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11 de abr. de 2012

O naufrágio do Titanic



Totem da ousadia humana, orgulho da engenharia náutica, colosso de 269 metros de comprimento e 46 mil toneladas, obra-prima de 7,5 milhões de dólares, o RMS TITANIC, tido como indestrutível pelos mais insuspeitos especialistas, naufragou em sua viagem inaugural. 

Ao colidir com um iceberg, nas últimas horas de 14 de abril de 1912, o navio afundou e levou consigo a vida de mais de 1.500 pessoas. Ao longo dos anos, muitos cineastas basearam-se nesta catástrofe para os seus filmes. Dentre as produções mais famosas, a de 1953, protagonizada por Barbara Stanwyck, e a de 1997, com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet. No entanto, o primeiro filme sobre o naufrágio, “Salva do Titanic”, foi realizado ainda no cinema mudo, em 1912, seguido do alemão “Na Noite e no Gelo”, lançado no mesmo ano. Outros apenas se inspiraram no famoso naufrágio, de “Atlantis (August Blom, 1913) a “Atlantic” (E. A. Dupont, 1929), de “A História Começou a Noite / History is Made it Night” (Frank Borzage, 1937) a “O Grande Naufrágio / The Last Voyage” (Andrew L. Stone, 1960), de “O Destino do Poseidon / The Poseidon Adventure (Ronald Neame, 1972) a “Dramático Reencontro no Poseidopn / Beyond the Poseidon Adventure (Irwin Allen, 1979).




O TITANIC apareceu em todos os meios de comunicação de massa do século 20 - livros, canções, peças teatrais, filmes, minisséries etc. Sua imagem se tornou um símbolo da cultura popular desde quando desapareceu nas águas gélidas do Atlântico Norte. Das primeiras manchetes as primeiras fitas, tornou-se parte da nossa consciência coletiva, e uma história reinventada no cinema de várias formas, do melodrama a propaganda política, de lendas de coragem a atos de sacrifício por amor. A descoberta dos destroços em 1985 só ajudou a aumentar o fascínio. Mas são as histórias dos passageiros que pereceram e as vozes dos 700 sobreviventes que continuaram a inspirar artistas, transformando os eventos nefastos de uma noite em um fenômeno cultural de proporções míticas. 


Confira todos os filmes que abordaram o tema:


SALVA DO TITANIC

(Saved from the Titanic, 1912)
de Étienne Arnaud
Com Dorothy Gibson e Alec B. Francis

29 dias após o naufrágio a produtora Éclair apresentou a primeira dramatização do ocaso do navio. Uma das sobreviventes, Dorothy Gibson, atriz famosa na época, faz o papel principal e também ajudou a escrever o roteiro, baseado em suas próprias experiências a bordo do navio, dando autenticidade a esse melodrama que se perdeu no tempo, restando apenas fotos.



NA NOITE E NO GELO

(Nacht und Eis, 1912)
de Mime Misu
Com Waldemar Hecker, Mime Misu 
e Otto Rippert

Durante um jantar, ocorre o acidente, o choque do luxuoso transatlântico com o enorme iceberg. Com o auxílio de um pequeno barco de brinquedo, foi possível reproduzir a cena do terrível impacto. Os efeitos especiais, apesar de rudimentares, impressionam. Considerado perdido por muito tempo, em 1998 um colecionador encontrou-o em seu cofre. Produção alemã, quase três vezes mais longo que os filmes da época, comoveu o público.



CAVALGADA

(Cavalcade, 1933)
de Frank Lloyd
Wynyard e O'Connor
Com Diana Wynyard, Clive Brook, Una O’Connor 
e Margaret Lindsay

Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Cenografia. Baseado numa peça de Noel Coward, começa e termina numa noite de ano novo, em 1899 e em 1932, contando a saga de um casal britânico e os acontecimentos históricos relevantes deste período, como a Guerra dos Boers, a morte da rainha Vitória, o afundamento do Titanic e a Primeira Guerra Mundial, e em como eles influíram em suas vidas. A aparição do Titanic se dá em uma cena que dura apenas poucos minuos. A excelente Una O'Connor repete o papel que fez na montagem teatral de Londres, em 1931.


TITANIC

(Idem, 1943)
de Herbert Selpin

Com Sybille Schmitz, Hans Nielsen 
e Kirsten Heiberg

Projeto do ministro da propaganda política alemã, Joseph Goebbels, retrata o Titanic como símbolo da preocupação britânica com a ostentação e a ganância, mas não deixa de ser uma recriação emocionante do naufrágio. Ironicamente, seu diretor, Selpin, como muitos artistas na Alemanha nazista, se viu em oposição ao governo e após insultar o Terceiro Reich, sua carreira chegou a um fim abrupto. Foi preso e forçado a se enforcar pelos guardas da prisão.



NÁUFRAGOS DO TITANIC

(Titanic, 1953)
de Jean Negulesco
Robert Wagner e Stanwyck
Com Clifton Webb, Barbara Stanwyck, 
Robert Wagner, Thelma Ritter, 
Brian Aherne e Richard Basehart

41 anos após a tragédia, a Fox ofereceu uma nova visão do desastre como pano de fundo para um luxuoso drama e um veículo para a história de um casal em crise. Ao tirar o foco dos eventos reais, o longa explorou uma visão mais íntima dos passageiros do navio. Sentimental e evocativo, o naufrágio se torna o meio pelo qual o casal se redime. Sensibilizou e apavorou platéias no mundo todo. Oscar de Melhor Roteiro.



SOMENTE DEUS POR TESTEMUNHA

(A Night to Remember, 1958)
de Roy Ward Baker
Com Kenneth More, Ronald Allen, Robert Ayres 
e Honor Blackman

Centrado quase que totalmente nos eventos e personagens reais, fazendo o possível para recriar o esplendor e opulência do navio, se tornou o mais bem sucedido filme inglês do ano e um dos mais caros. Foi uma sensação, com o público e os críticos unânimes em seus elogios.



A INCONQUISTÁVEL MOLLY  BROWN

(The Unsikable Molly Brown, 1964)
de Charles Walters
Com Debbie Reynolds, Harve Presnell, 
Ed Begley e Martita Hunt

Dramatização musical da vida de Margareth Tobin Brown, uma real sobrevivente do Titanic. O filme reaproveita cenas de “Náufragos do Titanic” e “Somente Deus por Testemunha”. A aparição do navio acontece apenas no final e dura poucos minutos, mostrando a colisão e o naufrágio. Concorreu ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Atriz.



S. O. S. TITANIC

(Idem,TV, 1979)
de William Hale
Com David Janssen, Cloris Leachman, 
Susan Saint James, David Warner, 
Ian Holm e Helen Mirren

Revisou o mito, seguindo as histórias pessoais de alguns dos passageiros e tripulantes a bordo, na fatídica noite. Entre eles, um casal apaixonado, uma atriz e um grupo de emigrantes irlandeses. No elenco, destaque para os grandes Helen Mirren, Cloris Leachman (Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “A Última Sessão de Cinema / The Last Picture Show”, 1971) e Ian Holm.



O RESGATE DO TITANIC

(Raise the Titanic, 1980)
de Jerry Jameson
Robards
Com Jason Robards, Richard Jordan, David Selby, 
Anne Archer e Alec Guinness

Ambicioso, se concentrou exclusivamente em salvar o próprio navio. Baseado num best-seller, o Titanic é apenas um recurso da trama em um sofisticado suspense de espionagem. Fala de um mineral importante que supostamente afundou com a embarcação. Os efeitos especiais fantásticos não garantiram o sucesso. Fracasso total.



BANDIDOS DO TEMPO

(Time Bandits, 1981)
de Terry Gilliam
Os Monty Python
Com John Cleese, Sean Connery, Shelley Duvall, 
Ian Holm e Ralph Richardson

Os cômicos personagens são enviados através do tempo ao convés do Titanic. A aparição do navio se resume a poucos minutos e mostra algumas cenas no convés e o naufrágio.



TITANIC 2

(Titanic, TV, 1996)
de Robert Lieberman
Gallagher e Zeta-Jones
Com Peter Gallagher, George C. Scott, 
Catherine Zeta-Jones e Eva Marie Saint

Muitas versões se concentraram nos passageiros, como nessa minissérie de quatro horas feita para a tevê, mostrando as relações íntimas entre os passageiros. Produzido pouco antes do monumental espetáculo de James Cameron, realizou-se às pressas a fim de pegar carona no possível êxito de DiCaprio. Produção medíocre, marcada por imprecisões históricas.



A CAMAREIRA DO TITANIC

(La Femme de Chambre Du Titanic, 1997)
de Bigas Luna
Romane Bohringer
Com Oliver Martinez, Romane Bohringer 
e Aitana Sánchez-Gijón

Camareira do Titanic, que procura um lugar para passar a noite, às vésperas da partida do navio, conhece o amor. Seu amante, sem saber se ela sobreviveu ou não ao naufrágio, passa a fantasiar o romance entre os dois. Romane Bohringer está perfeita como a esposa frustrada, lutando para salvar seu casamento. Sua química com Olivier Martinez é visível. A espanhola Aitana Sánchez-Gijón, no papel da camareira, também se destaca. O Titanic faz apenas rápidas aparições na trama, se resumindo à cenas interiores e da partida em Southampton.



TITANIC

(Idem, 1997)
de James Cameron
Winslet e DiCaprio
Com Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Billy Zane, 
Kathy Bates, Gloria Stuart e David Warner

Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção e mais nove estatuetas. Globo de Ouro de Melhor Filme e Melhor Direção. Usou o malfadado navio como pano de fundo para uma história de amor épica. Seu orçamento de 200 milhões de dólares foi um dos maiores de toda a história do cinema. Lotou os cinemas do mundo todo, transformando DiCaprio e Winslet em estrelas.



TITANIC, O DESENHO

(Titanic: La Legenda Continua..., 2000)
de Camilo Teti

Animação italiana que mistura computação gráfica e desenho convencional. Os interiores do navio são similares ao navio real, mas ainda assim com muitos erros. Ao contrário da versão anterior, a mocinha é pobre e o galã é rico.