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17 de abr. de 2012

Brasileiros devem diminuir o feijão com arroz, afirma nutricionista francês

O nutricionista francês Pierre Dukan, autor de vários best-sellers sobre dietas, afirmou estar espantado com o excesso de peso dos brasileiros e sugere diminuir o consumo de feijão com arroz.
O feijão com arroz faz bem para a saúde, mas só quando se tem uma atividade física intensa. Mas, mesmo quem não tem problema de peso, deve reduzir o consumo“, disse Dukan, autor do livro “Eu Não Consigo Emagrecer” , traduzido para 14 idiomas. “Para pessoas sedentárias, esses alimentos resultam num acúmulo de calorias“, afirma o nutricionista, que visitou São Paulo no início deste mês. O cientista sugere que as pessoas com problemas de peso precisam evitar esse prato básico da culinária brasileira. O Dr. Dukan – que criou a famosa dieta baseada somente no consumo de proteínas na fase inicial – é autor de cerca de 20 livros e vendeu 9,5 milhões de exemplares em dezenas de países, quase metade na França.

Presença no Brasil

Depois de ter conquistado o público francês há 2 anos, ocupando os dois primeiros lugares da lista de livros mais vendidos, Dukan quer agora reforçar sua presença no Brasil. Em maio, diz ele, será lançado no Brasil um livro de receitas, que acaba de sair na França, e um site com um “treinador de emagrecimento online“, que inclui uma dieta personalizada e acompanhamento diário. Em junho, deverá chegar ao mercado brasileiro a sua linha de produtos alimentícios, como biscoitos, barras de cereais e farelo de aveia, os quais já são vendidos na França.
Críticas

O problema da obesidade de jovens vem aumentando na França, mas o Dr. Dukan diz que no Brasil o fenômeno é mais grave. “Fiquei com a impressão de que os jovens brasileiros comem bastante feijão, arroz, féculas – como a batata – e também consomem mais açúcar do que os jovens franceses“, diz ele. Dukan afirma também ter ficado surpreso com o sobrepeso dos jovens no Brasil, “que parecem mais gordos do que seus pais“. A “dieta Dukan” é seguida por celebridades como a Duquesa de Cambridge, Kate Middleton e a cantora Jennifer Lopez.
No entanto, o regime tem sido alvo de inúmeras críticas. Especialistas dizem que a dieta pode causar sérios danos à saúde, como aumento do colesterol e problemas cardiovasculares. O regime não é baseado na contagem de calorias e propõe que as pessoas podem comer o quanto quiserem, embora somente os alimentos definidos para cada etapa. Na segunda fase, podem passar a comer também legumes e, na terceira, frutas e pequenas porções de pães e massas integrais. “Minha proposta foi deformada. Mas atingi meu objetivo de chamar a atenção para o problema da obesidade dos jovens na França” – diz Dukan. Um estudo da agência francesa para a Segurança Alimentar afirma que quem faz a dieta de Dukan consome mais do que o dobro da quantidade diária de sal recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Segundo o estudo, esse regime também resulta na carência de vitamina C e de fibras.

‘Dogma’ e popularidade

Dukan se defende das críticas afirmando que as dietas baseadas na ingestão de menos calorias do que a média diária se tornaram “um dogma” e que ele é condenado por não seguir esse modelo. “Meus livros têm grande popularidade e isso incomoda muita gente. Meu método recomenda o consumo apenas de proteínas e legumes por um período curto. Eles são o fundamento da natureza humana. No início, o homem só se alimentava dessa forma” – ele diz. O nutricionista diz ainda que é preferível sofrer o “inconveniente” de uma deficiência temporária, de vitaminas, por exemplo, do que ter doenças bem mais graves ligadas à obesidade. Depois das críticas, Dukan fez adaptações à dieta, que foi reforçada em relação aos legumes. Ele argumenta que o método “está em constante evolução há anos“.

Acusações

No começo do ano, ele foi motivo de outra grande polêmica na França. Em seu livro “Carta Aberta ao Presidente“, disse que os estudantes que tenham mantido seu peso numa determinada faixa, entre os 15 e 18 anos de idade, ganhem pontos na prova  ”BAC” – uma espécie de vestibular. A ideia foi interpretada como discriminação contra pessoas com excesso de peso, gerando muitas críticas. O nutricionista foi alvo de duas queixas prestadas pela Ordem dos Médicos da França e da capital Paris, alegando que Dukan não respeita os códigos éticos da profissão. A organização afirma que “um médico deve pensar na repercussão de seus comentários” e diz que a proposta feita no livro não leva em conta os problemas de jovens obesos ou anoréxicos. A Ordem também acusa Dukan de fazer promoção pessoal e utilizar a medicina com fins comerciais. Ele afirmou estar sendo perseguido e declarou já ter enviado à Ordem dos Médicos, sua decisão de encerrar o atendimento em seu consultório, para se dedicar às suas outras atividades. “Agora sou um médico aposentado. Estou livre“, comentou.