lista? Essa criatura que atende pelo nome de Maria Gadú caiu nas graças de mídia, público, MPB, noveleiros e alunos da FFLCH. Seu primeiro sucesso, “Shimbalaiê”, é insosso. Mas, fazer o quê, tem tudo que um bom culturete gosta...

Tem algum sentido? Diga-me: o que é o tal Shimbalaiê? Segundo a santa Wikipédia, Ximbhalaijè poderia ser traduzida assim: Ximbha (natureza, meio ambiente) - Laijè (alma, deus, espírito). Seria, assim, o espírito da natureza, nada mais hippie, portanto. Mas duvido que, em sã consciência, as pessoas que alçaram essa criatura ao estrelato achem que isso tem algum sentido. Na verdade, pra mim, Shimbalaiê era apenas outra sequência de sons sem sentido, imitando um chocalho ou algo do gênero. Descobrir que isso tem algum sentido é o que não faz sentido. E pior que uma sequência de sons aleatória pra encher linguiça, pra gerar duplo sentido ou usada como onomatopeia, é uma sequência de sons que realmente quer dizer algo, mas soa só como uma sequência aleatória de sons. Simplesmente fail.

 5 razões que fazem a política não funcionar no Brasil


Eu poderia falar sobre 1001 motivos aqui, mas vamos ficar com 5 porque no edital de licitação para novos autores do Puxa! não serei pago pelo tamanho do texto. Todos sabemos que só a enfermeira que matou o cachorro na porrada é mais odiada em nosso país do que os políticos. E quais seriam os motivos que nos fizeram chegar a esse ponto? Leia a lista que o Puxa! preparou, e se quiser a solução para todos esses problemas, vote em mim na próxima eleição!



5 Fanáticos ideológicos

No princípio, havia a harmonia e a paz. Então Deus deve ter ficado com muito tédio e criou a família Restart, torcidas organizadas e outros grupos extremistas-radicais. Só que o diabo deve ter ficado com inveja do caos que se instalou no mundo e pensou numa espécie ainda mais chata. E assim surgiram os fanáticos ideológicos. Eu entendo quando dizem que não se discute política. Pois não há discussão, no máximo monólogos enfurecidos. Não importa o que você pensa, terá que ser enquadrado em um dos dois grupos: elite branca x comunistas/socialistas/nintendistas. Ofereço um pirulito pra quem debater argumentos contrários à qualquer “comando de greve” ou coisa parecida, por mais de cinco minutos. E não, o seu “curtir do Face” não faz a menor diferença para quem decide a invasão/desocupação do Pinheirinho.


E qual seria a solução? Difícil, muito difícil. Pessoas fanáticas devem ter algum código que simplesmente desliga sua audição quando ouve outros tipos de pensamentos. Talvez uma lavagem cerebral, mas não sei se a medicina já evoluiu tanto. Proponho que todos os fanáticos “direitistas” sejam extraditados para o Pólo Norte e os “esquerdistas” para o Pólo Sul, e que o resto da humanidade corte todo tipo de comunicação e transporte com essas regiões.

4 Horário Político

Você está lá tranquilamente no sofá da sala, vendo as notícias do dia e aguardando a aparição da Teresa Cristina quando um aviso assustador aparece: “Interrompemos nossa programação...”. Então ocorre a maior salada de frutas da televisão, começando por produções das maiores mentes publicitárias do país e indo até “defeitos” especiais de causar inveja à qualquer comercial do Dollynho. Eles farão de tudo pra chamar sua atenção. Mas você não irá lembrar-se de nenhum deles, a menos que o cara fique repetindo seu nome a vida inteira ou use uma roupa de palhaço.


http://fazendoaminhafesta.blogspot.com
 Au au au! Patati é Federal, Patatá é Estadual!

E qual seria a solução? O horário político seria um dos melhores programas de comédia da TV, se não fosse por um grande problema: somos nós quem pagamos! E caro, muito caro. O melhor seria economizar e transferir os programas para a madrugada, quando os horários são mais baratos. Com isso, resolveríamos outro problema: os que sofrem de insônia conseguiriam dormir e os vigilantes e porteiros voltariam a trabalhar ao invés de assistirem filmes do Corujão ou as “gincanas culturais” que oferecem prêmios incríveis.


3 Brasília

Nossos presidentes já fizeram grandes cagadas, mas nenhum deles superou o feito de Juscelino Kubitscheck (que nominho o seu, hein, JK?). Que idéia brilhante construir uma cidade horrorosa, no meio do nada, distante de tudo! Como o povo poderia organizar protestos, marchas ou qualquer coisa do tipo? Só quem não trabalha e consegue dinheiro não sei de onde consegue fiscalizar nossos nobres representantes. Pior que isso só se nossa capital fosse no Acre, sorte que JK nem lembrou que ele existia.


http://www.just-pooh.com/100acre.html
Acima, o Acre, junto aos outros 99 que servem de morada ao Ursinho Pooh.

E qual seria a solução? Transferir a capital para o Rio de Janeiro não sei se seria uma boa idéia, se os deputados já não trabalham em Brasília, imagina à beira-mar? Em São Paulo ninguém iria chegar a tempo dos protestos, graças ao trânsito intransitável. Minha idéia é que a capital fosse em Aparecida do Norte, já que todo ano milhares de brasileiros fazem todo tipo de esforço pra chegar lá, atravessando distâncias enormes, até a pé. E quem sabe com um milagre de Nossa Senhora os políticos não se arrependem de seus pecados?

2 Debates

O grande momento das eleições. Quando os eleitores podem ver os candidatos sem as regras dos marqueteiros, um de frente para o outro. Onde os políticos tem a chance de expor suas idéias. Tudo lindo, se fosse realmente assim. O que temos são candidatos adestrados repetindo estatísticas inúteis, respostas sem relação nenhuma com a pergunta e candidatos sem chance de vencer a eleição fazendo piadinhas. Você nunca ouve perguntas que realmente interessa, como: e a porra do meu salário, vai aumentar quanto? O estádio do Curíntia vai ficar pronto? Você pretende roubar muito ou só um pouquinho?



E qual seria a solução? Seria muito clichê dizer que, se é pra bater de verdade, que se monte um octógono e solte os candidatos até que um sobreviva. Então, pra não romper com o modelo tradicional, todos os debates poderiam ser apresentados pelo Silvio Santos, onde as respostas nunca pudessem ir além de um minuto e todas as perguntas seriam escritas previamente pela Maísa. E quem não soubesse responder, torta na cara!

1 Voto Obrigatório

Se você é brasileiro, tem 3 grandes obrigações: saber sambar, jogar bem futebol e votar. Observando as baladas da vida, um jogo da Seleção ou a capacidade de nossos ilustres representantes, é óbvio que nenhuma delas está sendo bem cumprida. Mas também, o voto é quase um castigo: você tem que escolher alguém, muitas vezes que você acha o menos ruim, que vai acabar enriquecendo com o seu dinheiro. E ainda te obrigam a pegar fila, num feriado que sempre cai no domingo. Se a desgraça não fosse pouca, ainda tem que se manter sóbrio. Nessas horas até ver o Faustão na casa da sogra parece mais interessante.


http://ego.globo.com/
Achei o Wally meu!

E qual seria a solução? Pense rápido: qual o único exemplo de votação que realmente mobiliza o Brasil? Sim, o Big Brother. Se Marcelo Dourado venceu o programa com um número de votos que o Lula jamais teve, porque não deixar nomear Boninho presidente do TSE? Votos por torpedão, telefone e internet, sem sair de casa. Só não vale inventar de confinar a Dilma e o Serra e transmitir tudo 24h por dia, que aí já seria tortura.

 9 músicas estrangeiras equivocadas para tocar no seu casamento


Grande parte do nosso apreço por música estrangeira está no fato de que a gente não entende paçocas do que a letra está falando. Quando entende duas palavras então, e se uma delas for “love”, é o bastante para considerar a música linda.



Pensando nisso, as pessoas volta e meia resolvem contratar um cantor e um teclado para abrilhantar, com requinte e sofisticação, a cerimônia de seu casamento, cantando uma música em inglês para a entrada dos noivos. Então, se você tem a intenção de se casar em breve, eu recomendo seriamente então que continue lendo este texto, sobre 9 músicas estrangeiras equivocadas para tocar em casamento.


9. Nino Rota - Romeo and Juliet

O que as pessoas escutam: embora não tenha uma letra, a trilha sonora de Romeu e Julieta imediatamente evoca o amor dos pombinhos apaixonados no altar.



Mas o que está tocando mesmo é a trilha sonora de Romeu e Julieta, a história clássica de um casal apaixonado que, por causa de um mal-entendido, toma veneno e MORRE!! Bela forma de começar seu casamento.



O punhal dá um toque rústico e elegante ao casamento.



8 The Righteous Brothers - Unchained melody 



O que as pessoas escutam: uma canção tocante que começa com “Oh my love” e foi tema daquele filme lindo chamado Ghost.






Mas o que está tocando mesmo é um cara dizendo “espere por mim / espere por mim / que eu estou indo para casa” – e isso tem um cheiro de chifre que dá para sentir de longe. Além do mais, tocar a música de um filme sobre um casal em que um deles morre e fica assombrando o outro pelo resto da vida, até fazendo barro de argila, não é lá muito inspirador.


Nada como um barro com a pessoa amada!


7 The Beatles - Let it be


O que as pessoas escutam: Beatles, um piano, uma referência a Nossa Senhora e um vocal sofrido.





Mas o que está tocando mesmo é um cara revelando que Nossa Senhora deu um conselho para ele “Deixa para lá!”. Se o seu marido escolher essa música para o casamento, é um prenúncio de que ele será um relaxo, jamais vai consertar a torneira da pia e se preocupar porque o limite no banco está negativo.



Let it be... let it be...



6 - The Police - Every breath you take


O que as pessoas escutam: uma canção sobre preocupação e carinho com o parceiro, que promete estar sempre lá para tomar conta do outro.





Mas o que está tocando mesmo é uma ameaça de um sujeito ciumento e psicótico que diz “Cada vez que você respirar / Cada movimento que você fizer / Cada erro que você cometer / Eu vou estar te vigiando”. Prepare-se para ser trancada em casa e só sair para ir na esquina comprar mistura, e ai se eu pegar você olhando para o cara do açougueiro outra vez.




Já para dentro, Carolina!!


5 Whitney Houston - I will always love you


O que as pessoas escutam: uma canção sobre amar o outro para sempre, com lindos vocais emocionantes.




Mas o que está tocando mesmo é uma música sobre uma mulher que, tudo bem, ainda gosta do cara, mas resolveu pegar seus trapinhos e dar linha na pipa, como dizem os versos “Lembranças amargas / são tudo o que eu levo comigo / por favor, não chore / eu não sou o que você precisa”. Tirando isso, ainda cabe a pergunta: porra, Whitney Houston??? Essa é a segunda música mais insuportável da história do cinema!!



And Iiiiiiiiiiiiiii wiilllll aaaaaaaaaallllwwwwwwaaaaaaaaaaaaaaysssssssss...


4 Celine Dion - My heart will go on

O que as pessoas escutam: o tema de Rose e Jack do maravilhoso Titanic.





Mas o que está tocando mesmo é uma mulher contando sobre suas alucinações “Toda noite nos meus sonhos / eu te vejo, eu te sinto / e assim eu sei que meu coração continua”. E se por um lado o Titanic era luxuoso e o Leonardo di Caprio um gatinho, por outro morreram 1523 pessoas no naufrágio – então pense nisso. Em tempo, “My heart will go on” é a primeira música mais insuportável da história do cinema.



São esses os convidados que você quer para sua festa?


3 Extreme - More than words


O que as pessoas escutam: neste clássico de violão dos anos 80, canta-se o amor como mais do que palavras.




Mas o que está tocando mesmo é exatamente o contrário! “Mais do que palavras / é tudo o que você tem que fazer para mostrar que é de verdade”, um refrão que significa mais ou menos “e então, vai dar para mim ou não vai?”. Usar esta música no casamento é um sinal de como o cara teve que levar a situação longe para conseguir o que queria.




E então? Já podemos parar com esse doce?


2 Scorpions - Still loving you


O que as pessoas escutam: um metal melódico em que o vocalista declara como ainda ama a sua querida.


Mas o que está tocando mesmo é uma música sobre um cara que deu uma mancada brava e agora está tentando voltar com o rabinho entre as pernas: “Se a gente começasse de novo / desde o começo / eu tentaria mudar / as coisas que mataram nosso amor”, e estas coisas provavelmente incluem não pegar aquela sua prima no churrasco enquanto você passava mal. Nada como casar ao som de algo que relembre a sua culpa no cartório.



Pessoal, desculpa atrapalhar o casamento de vocês, mas eu queria me declarar para a Ana Elisa...


1 Queen - Love of my life


O que as pessoas escutam: a declaração definitiva sobre aquela que é o “amor da sua vida”.




Mas o que está tocando mesmo é uma dor de cotovelo de um otário humilhado que ainda quer a mulher de volta. “Amor da minha vida, você me machucou / Destruiu com meu coração e agora vai embora / traga de volta, traga de volta”. É como se tocasse “Você não vale nada / mas eu gosto de você” no casamento.




Me perdoa! Me perdoa!


Agora que você já leu tudo isso, e desmarcou seu casamento em cima da hora, porque não aproveita e lê também

Músicas preferidas dos calouros do Raul Gil


Aproveitando que as listas musicais andam em moda aqui no Puxa, bem como a nova mudança de emissora do Raul Gil (que foi pro SBT, mas antes era da Band, já foi da Record e se bobear até na CNN en Español ele trabalhou), resolvi elencar as 10 músicas mais assassinadas pelos seus calouros.

Todo mundo sabe que o Raul Gil elevou a breguice dos antigos shows de calouros à níveis inacreditáveis, e como rola uma grana pesada e a grande oportunidade de gravar CDs que ninguém jamais vai comprar, os calouros dão a vida para impressionar jurados supimpas como José Messias. E pra isso fazem uso sempre das mesmas canções que eles acham que são as mais perfeitas para seus talentos (?!?)...


 Catedral - Zélia Duncan


Começo essa lista com um hit da década de 90. E – como era a cara da década de 90 – um cover. A música original “The Cathedral Song” foi gravado primeiramente por Tanita Tikaram. Alguém sabe quem é? Eu não, mas o caso é que a Zélia Duncan forçou sua entrada no Mainstream com essa música, que não chega nem perto de ser uma de suas melhores (e a bem da verdade nem boa é), mas que fez um inacreditável sucesso na década de 90. Mas até aí, Uh-la-la-la também fez, então...



Porque é tão cantada: Nem Deus sabe. Acredito que porque a Zélia Duncan tem a voz bem grave, o que contempla 90% das novas “cantoras” que o Brasil produz.

Dá certo? Mais ou menos. A grande maioria dos calouros que cantam essa música se limitam a emular a Zélia Duncan, o que soa como pessoas que não sabem cantar imitando o Tom Cavalcanti imitando a Zélia Duncan...sacaram? Bom, mais ou menos porque apesar de sempre sair uma merda os “jurados” do Raul Gil parecem ter um grande apreço por essa canção, acham linda(?!?).

 Volta pra mim - Roupa Nova

A 8ª posição tem a banda mais arroz se festa da história, o Roupa Nova. Mas com tantas músicas de sucesso, grudentas e malditas que a banda tem, porque logo essa? Porque não A Viagem, ou Sapato Velho? Explico a seguir.



Porque é tão cantada: Esse é um mistério, mas acho que é por uma frase da música: “Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir”. Essa frase é ao mesmo tempo brega, piegas, mal escrita – ou seja, tudo o que os jurados do programa consideram poesia – além de possibilitar que o calouro solte a voz e berre estridentemente, já que a própria letra diz pra ele gritar...

Dá certo? Dá, já que os caras do Roupa Nova parecem mesmo cantores de churrascaria, então o calouro parecer um amador ridículo não é nenhum problema. Sem falar que – como já disse – os jurados acham isso pura poesia. Saudades do Pedro de Lara...

Se eu não te amasse tanto assim - Ivete Sangalo

Sucesso mega-ultra-powerful do final da década de 90, marcou o começo da carreira solo da Ivete Sangalo (maldito Herbert Vianna) e também foi tema da novela Uga-Uga, lembram, aquela com o Pasquim pelado o tempo todo? É, acho que não fui muito claro.


Porque é tão cantada:
2 motivos, Ivete é a cantora mais popular do Brasil, ainda que isso não faça sentido algum, e essa foi a música que a alavancou ao sucesso, o que faz com que as calouras pensem que dá para seguir o mesmo caminho... Outro bom motivo é que a música é um compendio de gritarias, a cantora pode gritar do começo ao fim (MEU CORAÇÂO SEM DIREÇÂO VOANDO SÓ POR VOAAAAAAAAARRRR)


Dá certo? Não, primeiramente porque todo mundo vem gritando essa merda há 10 anos, o que deixou ela mais insuportável que a música do Titanic (não, mas vale a piada...), depois que a Ivete Sangalo pelo menos é bonita, o que a diferencia de 98% das moças que vão lá se arriscar perante Luiz Ayrão (não que ele ligue muito pra mulher...).

 Minha Gioconda - Agnaldo Raiol e Cristhian e Ralf

Essa também vem diretamente do maior limbo musical, a década de 90 (a de 80 também fede, mas não tinha o É o Tchan). Essa “música” foi tema do mega sucesso O Rei do Gado, interpretada pela dupla sertaneja Cristhian e Ralf e por Agnaldo Raiol. A letra conta uma historinha mequetrefe de um soldado brasileiro que se apaixona por uma italiana em plena 2ª guerra mundial, com as partes em português capitaneadas pela dupla (o Cristhian até foi casado com a Gretchen, se isso diz alguma coisa...) e as em italiano pelo parceirão da Mafalda Minotti.



Porque é tão cantada: Porque ela é multi-facetada. Ahn? Pois é, a música permite um dueto, já que foi feita pra isso, além de poder incluir um cantor pseudo-lírico italiano, desses que são coqueluche em programas de calouros.

Dá certo? Nem um pouco! A música original já é um atentado ao bom senso, covers dessa joça deveriam ser proibidos! Quem em sã consciência pode querer misturar sertanejo com música italiana? E existe música italiana além de coli-coli-coli-cola? De qualquer forma, façam me o favor!
 O Sonho de Ícaro - Biafra


A década de 80 finalmente adentra nossa lista, com o único sucesso da carreira de Biafra (porque será?!).



Porque é tão cantada: A música é ideal para quem tem aquela voz aguda irritante poder subir até as alturas e matar toda a platéia. Além da letra ser brega o suficiente pra fazer a Marly Marley ir às lágrimas...

Dá certo? Evidente que não. Apesar da música ser pega rapaz, o Biafra de fato alcança os agudos (ele e a Tetê Espíndola), coisa que 99% dos calouros não consegue, ocasionando aquela falhada na voz que é tão constrangedora.

Sozinho / Sonhos – Peninha

Peninha é um cara curioso, compositor de sucesso (várias das músicas melosas que invadem as rádios todo ano são de autoria dele) só fez sucesso como cantor com Sonhos, uma das músicas mais regravadas ever. Sério, todo mundo gravou essa coisa, de Caetano Veloso à Paulinho Moska...



Mas essa posição é dupla, já que Peninha ainda “cometeu” outro sucesso monstruoso, Sozinho, que estourou 2 vezes, uma com Sandra de Sá e outra com Caetano Veloso (que grava qualquer coisa. Sério, mandem qualquer merda pra ele que ele grava...). As 2 músicas são preferidinhas dos calouros do Raul Gil, que sempre fazem versões medonhas.

Porque é tão cantada: Além de terem sido mega-sucessos, são ultra-românticas – o que sempre agrada tanto aos calouros quanto aos jurados – e possibilitam interpretações, digamos, profundas... Os calouros vão até o âmago da alma para buscar o sentimento necessário para sussurrar: “tudo era apenas uma brincadeira que foi crescendo crescendo me absorvendo...”

Dá certo? Até que dá. Como nem Peninha, nem Sandra de Sá, nem Caetano Veloso (nessa fase neo-brega) deram interpretações “sensacionais” para essas músicas, os jurados costumam cair na encenação sentimentalóide dos calouros e aprovar suas interpretações “sofridas”, como se eles fossem as próximas Elis Reginas...

Bastidores/Conceição ou qualquer outro cover de Cauby Peixoto

Acho bom deixar claro que adoro Cauby Peixoto, o cara é demais, uma bixa velha que por um acaso tem a melhor voz do país... mas de qualquer forma, não é a qualidade das músicas que guia essa lista – apesar da imensa maioria ser horrorosa mesmo – e sim a curiosa predileção dessa raça que costumeiramente chamamos de “calouros”.



Essa posição não é bem de uma música, apesar de eu indicar duas no título, e sim da mania inexplicável que os calouros têm de cantar músicas do Cauby.

Porque é tão cantada: Nem Deus sabe! Mas se tivesse que arriscar um palpite eu diria que os calouros querem tanto impressionar os “jurados” que arriscam alto cantando músicas de um artista muito melhor que eles (MUITO MELHOR).

Dá certo? Claro que não, se você é um calouro você vai escolher uma música que privilegie sua voz e que você possa fazer bonito ou vai cantar a música de um cara que alcança notas que você jamais alcançará nessa ou em outras existências? Posto isso, é claro que todo mundo que ousa cantar músicas que o Cauby gravou – agravando pelo fato de que alguns calouros ainda tentam imitá-lo – passa a maior das vergonhas, não alcançando as notas, desafinando e ficando com cara de bobo na frente de jurados tão velhos quanto o próprio Cauby...
 Porto Solidão - Jessé

Jessé é um cantor da década de 80 que gravou 12 discos e mesmo assim ninguém lembra de outra música dele que não seja Porto Solidão. E é essa mesma que é – disparada – a música favorita de todos calouros, não só os do Raul Gil. O motivo é ao mesmo tempo claro e obscuro. Como? Isso mesmo.



Porque é tão cantada: É claro, pois a música privilegia o jeito de cantar favorito de 10 entre 10 calouros, ou seja, a gritaria exacerbada e completamente descontrolada. É obscuro pelo fato de existirem outras 15 milhões de músicas que também são assim e que pelo menos são desse século.

Dá certo? Nunca deu. A verdade é que por mais brega que Jessé possa ser (e ele é MUITO brega) ele tinha voz e parece ser o único que consegue cantar direito essa joça. Sério, chega a ser patético o maldito calouro se esgoelando como se sua vida dependesse disso, e se curvando sobre o próprio abdômen para tentar alcançar as notas e ainda manter o volume da gritaria, coisa que nunca dá certo. NUNCA. Portanto, Porto Solidão é a escolha óbvia de todo calouro e também a pior escolha. Troféu Joinha pra eles!

Claro que muitas músicas ficaram fora dessa lista, então fiquem a vontade para contribuir nos comentários... e se você for fã do Jessé, ou do Biafra, ou do Peninha., ouça minha dica... muda de vida!

 Selos do Apocalipse 1 - Celular com alto-falante


Muitos achavam que não, mas nós humanos chegamos lá: 2012 tá aí, amigo. E você sabe que os Maias (não os do Eça) já previram isso. Conforme-se: mundo vai se acabar! Duvida? Ora, temos vários indícios de que isso ocorrerá, como enchentes, terremotos, guerras, fome e o Parangolé.

Precisa de mais motivos? Pois bem, você pediu e o Puxa Cachorra! encontrou alguns indícios de que o mundo vai mesmo acabar em 2012. E, sinceramente, o indício a seguir acaba provando que é bom que acabe mesmo...
Celular com alto-falante

Outros nomes: Microssistem de trombadinha, Hiphone, Mps de 7 a 15;
Origem: Profundezas do Inferno... ou a China;
Ano de surgimento da praga: meados de 2008-2009;
As trombetas soam... e alto... se você sai de casa, você já cruzou com esse item demoníaco. Dotado do incrível dom da proliferação, o bichinho em questão tem características impressionantes, há muito relacionadas ao deus judaico-cristão: ele é onipotente, sendo que mesmo na mais ensandecida muvuca você é capaz de ouvi-lo; é onipresente, pois não importa onde seja, sempre tem um tocando alto – e as vezes mais de um, ao mesmo tempo, executando melodias completamente diferentes; e, por fim, é onisciente, já que ele sabe que você subiu no ônibus às 7 horas da manhã para ir trabalhar, e começa a tocar assim que você aparece.

Esse instrumento de tortura prova alguns mitos que há muito se especula. Primeiramente, sim, no inferno toca pagode e funk, e de vez em quando um sertanejão. Sim, a tecnologia é coisa do cramunhão. E sim, o ônibus é o transporte coletivo do inferno.

As criaturas que portam esses aparelhos são chamados vulgarmente de “mulekes”. Essas criaturas nascem de cópulas selvagens em bailes funk, já com boné, cueca pra fora da calça e o tal do aparelho na mão. Sempre que podem andam em grupo, para mostrar pros companheiros de bando a tal máquina de produzir barulho. E um de seus rituais mais assustadores é justamente sentarem todos no fundo do ônibus e começarem a mudar freneticamente de melodia a cada 30 segundos, o que o expõe em pouco tempo a todo o cancioneiro genialmente inspirado pelo capiroto.
Além disso, de tanto abusarem da “potência” do aparelho, os alto-falantes falham, produzindo chiados e ruídos característicos de quem sempre ouve a porcaria no último volume. É pior que mensagem subliminar em música da Xuxa rodada ao contrário. É o Rebolation, distorcido e no último volume.


Há alguma salvação? Bem, entre invadir a China e proibir esses aparelhos de serem produzidos e invadir um baile funk pra impedir os “mulekes” de serem feitos, acho que estamos condenados mesmo... ou você pode se revoltar ali mesmo, no seu local de trabalho, e reagir contra essa abominação do belzebu com violência.



Mas, mesmo assim, sempre surgirão outros...