V-J Day in Times Square é uma famosa fotografia de Alfred Eisenstaedt publicada pela Revista Life
que mostra um marinheiro norte-americano beijando uma jovem em 14 de
agosto de 1945, quando ocorreu com o anúncio do fim dos confrontos
contra o Japão feito pelo presidente Harry Truman. Por isso o nome ‘V-J
Day’ , que significa a vitória dos americanos sobre os japoneses no fim
da Segunda Guerra Mundial.
As mais antigas referências ao beijo remontam a 2500 a.C., nas paredes do templo de Khajuraho, na Índia. Na Antiguidade, as pessoas costumavam mandar beijos para os deuses.
Também era comum, para gregos e romanos, o beijo entre os guerreiros,
na volta das batalhas. Era uma espécie de reconhecimento. Aliás, os
gregos adoravam beijar. Mas foram os romanos que difundiram o costume.
Os imperadores permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus
lábios e os menos importantes, as mãos. Os súditos podiam beijar somente os pés. Eles tinham três tipos de beijos: o basium, entre conhecidos; o osculum, entre amigos; e o suavium, o beijo dos amantes. Na Escócia, era costume o padre beijar os lábios da noiva no final da cerimônia.
Acreditava-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção. Na
festa, a noiva deveria beijar todos os homens na boca, em troca de
dinheiro. Na Rússia, uma das mais altas formas de reconhecimento oficial
era receber o beijo do czar.
Em Latim, beijo significa toque dos lábios.
No Ocidente, ele é tido como gesto de afeição. No Brasil, D. João VI
introduziu a cerimônia do beija-mão. Em determinados dias, o acesso ao
Paço Imperial era liberado a todos que desejassem apresentar alguma
reivindicação ao monarca. Em sinal de respeito, tanto os nobres quanto
as pessoas mais simples – até mesmo os escravos – beijavam-lhe a mão
direita antes de fazer seu pedido. Esse hábito foi mantido por D. Pedro I
e D. Pedro II.
Os antropólogos acreditam que o beijo se originou do fato das mães alimentarem seus bebês,
da mesma maneira que os pássaros: elas mastigariam o alimento e o
passariam para a boca de seu filho. Depois dos bebês aprenderem como
ingerir alimentos sólidos, suas mães talvez os beijassem para
confortá-los ou demonstrar afeto. O beijo é um comportamento que se
aprende, passando de geração para geração. Nós o fazemos porque
aprendemos com nossos pais e com a sociedade a nossa volta. Mas em
muitas dessas culturas, ninguém havia beijado até os ocidentais
introduzirem a prática.
Já outros pesquisadores acreditam que o beijo vem do instinto. Eles citam como exemplo o bonobo
(espécie de macaco), que é relativamente próximo aos humanos, para
fundamentar essa idéia. Os bonobos se beijam frequentemente.
Independentemente do sexo ou status em seu grupo social, eles se beijam
para reduzir a tensão depois das disputas, para se
acalmarem, para desenvolver vínculos sociais e, às vezes, por nenhuma
razão específica. Alguns cientistas acreditam que os beijos dos primatas
provam que o desejo de beijar é instintivo.
Outras
espécies animais têm comportamentos que lembram o beijo. Alguns
mamíferos lambem a face um do outro, pássaros tocam o bico um do outro e
as lesmas tocam as antenas umas das outras. Em alguns casos, os animais
estão apenas cuidando um do outro e não se beijando, conforme nós,
humanos, entendemos. Em outras ocasiões, estão farejando glândulas
odoríferas localizadas na face ou na boca. De qualquer forma, quando
animais se tocam dessa maneira, estão mostrando sinais de confiança e afeto ou desenvolvendo ligações sociais.
Os efeitos do beijo
Embora
os estudiosos não saibam como nem por que as pessoas começaram a se
beijar, eles sabem que o beijo romântico afeta profundamente a maioria
das pessoas. O Instituto Kinsey descreve a resposta de uma pessoa ao
beijo como uma combinação dos três fatores a seguir:
- Sua reação depende do
seu estado emocional e de como você se sente com relação à pessoa que
estiver beijando. Sob o aspecto psicológico, beijar alguém que você
deseja estimula sentimentos de vínculo e afeto. Mas, se
está beijando alguém de quem você não gosta, ou se for beijado contra a
sua vontade, sua resposta será completamente diferente;
- Seu corpo reage fisicamente
ao fato de ser beijado. A maior parte das pessoas gosta de ser tocada e
isso é parte da sua resposta corporal ao beijo. Mas o beijo afeta
também todo o corpo, desde o fluxo sanguíneo até o seu cérebro.
- A cultura na qual você foi criado tem
papel muito importante sobre o que você sente em relação ao beijo. Na
maior parte das sociedades ocidentais, as pessoas estão condicionadas ao
beijo. O comportamento das pessoas à sua volta, as imagens da mídia e
outros fatores sociais podem afetar dramaticamente a maneira como você
reage quando é beijado.
Esses fatores têm função em todos as
espécies de beijo e não apenas nos românticos. Em outras palavras,
quando uma mãe beija o machucado de seu filho para que ele se sinta
melhor, os fatores psicológicos, biológicos e sociais desempenham um
papel nas reações de ambos. A mesma coisa é válida quando amigos se
beijam num cumprimento, quando religiosos beijam seus símbolos ou quando
irmãos se beijam e fazem as pazes após uma discussão. Embora alguns
beijos sejam platônicos e outros sejam românticos, eles geralmente têm
uma coisa em comum, ou seja, são inspirados por sentimentos positivos e
tendem a inspirar estes mesmos sentimentos.
O
Dia do Beijo é comemorado em 13 de abril. Muitas teorias existem sobre a
origem desse dia, mas nenhuma é confirmada como verdadeira. Uma delas
refere-se à Itália, onde existiria um tal de Enrique Porchelo.
O “Don Juan” beijava todas as mulheres da vila, inclusive as casadas.
No dia 13 de abril de 1882, o padre local, injuriado, ofereceu um prêmio
em moedas de ouro às mulheres que não tivessem ainda sido beijadas pelo
homem. Nenhuma mulher apareceu para receber o prêmio. Dizem que o padre
morreu e o dinheiro continua por lá, em algum lugar.