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22 de mar. de 2012

Você não sabia?!... Fique sabendo!


Ecad, postei um vídeo do Youtube com música! Agora, me processe!


Típica representação de um capitalista predatório
Sabe aquela visão que temos de um capitalista gordo, cheio de dinheiro, querendo mais, e mais, e mais, mesmo que para isso ele precise passar por cima de todo mundo? Pois é. O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) personifica isso como ninguém. O Ecad é o órgão brasileiro responsável pela a arrecadação e distribuição dos direitos autorais das músicas aos seus autores.
Quer ver exemplos de sua cobiça infinita? De sua ensandecida sede por dinheiro? Vejamos...
A música Parabéns a você é a canção executada ao vivo que mais arrecada direitos autorais. Entoar o cântico num bar ou festa pública pode sair mais caro do que se imagina. Estima-se que o valor ultrapasse R$ 800 mil por ano. A música é a versão brasileira da canção americana.
Em um casamento no Rio de Janeiro, além do vestido, bufê e todas as altas despesas geradas por uma festa deste porte, os noivos desembolsaram mais R$ 1.875, destinados ao ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, o Ecad. Sim, meu caro leitor. O Ecad quer cobrar até pelas músicas que você tocar em seu casamento. Felizmente, a Justiça freou essa besta do capitalismo e, desta vez, fez que o escritório devolvesse o dinheiro aos noivos e ainda pagasse uma multa de R$5.000.
Agora, o Ecad afirma ter embasamento legal para cobrar taxas de blogs que utilizam vídeos do Youtube. Sim, meus caros. Colocar um vídeo do Youtube (que já recompensa os artistas com os devidos direitos autorais e publicidade) no meu blog pode gerar uma cobrança que, segundo os estúpidos do Ecad, é legal.
Aos devotados e incansáveis trabalhadores do Ecad, eis eu aqui para lhes proporcionar mais trabalho. Segue uma música que eu quero compartilhar neste blog. Por favor, me processem.
Entenda mais do caso no vídeo abaixo.

Atualização: Parece que a posição oficial do Google sobre a questão deixou o Ecad numa situação constrangedora. O Ecad admite que não tem estratégia de cobrança de direitos autorais em vídeos publicados via YouTube — e esperamos que nunca tenha — e que um “erro de interpretação operacional” causou o que eles chamam de “fato isolado”.  Desde 29 de fevereiro o Ecad está reavaliando novas formas de cobrar o “webcasting” — nome criado pela associação para transmissão de conteúdo pela internet. 


(Fonte: Gizmodo)

 Sabia que tem gente que apóia a ação no Pinheirinho?


São Paulo em prol da especulação imobiliária

A ação no Pinheirinho, uma ocupação irregular de um terreno da empresa Selecta S.A em São José dos Campos, é inegavelmente uma violação dos direitos humanos. Isto é inquestionável.
Não poderia deixar de reconhecer que há problemas no Pinheirinho comuns às favelas do Brasil. Cobrança de “imposto” para ali residir (ainda que um valor pequeno, ele faz diferença para famílias pobres) por parte de líderes locais, tráfico de drogas, descontentamento com lideranças que roubam dos moradores para benefício próprio, etc.
Mas nada disso justifica destruir a casa de pessoas honestas e trabalhadoras. Como podemos ver no vídeo, muitas casas foram destruídas com os móveis ainda lá dentro. Ou seja, foram desrespeitados os princípios mais básicos da dignidade de uma família. Destruíram o patrimônio adquirido a muito custo por muitos moradores. É como se, sarcasticamente, o Estado de São Paulo punisse as pessoas que estavam ali, que por sua vez ocuparam um espaço particular de outrem.
Tropa de Choque observa uma potencial ameaça no Pinheirinho
Para meu completo espanto, o nojentamente nojento, abjeto, canalha, ultraconservador cristão, execrável, ridículo, ou resumidamente, o tremendo filho da puta do blogueiro da já desacreditada revista Veja, Reinaldo Azevedo, apoia a ação!
Pior: seus asseclas e acéfalos comentaristas (que vergonhosamente perpetuam o governo do PSDB em São Paulo, como se o PT ou qualquer outro partido fosse destruir o Estado assim que chegasse ao poder) concordam! Aff… não… socorro! SOCORRO! Que mundo é esse que concorda com uma ação como aquela? Só mostra que ainda temos uma elite (ou talvez, apenas uma massa de ignorantes) em São Paulo capaz de achar correto bater, desapropriar e destruir a vida do pobre apenas para defender a porra do Estado Democrático de Direito.
Para estes completos ignorantes, saibam que as leis que sustentam seu precioso “Estado Democrático de Direito” devem garantir, acima de tudo, vida digna aos cidadãos brasileiros! Sim, isso inclui o cara da cracolândia! Sim, isso inclui a “gente diferenciada” que começará a frequentar o bairro de Higienópolis quando inaugurar o metrô. E sim, isso inclui pobres coitados que ergueram suas casas no terreno do Pinheirinho para não dormir ao relento, uma vez que foram completamente abandonados pelo governo do PSDB, que faz de São Paulo um feudo há mais de 20 anos.
PM flagrados com armas letais na desocupação do Pinheirinho
Para estas pessoas, burras ou que agem na completa má-fé em busca de defender o governo do PSDB paulista, saibam que a juíza que autorizou a ação da polícia, ainda que o tenha feito para defender vosso digníssimo “Estado Democrático de Direito”, errou. Ponto final. Errou! A polícia tucana é truculenta. Bateu, chamou trabalhador de vagabundo, atirou na turba, em velhos, crianças, mulheres. Destruiu a casa das pessoas sem nem permitir que tirassem móveis, documentos. Isso só mostra que estamos governador por tecnocratas. Os mesmos que soltam o Naji Nahas e prendem o trabalhador que invadiu o Pinheirinho porque “assim manda a lei”.
Vergonha do Brasil, vergonha de São Paulo e dos paulistas. Vergonha, principalmente, do governo PSDB e da “justiça” (e bota ASPAS aí hein!), que tira de quem não tem para dar a quem já nem sabe mais onde gastar dinheiro.
Ah... lembrei... sabe onde gastar sim. Financiamento de campanha política...

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa


Eu não gosto da religião organizada. Ainda que traga alguns benefícios, a balança da história pesa contra sua existência. Milhões pereceram em guerras religiosas ou que, entre outras coisas, tinham a religião como um dos componentes da discórdia entre dois ou mais grupos. Além disso, tem ainda o uso político que clérigos fazem da religião, nem sempre em prol de coisas construtivas.
Ainda assim, eu seria o primeiro a defender o direito de uma pessoa de praticar sua fé (desde que num âmbito privado). Se a pessoa quer orar para seu deus, que o faça em paz e na certeza de que ninguém lhe prejudicará por isso. Para sintetizar este pensamento, cito o artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos que estabelece:
“Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.”
É importante frisar: as pessoas podem sim manifestar sua religião. Elas podem viver de acordo com os preceitos que julgam corretos. Se as mulheres decidem deixar o cabelo crescer e passam a usar saias na altura do joelho, ou se cobrem o corpo inteiro com uma burka, ou se os homens se abstém de sexo antes do casamento ou de carne de porco, não importa: as pessoas devem podem viver à sua maneira, desde que observados os direitos do próximo.
Mas alguns religiosos parecem não se conformar com o fato do vizinho venerar outro deus. Pior: há aqueles que não admitem que seu deus seja adorado de uma forma diferente, “herética”, àquela que a pessoa julga ser a correta. Este tipo de intolerância religiosa está acontecendo em diversos lugares do mundo neste momento, mas na Nigéria ganha contornos de guerra civil.Comentários (9)

12 previsões dos místicos para 2012


Começa mais um ano e com ele vem as previsões para 2012. Estou falando daquelas profetizadas por místicos de toda sorte: numerólogos, astrólogos, babalorixás, ciganos, etc. E nada melhor do que acompanha-las para ver se eles realmente irão acertar, certo?
Claro que não tem como acompanhar aquelas previsões do tipo: “Este é um ano de mudanças...”, ou ainda, “Este ano reserva muitas surpresas para o signo de [seu signo aqui]”. Eu queria algo mais certeiro, mensurável. Qual time de futebol será vitorioso este ano? A economia desabará de vez ou não? Para isso seguem as previsões e as fontes conforme observadas em Janeiro (não podemos garantir que elas estarão acessíveis ano que vem, sabe como é).
Sugiro aos que tiverem tempo (e curiosidade) entrarem nas fontes. Verão como é difícil extrair uma previsão assertiva, que não esteja envolta nas negras nuvens dos mistérios, dubiedades e generalizações. Ou, simplesmente, uma previsão que diga algo além do óbvio.
1 - Para o Brasil será um apogeu, o topo, será incrível a fama da presidente Dilma, que poderá ter poder de decidir, inclusive questões pertinentes ao âmbito mundial. Por causa de sua influência, após junho 2012, haverá uma reviravolta, uma conciliação política de lideranças, por intermédio dela, vejo que se destacará com força de representação política e econômica. Enquanto no 1o Semestre haverá rusgas, humores tensos, até violência e agitações em geral. No 2o Semestre, será um ciclo de sucesso sem conflito com muito pouca violência, mais tranquilidade e consciência social. [Fonte: STUM]
2 – Segundo Dimitri Camiloto, A crise da Europa deve durar mais uns 4 ou 5 anos. Isso é devido à quadratura entre Urano (em Áries) e Plutão (em Capricórnio), semelhante ao que ocorreu na crise de 29, início da década de 30 do século passado. O Brasil não será afetado porque somos especialmente beneficiados quando temos planetas lentos em signos de terra. [Fonte: G1]
3 – Entre 24 de Janeiro e 14 de Abril, a presidenta Dilma deverá ter muito trabalho no governo. Isso é porque Marte estará em Virgem. Isso é um movimento retrógrado, o que indica que a presidente deverá voltar atrás em algumas coisas. [Fonte: G1]
4 - A numeróloga Aparecida Liberato diz o ano será uma mudança de energia. “O número de 2012 será o 5. Essa energia indica que o ano que vem será um ano de inquietação e de instabilidade, em que aquilo que foi planejado não acontece”. Em relação ao Brasil, o ano será o de número 2. Um ano de ajustes mais lentos. “É um período de transição que também conta fatores externos”, afirma Aparecida. A numeróloga revela que as questões econômicas irão afetar o Brasil e que o país terá uma desaceleração do crescimento. “O Brasil irá tentar sobreviver”, prevê a numeróloga. [Fonte: Estrela Guia]
5 - A astróloga Mari de Morais prevê que o time do São Paulo só voltará a ter sucesso quando Rogério Ceni se aposentar. [Fonte: Esporte UOL]
6 – Ainda segundo Mari, os times paulistas também não devem ter um ano muito brilhante. O Corinthians cairá nas quartas de final da Libertadores e pode vencer no máximo o Paulistão, enquanto Santos e Palmeiras passarão o ano em branco. [Fonte: Esporte UOL]
7 – Mari diz ainda que a seleção brasileira também pode passar por mudanças. Ela afirma que Mano Menezes não resistirá ao fracasso nas Olimpíadas de Londres e será demitido após naufragar em mais uma tentativa de conquistar uma medalha de ouro. A astróloga afirma que Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo serão os candidatos naturais a suceder o atual técnico.[Fonte: Esporte UOL]
8 – Ainda no campo do futebol, a astróloga diz que 2012 será pródigo para os clubes cariocas, que devem faturar as principais competições nacionais e internacionais. A astróloga afirmou que o Flamengo será campeão brasileiro e o Vasco erguerá o troféu de campeão da Libertadores e ainda fatura o título carioca. Ao Botafogo e Fluminense restará o papel de coadjuvantes dos rivais. Menos pior para o tricolor das Laranjeiras, que deve conquistar a Taça Guanabara e irá se garantir na Libertadores de 2013 por ficar no G4 do Brasileirão do ano que vem. [Fonte: Esporte UOL]
9 – Mas a cigana Sara vem estragar a festa dos times cariocas. Ela diz que há grande chance do Corinthians “estar conseguindo” a vitória. O Palmeiras, em compensação, deve cair para a 2ª divisão do campeonato. [Fonte: TV UOL]
10 – Segundo a sensitiva Márcia Fernandes, Rafinha Bastos irá trocar de emissora em Março. A título de curiosidade, ela diz que Demi Moore “é” o pacto com o inferno. Diz que é manipuladora, possessiva: uma bruxa no jargão do meio. Ela diz que Luis Inácio Lula da Silva também “é” o pacto, e só chegou onde chegou graças as conversas que tem com os seres infernais e que lhe beneficiaram nesta caminhada. [Fonte: Astral da Semana]
11- Ainda segundo a sensitiva, infelizmente, apenas um milagre fará com que Reinaldo Gianecchini e Hebe Camargo superem suas doenças e passem deste ano. [Fonte: Astral da Semana]

E como não poderia deixar de ter, para fechar a lista, a profecia definitiva (desta vez, vai!) da chegada de Jesus Cristo e do fim do mundo. Ou quase isso...
12 - De acordo com os movimentos Salvai Almas - que se diz católico - e o Creciendo en Gracia - que se apresenta como evangélico-, o livro do Apocalipse prevê que, em 2012, o planeta sofrerá um colapso com resultados devastadores para a humanidade por conta da chegada de Jesus Cristo à Terra. Pelas profecias, até lá, mais da metade da população mundial irá morrer, seja por causa de guerras, epidemias, ou por meio de desastres naturais, como tsunamis, terremotos e chuvas de asteróides. Só se salvarão aqueles "puros de espírito" que creem no filho de Deus e nas escrituras bíblicas. Também sobreviverão alguns impuros que terão a chance de continuar no “paraíso” terreno se se converterem. Após tudo isso, a ordem será restabelecida com um mundo novo. O Salvai Almas não revela a data exata dessa vinda de Jesus, mas informa que os acontecimentos apocalípticos começarão a partir do dia 23 de maio. Neste ano, o movimento prevê que uma bomba atômica será lançada por Israel contra o Irã, dando início à 3ª Guerra Mundial. [Fonte: Correio 24 Horas]

                   Gays poderão ser condenados a morte ou prisão apenas por serem como são


Sabe quando aparece aquela pessoa “esclarecida” e diz que vivemos numa ditadura gay? Que eles estão se fazendo de vítima, etc? Pois é... descontando alguns excessos por parte dos homossexuais, a luta deles é para que não sejam sufocados do jeito que ocorre em outras partes do mundo.
Num mundo aonde cada vez mais religiosos radicais chegam ao poder, ideias discriminatórias igualmente radicais e perigosas podem virar realidade.
O vídeo abaixo fala sobre legisladores nigerianos, que preparam uma proposta de lei que condena casais gays que vivem juntos a 14 de prisão, endurecendo a legislação contra homossexuais no país.


A Anistia Internacional disse que a medida ameaça os direitos humanos básicos de um grande número de nigerianos.
O senador Ahmed Lawan afirma que se o casamento gay fosse liberado, a população diminuiria muito portanto a lei é para a proteção da humanidade.
Já em Uganda, o governo chegou até a propor a pena de morte simplesmente por ser gay. Ou seja, se seu filho nascer gay, ele está condenado a morte. Seria esse o amor cristão? Imagine viver num país onde, da noite para o dia, você passa a ser condenado a morte apenas por uma questão estritamente íntima! Você sempre pagou seus impostos, honra pai e mãe, ajuda na sua casa, trabalha honestamente, mas não importa: você é gay e irá morrer. Será que mesmo os religiosos radicais realmente querem um mundo assim?

                 Jornalista experimenta viver de acordo com bíblia por 1 ano!


Isso não é uma montagem. A. J. Jacobs viveu por 1 ano em NY de acordo com preceitos bíblicos
Aqueles que interpretam a Bíblia ao pé da letra não apenas existem, como têm voz no gabinete presidencial dos EUA. São os fundamentalistas bíblicos. Eles crêem que o Universo foi criado em 7 dias de 24 horas e não duvidam que Matusalém tenha morrido aos 969 anos (e concebido um filho aos 187 anos). Mais: a palavra é a lei. Se os livros mandam dar o dízimo, lá se vão 10% da renda da pessoa; se os textos sagrados condenam a luxúria, é dever zelar pela castidade – a própria e a alheia.
O jornalista americano A.J. Jacobs, agnóstico, fez uma lista de 72 páginas com mais de 700 regras, do Gênesis ao Apocalipse, que arbitram a conduta do homem comum. Decidiu que passaria um ano vivendo de acordo com os preceitos bíblicos, interpretando sozinho as escrituras. E encarnou o “fundamentalista máximo”, como ele define na introdução do livro que resultou desse projeto, The Year of Living Biblically (“O Ano em Que Vivi Biblicamente”, ainda sem previsão de lançamento no Brasil).
A. J. Jacobs como ficou após sua experiência e como ele era antes da mesma
Jacobs, um judeu que se define como agnóstico no início do livro, dividiu sua missão da seguinte forma: apenas os 3 últimos meses seriam dedicados ao Novo Testamento, exclusivo dos cristãos; os 9 primeiros abordariam o Velho Testamento, que cobre um período histórico muito mais extenso e também é adotado pelo judaísmo. Muitos dos ditames dos livros mais antigos já são observados pelos judeus de correntes ortodoxas.
No decorrer do tal ano bíblico, Jacobs foi se metamorfoseando numa espécie de Moisés a perambular pelas ruas de Nova York. Parou de aparar a barba (Levítico, 19:27), usou azeite como condicionador capilar e passou a vestir uma túnica branca (Eclesiastes, 9:8). Ainda no quesito ves­tuário, livrou-se das peças cujo tecido misturava lã e linho, pois a lei sagrada proíbe tal combinação (Levítico, 19:19). Jacobs esperava ser o único americano do século 21 a cumprir tal norma, mas encontrou um inspetor religioso especializado em examinar as roupas alheias ao microscópio, para detectar as fibras proibidas.
Julie, a mulher de A.J., não ficou lá muito contente com o novo visual do marido, mas foi outra regra bíblica que balançou a casa dos Jacobs: a proibição de tocar mulheres durante o período menstrual (Levítico, 15:19). Da porta para fora, tudo era uma maravilha para Julie. Ele não encostaria em nenhuma outra mulher, sequer apertaria sua mão, já que não poderia saber se ela estava ou não naqueles dias – exceção feita para uma colega da redação da revista Esquire, que lhe enviou as datas por e-mail. Dentro de casa, porém, a coisa ficou feia. A regra é clara e diz que a impureza da mulher menstruada se transmite para onde ela repousar o traseiro. Para contagiar o marido com sua irritação, Julie passou a sentar em todas as cadeiras do apartamento. Nosso herói não teve outra saída senão comprar um banquinho portátil que, quando dobrado, vira um cajado. Nada mais bíblico.
A esta altura, você já deve ter notado que uma boa parte das citações deste texto tem origem no Levítico. Esse é o livro que descreve o episódio em que Deus chama Moisés para o topo do monte Sinai e lhe dita os 10 mandamentos. Mas a coisa não acabou aí: Moisés passou 40 dias escutando as leis que o Senhor tinha a passar para o povo de Israel. Algumas diziam respeito à alimentação. Porco não pode (11:7). Coelho não pode (11:5). Escargot não pode (11:30). Camarão não pode (11:12), independentemente do tamanho – por acreditar que existam crustáceos microscópicos na água encanada de Nova York, alguns rabinos de lá recomendam o uso exclusivo de água mineral. [NE: Ok, desta eu não sabia!]
Jacobs obedeceu a todas as proibições.Mas o que de fato chamou sua atenção foi um alimento permitido: insetos saltadores (Levítico, 11:22). E por que diabos (ops!) comer grilos e gafanhotos? “A única referência a esse hábito na Bíblia é a história de são João Batista, que sobreviveu à base de gafanhotos e mel”, diz Jacobs no livro. O autor, então, agiu como o santo: encomendou uma caixa de bombons de grilo e, mui biblicamente, repartiu a refeição com um relutante amigo. Nojento? Talvez, mas nada mais que isso.
Já a ordem bíblica para apedrejar adúlteros (Levítico, 20:10) induz ao crime de assassinato. O sagaz Jacobs encontrou um jeito para obedecer à lei divina sem cair nas malhas da lei mundana. “A Bíblia não especifica o tamanho das pedras”, afirma. O que ele fez, então? Encheu o bolso com pedregulhos e foi à cata de uma vítima, o que deveria ser a parte mais difícil da tarefa. [NE: Solução sensacional!] Eis que um desconhecido de 70 anos ou mais agrediu verbalmente nosso aspirante a beato, perguntando por que ele “se vestia como uma bicha”. Jacobs explicou que estava lá para apedrejar adúlteros. “Eu sou um adúltero”, disse o homem – e levou uma pedrada de leve no peito. Ponto para o vingador bíblico.
Manter escravos também não pega muito bem no Ocidente do século 21, mas era prática corrente em todo o mundo na Antiguidade. O Velho Testamento, inclusive, traz instruções para espancar o servo sem causar sua morte imediata (Êxodo, 21:21) e recomenda não arrancar seu olho (Êxodo, 21:26), sob pena de ter de libertá-lo. Jacobs já havia desistido do personal escravo quando recebeu o seguinte e-mail: um universitário se oferecia como estagiário particular. “Qual é a coisa mais próxima da escravidão nos EUA?”, pergunta o autor. “Estágio não remunerado”, responde ele mesmo. [NE: E não é que é mesmo?] “Caiu do céu.” O rapaz aceitou a condição do escritor – que exigiu chamá-lo de “escravo” –, mas o pior castigo que recebeu foi tirar algumas cópias xerox.
Para que fazer tudo isso, afinal? O apedrejamento e o escravo foram apenas brincadeiras – embora o estagiário tenha realmente caído do céu. De resto, Jacobs não se ocupou somente de costumes exóticos e bizarros para faturar com o livro (a honestidade bíblica o obrigou a dizer que esse era, sim, um dos motivos de seu projeto). Ele impôs a si mesmo uma rotina de rezas (Salmos, 105:1), de caridade (Lucas, 11:41), de respeito às tradições de seu povo e aos idosos (Levítico, 19:32). Até palavrão ele parou de falar (Efésios, 5:4).
Essa parte menos espetacular do ano bíblico de Jacobs foi justamente a mais difícil. Para reprimir a luxúria (Oséias, 4:10), o autor cobriu com fita adesiva as imagens de potencial apelo sexual de sua casa – inclusive a foto de uma mulher vestida de gueixa numa caixa de chá. Não funcionou. O método mais eficiente de resistir à tentação, segundo ele, era pensar na própria mãe (aqui temos um claro abuso do voto de honestidade do autor).
Livro onde o jornalista relata sua experiênciaTambém a cobiça (Êxodo, 20:17) foi dura de controlar. Um dia, Jacobs listou as coisas que cobiçara desde a manhã: o cachê que outro escritor cobra por palestra, um computador PDA, a paz mental do fulano da loja de Bíblias, o jardim da vizinha, George Clooney e o roteiro do filme Como Enlouquecer Seu Chefe, de Mike Judd. E isso ele escreveu às 2 horas da tarde.
O maior desafio de A.J. Jacobs, contudo, foi a fé – que, convenhamos, é um requisito e tanto para ser plenamente bíblico. O escritor do início do livro é um homem de 38 anos, com um filho de 2 anos e uma enorme vontade de aumentar a família (Gênesis, 1:22). Ele não tem fé, mas sente falta de um alicerce moral para o próprio lar e mergulha na religião, um terreno desconhecido. Nos primeiros meses, sente-se desconfortável ao rezar; perto do fim do projeto, experimenta o êxtase místico – dançando feito um rabino louco ao som de Beyoncé, na festa de 12 anos (bat mitzvah) de uma sobrinha. Mas ainda se declara agnóstico.
Aparentemente, o cara conseguiu encontrar o sentido que buscava. E uma explicação, embora nem sempre convincente, para cada uma das regras bíblicas. A enorme barba, por exemplo, serve para indicar que se trata de um homem de paz. Um guerreiro nunca a usaria, pois o inimigo se agarraria aos seus pêlos – assim lhe disse um líder religioso em Jerusalém.
Jacobs encontra sentido até no mais estapafúrdio dos mandamentos, que ordena decepar as mãos da mulher que agarrar “as vergonhas” do oponente de seu marido em uma briga (Deuteronômio, 25:11-12). Aqui, a mensagem oculta é: a mulher causou vergonha tanto ao próprio marido (que venceu a luta injustamente) quanto ao inimigo dele. A interpretação rabínica das escrituras diz que a mulher que envergonha o marido deve pagar uma multa – a mutilação é metafórica.
Se os judeus aceitam como metáfora uma ordem divina e os cristãos ignoram muito do Velho Testamento – a vinda de Cristo teria anulado a necessidade de circuncisão, entre outras coisas –, quem segue a Bíblia ao pé da letra, de cabo a rabo? “Ninguém”, conclui Jacobs, “nem os fundamentalistas”. Quem se propõe a fazer uma leitura literal da Bíblia acaba sempre escolhendo o que vai obedecer.
Atualmente, Jacobs vai à sinagoga (sim, ele passou a frequentar uma) e planeja o Bar Mitzvah de Jasper, seu filho mais velho.
- “Ok, ok. A Bíblia mudou minha a vida” - reconhece.

                               A farsa da psicografia feita pelos médiuns


Sessão de psicografia
Certa vez, revelei a um crente que sou ateu. Um tanto quanto surpreso, após algumas indagações, ele me perguntou o que explicaria cartas psicografadas. Não seriam provas definitivas da existência de espíritos?
Naquele instante, ficou muito clara a diferença entre o modo de pensar de um cético e de um crente. Para esclarecer como é possível um espírito escrever através de um médium é necessária uma miríade de explicações. Já para alguém mais materialista, por assim dizer, as explicações não precisam ir tão longe nem dar tantas voltas. O diálogo acabou mais ou menos assim:
- Como você explica, então, que o Chico Xavier psicografasse detalhes tão precisos do morto?
- Bom, se os detalhes eram assim tão peculiares, então alguém [bem vivo] passou isso para o médium.

A conversa acabou mais ou menos por aí, mas depois eu quis saber se havia alguma evidência ou, ao menos, algum testemunho que indicasse que a psicografia está mais para charlatanismo do que espiritualismo. Felizmente, eu encontrei o vídeo abaixo. Muitos já devem ter conhecimento do mesmo e, talvez, do conteúdo (já foi falado um pouco a respeito aqui no Bule). Mas vale a pena ver de novo.
Waldo Vieira, que trabalhou com Chico Xavier por mais de 10 anos denuncia: as psicografias são espetáculos montados para atrair público. É tudo uma grande farsa. Um assistente do centro espírita entrevista o parente do morto e repassa as informações detalhadas para o médium “psicografá-las”.
No ótimo site “Obras Psicografadas” tem abundante material contestando a veracidade desta prática, mas aqui vou frisar um trecho que me interessa, onde o jornalista Marcel Souto Maior nos mostra o que ocorre ANTES das sessões de psicografia:
É ali, atrás de uma mesa de madeira, que Baccelli [médium] atende os candidatos a receber uma mensagem do além. Estes encontros se sucedem a partir das cinco da manhã, uma hora e meia antes do início da psicografia.
Durante as conversas, quase sempre ligeiras, Baccelli pede mais detalhes aos visitantes sobre seus entes queridos e as circunstâncias da morte. Informações como nomes de avôs e avós são anotadas por ele, muitas vezes, em pequenos pedaços de papel, levados mais tarde até a mesa do salão principal, o palco da psicografia.
Interessante que muitas das obras feitas por Baccelli estão à venda no site dele. Mais um deboche da ingenuidade alheia.
Pior ainda, é que obras psicografadas vêm perigosamente sendo consideradas como instrumentos jurídicos no Brasil. Um dos casos mais recentes registrou-se em maio de 2006, em Porto Alegre (RS), tendo a ré, Iara Marques Barcelos sido inocentada do assassinato do ex-amante, Ercy da Silva Cardoso, graças a uma carta que teria sido ditada pelo falecido. Mais recentemente, em 17 de maio de 2007, o julgamento do réu, Milton dos Santos, pelo assassinato de Paulo Roberto Pires (o "Paulinho do Estacionamento") em abril de 1997, foi suspenso devido a uma carta recebida pelo médium Rogério Leite em uma sessão espírita realizada em 2004, na qual Paulinho inocenta o acusado. Fotografias da sessão espírita foram anexadas aos autos do processo.
No entanto, o advogado Roberto Selva da Silva Maia indicou em um artigo que os documentos psicografados podem ser aceitos no tribunal como documento particular, mas não como prova judicial. Isso se dá porque a lei estabelece que a morte extingue a personalidade humana, logo um morto não poderia gerar documento legal. Segundo, a psicografia depende da aceitação de premissas religiosas, e o judiciário não é religioso visto que nosso estado é laico e, por fim, não haveria forma de se usufruir do princípio do contraditório e da ampla defesa.
Mesmo ante tantas evidências, crentes continuarão crentes. Eles têm o direito de enganar e serem enganados para sustentar sua fé. Mas nunca podemos deixar isso ultrapassar o limite do fantasioso e afetar o mundo real.
Mãe com carta psicografada do filho: vale enganar para dar alento às pessoas?

                                 O dia em que o carro virou oficialmente “Porte de Arma”


Milhares de pessoas morrem no Brasil todo ano pelas ruas e estradas do país. Imprudência, desrespeito à sinalização, excesso de velocidade e direção sob o efeito do álcool são os grandes causadores destas tristes estatísticas. Só na cidade de São Paulo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas está relacionado a 42,7% dos acidentes de trânsito com mortes. Mas há uma estatística ainda mais triste: na história deste país, nunca ninguém foi preso por matar alguém enquanto dirigia bêbado.
Recentemente, o STF deu um passo para que o cenário se mantenha o mesmo. Os ministros entenderam que a responsabilização de doloso pressupõe que a pessoa tenha se embriagado com intuito de praticar o crime. Logo, um bêbado matar alguém enquanto dirige, é apenas um acidente, um homicídio culposo (cuja a pena é muito mais branda). É uma interpretação correta, ainda que funesta, segundo a maioria dos juristas. Infelizmente, os juízes deste país estão atados por leis mal formuladas.
Mas isso pode mudar...
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) lembrou que, no Brasil, são raras as condenações por crime de trânsito. Além disso, destacou, as penas de prisão acabam sendo substituídas por prestação de serviços à comunidade ou pagamento de cestas básicas. É mais uma lei que protege o infrator e fortalece a sensação de impunidade.
Como parte da solução para o problema, o senador defendeu projeto de lei de sua autoria (PLS 48/11) que torna crime a condução de veículo automotor sob a influência de qualquer concentração de álcool ou substância psicoativa. As punições vão desde a detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão da carteira de motorista, ou ainda proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, no caso de morte causada pelo motorista embriagado, ou ainda pena de reclusão de quatro a 12 anos, multa e suspensão ou proibição de conseguir nova carteira de habilitação.
O que mais entristece nesta história toda é que as pessoas sabem o que é correto. O que mais revolta é que as pessoas acham que conseguem dirigir bêbadas. E o que mais acontece são acidentes e tragédias. Lembro-me de um motorista que atropelou pai, mãe e filha. Os pais morreram, a filha ficou órfã, o motorista pagou uma fiança e está livre como se nada tivesse ocorrido. Em casos mais recentes aqui na capital paulista, vimos um engenheiro destruir um carro e uma vida com seu Porsche a 150 km/h. Em outro caso, uma nutricionista bêbada invadiu a calçada e matou um jovem que por ali passava.
Ainda mais recente foi a tragédia que se abateu sobre Rafael Baltresca, que declarou: “A gente vive em um país ridículo, onde se coloca cerveja e álcool como drogas socialmente aceitas”, disse. Para Rafael, as leis são brandas. “O motorista que dirige em alta velocidade e bebe assumiu o risco [de provocar acidente]”, defendeu. Rafael é órfão de pai e agora perdeu a mãe e a única irmã, ambas atropeladas na saída de um shopping em São Paulo por um motorista bêbado. Isso é algo que verdadeiramente me deixa triste. Penso em como seria voltar estar em casa e saber que minha mãe morreu por causa de uma pessoa que bebeu, ligou o foda-se para o resto do mundo e saiu dirigindo. Pior ainda seria saber que essa pessoa nunca pagará por este crime hediondo e premeditado que cometeu.
Famílias destruídas e vidas arruinadas devido a um crime previsível. Quem bebe e dirige sabe perfeitamente o risco que traz para si e para os demais. Não merece pena, não merece fiança, não merece a liberdade. Deve, sim, ser exemplarmente punido tanto quanto alguém que mata deliberadamente com uma arma de fogo. Além disso, como propõe o senador, deve-se cassar a habilitação para o resto da vida nos casos em que a condução sob efeito do álcool resultar na morte de um inocente.
Tanto quanto se proíbem as armas aos civis (despreparados física e psicologicamente para portá-las), deve-se proibir a condução de carros para pessoas que mesmo completamente cientes do perigo da combinação álcool e direção insistem em dirigir. Devemos fazer isso com rigor, pois, infelizmente há muitas pessoas que estão se lixando para a vida do próximo e que representam uma potencial ameaça à sociedade.

                A guerra sem sentido contra a homossexualidade


Protesto religioso: God Hates Fags (Deus Odeia Viados)
Religiosos comparecem a enterros de gays com cartazes dizendo que deus odeia gays
Gays, lésbicas, simpatizantes, homofobia, PL 122, união homoafetiva. Temas em pauta nas nos debates entre conservadores, homossexuais e defensores dos direitos humanos. Um enorme gasto de energias e esforços para resolver algo que, a priori, sequer é um problema. Retomaremos este ponto mais tarde, mas agora precisamos entender como chegamos às trincheiras desta guerra e toda a falta de sentido que a caracteriza.
O texto é longo, compilado de vários lugares. Dividi-o em partes para facilitar a leitura. Aos que já conhecem sobre as matérias, deixo minha opinião na parte de conclusão deste texto.Comentários (22)

A Revolução não será clicada


Egípcios vão às ruas, protestam ferozmente e derrubam governo do ditador Mubarak
Somos, em geral, pessoas atarefadas. Estamos sempre fazendo alguma coisa. Precisamos ganhar dinheiro ao mesmo tempo em que precisamos de experiência, conhecimento e, quando sobra tempo, um pouco de diversão. Pagamos tributos pesados, sufocantes. Vivemos num país onde nosso governo, as empresas e até conhecidos estão constantemente nos passando a perna. Juntamos algum dinheiro a muito custo para comprar comida, um carro, viajar, até para comprar uma casa. Merecemos esta recompensa por nossos esforços.
Delegamos a um governo a tarefa de garantir as necessidades básicas do nosso povo. Para tanto, damos ao Estado um dinheiro que ele redistribui de forma a garantir a sobrevivência e bem-estar de nós. Infelizmente, não há governo perfeito. Para piorar a situação do Brasil, nossos agentes públicos, salvo raras exceções, vivem em uma competição pelo enriquecimento próprio em detrimento do resto – de TODO o resto.
Neste mundo de “salve-se quem puder”, a população menos afortunada sofre. Apesar dos reconhecidos esforços nos últimos anos, temos ainda milhões de miseráveis no Brasil e outros bilhões pelo mundo. Alguns o são por indolência e outros, pelo infortúnio. Mais do que o povo, sofrem os animais – tanto os de criação, quanto os domésticos e os selvagens. Sofre ainda o meio-ambiente (e aí, por tabela, nós todos) com o avanço predatório inconsequente e desorganizado do urbanismo.Comentários (1)

O perigo da evangelização de crianças


A história de Matheus é uma tragédia anunciada. Uma criança que ainda nem deve saber ler/escrever, mas já está doutrinada coercitivamente por pais que acham estarem fazendo o melhor para seu filho. Claro que, além de ensinar a rezar e pedir algo a um deus, a religião de Matheus também prega que este mesmo deus pune severamente seus próprios filhos que desviam do caminho que ele julga ser o melhor.
No vídeo vemos uma criança atormentada, desesperada com uma possível punição divina por ter matado um passarinho, ainda que o tenha feito sem intenção (se é que foi culpa dele de alguma forma). Então, eu perguntaria para os pais deste coitado: “Você realmente acha que a religião está fazendo bem para sua criança?”.
Certamente, estes pais acharão graça da reação exagerada do filho e dirão que, ainda assim, a educação religiosa lhe fez bem, pois, ele entendeu o valor de uma vida e se arrependeu (até demais) de ter tirado a vida de outro ser. Curado desta miopia que vem de brinde com a doutrinação religiosa, posso antever um garoto obcecado por sua fé e problemático em certo grau.
Quais as chances de um garoto nascido e criado numa rígida família cristã se tornar um dos 56% dos evangélicos brasileiros que fazem sexo antes do casamento ou daqueles 25% absurdamente hipócritas que já traíram a esposa? Dadas as porcentagens, vemos que as chances são muitas.
Mas há consequências mais graves desta religiosidade rígida sobre as quais muitos pais incautos (ou ignorantes) nem sempre estão atentos. Vamos imaginar uma garotinha jovem e religiosa. Ela ouve tudo e todos falando sobre o fim dos tempos e da tormenta eterna a qual um (bondoso?) deus condenará todos aqueles julgados como pecadores. Eis que ela decide escrever em seu diário:
“As baleias estão tentando encalhar-se e os pássaros estão morrendo – é só o começo do fim. (...) Nós não somos as pessoas justas, somente eles irão ir para o céu, e os outros ficarão aqui na Terra para passar por terríveis sofrimentos. Eu não quero morrer como os outros. Por isso é que eu vou morrer agora.”
Sim. Foi exatamente isso o que ela fez. Graças à previsão de Harold Camping, Nastya Zachinova, que vivia na República de Mari El na Rússia Central, acreditou que o fim do mundo seria no dia 21 de maio e se enforcou. E se Matheus, o pobre garoto do vídeo, tivesse dado o mesmo fim a si mesmo, na certeza de que isso talvez “aliviasse” seu pecado?
Eu entendo que os pais querem educar seus filhos para serem boas pessoas e usam a religião como uma das ferramentas para isso. Mas será que não seria o bastante ensinar apenas questões éticas e morais? Daquelas que toda pessoa sensata conhece o mínimo? Um “obrigado”, um “por favor”, um “licença”, o respeito às outras pessoas, etc? Claro que é possível! Contudo, neste cenário sem deus, vai que seu filho cresce e vira um ateu... aí, nem toda a moral e ética do mundo o tornariam uma boa pessoa, não é mesmo? Então, vale o risco para evangelizar desde o berço nossos amados filhos.
Encontre um erro nesta imagem de uma criança muçulmana orando

                            Campo eletromagnético nada tem a ver com misticismo


Mágica do mundo real: Richard Box usa o campo eletromagnético de torres de alta tensão para acender lâmpadas
É muito comum os espíritas e místicos em geral usurparem o termo “campo eletromagnético” para explicar como ocorrem certos fenômenos que eles alegam existir. Eles fazem parecer que somos controladores destes campos e que interagindo com eles poderíamos realizar mágicas, ou entrar em contato com espíritos, enfim, despertaríamos para o mundo das coisas sobrenaturais. Novamente, não foi desta vez que os místicos e religiosos conseguiram nos convencer que o mundo fantástico deles (que eles tanto querem que exista) é uma realidade.Comentários (2)

Dos preconceitos que todos temos (e não há nenhum problema nisso)


Quem já assistiu Tiros em Columbine, de Michael Moore, deve se lembrar do trecho em que ele mostra o quanto os negros são discriminados nos EUA. Não é à toa. As sucessivas cenas com trechos de diversos telejornais com negros sendo presos, assaltando e traficando, dão uma pista do porquê deles terem este tratamento. Se sempre que você vê um bandido na televisão ele é negro, você associará uma coisa com a outra.
Aqui não é lá muito diferente. Tanto que mais de 60% da população carcerária é composta de negros. Logo, minha reação instintiva ao ver um negro mal vestido é segurar minha mochila com mais força e torcer para que ele não faça parte daquela parcela de negros que vemos toda hora nos noticiários policiais. Não preciso dizer que faço isso inconscientemente. É uma reação quase que instintiva de um cérebro evoluído para reconhecer potenciais ameaças. E quanto não fico irritado ao chegar algum moralista (que parece livre de preconceitos e estereótipos) apontando o dedo na minha cara gritando: “Isso é ser preconceituoso!”.
Isso me lembra de um vídeo engraçado que encontrei na internet. Um sujeito decide passear com uma meia-calça na cabeça. Daquelas que assaltantes de bancos costumam usar em filmes. O engraçado é ele entrando com dinheiro, serenamente, perguntando o preço de alguns produtos ou coisa do tipo e vemos as pessoas fugindo desesperadamente. Num determinado momento, mesmo ele dizendo que só quer comprar uma coisa, um lojista não acredita e chama a polícia.
Em outra situação hipotética, se ele usasse o mesmo adereço numa aldeia sem acesso à televisão seria tratado normalmente. Será que isso é por que os aldeões são menos preconceituosos do que os moradores de uma cidade grande? Claro que não. Contudo, não há nenhum tipo de condicionamento que lhes permita formular um conceito prévio sobre se alguém usando meia-calça na cabeça é uma pessoa boa ou ruim. Ceder a um instinto seguindo nosso conhecimento sobre a periculosidade de um estereótipo de uma pessoa ou de uma situação é, portanto, um tipo de preconceito que fazemos naturalmente e sobre o qual não temos controle. Mas será que há algum tipo de preconceito moralmente condenável e sobre o qual verdadeiramente deveríamos nos focar em mitigar?
Quando o preconceito torna-se justificativa para realizar deliberadamente um ato que trará algo prejudicial a outrem de forma injusta, aí temos um problema. Se aquele negro maltrapilho entrou no ônibus, pagou sua passagem, se sentou em seu banco e alguém tentar tirá-lo dali, partindo do pressuposto que o homem seja um cidadão de bem, estamos a cometer uma injustiça. Ainda que uma pessoa se sinta ameaçada, ela não tem o direito de tomar uma ação baseada apenas no conceito que ela tem sobre negros com roupas esfarrapadas.
Por que aumentar mais o salário do branco, se o negro também é capaz? Por que negar direitos a casais homossexuais que levam a vida exatamente como qualquer outro casal heterossexual? Nestes casos, estamos sucumbindo às nossas preferências e conceitos em detrimento da racionalidade e da justiça. Claro, isso ainda permite que uma pessoa goste ou não de homossexuais, negros, asiáticos, obesos, muçulmanos, etc. Mas na hora de tomar uma atitude em relação ao próximo, devemos tentar agir com isenção. Se atuarmos baseando-se apenas no que presumimos ser a personalidade e capacidade do outro, estaremos nos comportando de forma tão ridícula quanto as pessoas no vídeo fugindo de um consumidor americano comum que decidiu usar meia-calça na cabeça como adorno.Comentários (5)

Crítica ao carnaval mostra uma verdade que às vezes esquecemos


Sim, eu gosto do carnaval. Folia, alegria, feriado. Mas nem todos se lembram da verdade por trás desta grandiosa festa brasileira. Eu não poderia escrever melhor a respeito disso do que este editorial que vocês podem conferir no vídeo abaixo.
Talvez, precisemos do carnaval. Precisamos de um momento justamente para esquecer de tanta coisa ruim que acontece à nossa volta. Mas o carnaval poderia ser melhor… poderia ser de um jeito que já foi um dia.Comentários (7)

Levando vantagem em tudo: a cultura que corrói o Brasil


Vivemos em uma terra de espertos. Mas isso não é bom. Não é uma esperteza solidária, em prol da comunidade ou de um projeto que trará algum progresso. E sim mesquinha, egoísta, individualista. E no meio do “salve-se-quem-puder” aqueles que tentam fazer as coisas corretamente acabam prejudicados. Num país onde todos querem levar vantagem sobre o próximo, vivemos numa eterna e feroz competição de rasteiras e poucos de nós conseguem ficar de pé.
Em um exemplo para começar, temos que boa parte de população não paga impostos. Não estou falando em atrasar. Estou falando em não pagar. Nunca. Eu e você, bons cidadãos, pagamos para compensar esta sonegação criminosa. Mas outros exemplos do dia-a-dia são ainda mais triviais e inacreditáveis.

 Céticos brasileiros tentarão cometer suicídio homeopático no Sábado (05/02)


Se você não sabe o que é homeopatia, veja o vídeo acima de James Randi explicando-o. Resumidamente, posso lhe adiantar que a homeopatia consiste em pegar uma substância que causa um sintoma (como cafeína, que causa insônia), diluí-la até não restar sequer UMA molécula original da substância e apresenta-lo como remédio para o problema causado pela substância (no caso do café, um homeopático dele serviria para ajudar a dormir). Pois bem.
400 céticos britânicos tentam cometer suicídio homeopático
Precisamente às 10:23 da manhã do dia 30 de janeiro de 2010, mais de 400 céticos britânicos ingeriram quantidades maciças de remédios homeopáticos buscando uma “overdose” que, se a homeopatia funcionasse, deveria ter causado sérias consequências. Felizmente, como se queria demonstrar, todos saíram ilesos deste protesto público contra a venda de “remédios” homeopáticos que não possuem qualquer efeito comprovado além do placebo. Uma overdose de pílulas de açúcar não tem efeito maior do que uma bala. De doce, claro.
Em resposta ao protesto cético contra a venda de produtos inócuos a consumidores incautos, mesmo o Conselho de Homeopatas da Nova Zelândia já foi forçado a reconhecer que seus produtos não contêm “substâncias materiais”. A porta-voz do conselho, Mary Glaisyer, admitiu publicamente que “não resta nenhuma molécula da substância original”. É reconhecidamente apenas água ou açúcar. Paul Bennett (dono de uma rede de farmácia que vende homeopáticos na Inglaterra) reconheceu que os produtos são vendidos porque são populares e não porque sejam efetivos no tratamento de qualquer doença.
Hoje, quase um ano após esta tentativa de suicídio coletivo com overdose homeopática, céticos em todo mundo se organizarão para às 10:23 do dia 05/02 ingerir doses “letais” de homeopáticos. É uma tentativa de sensibilizar a população e, quem sabe, as autoridades de que não é ético nem prudente recomendar balas de açúcar para pessoas com enfermidades sérias.
No Brasil, o site “1023” mantido pelo cético Kentaro Mori, o Bule Voador e outros grupos céticos, estão organizando células que irão participar do evento. O desafio culminará no dia 6 de fevereiro na conferência QED em Manchester, Reino Unido, onde 300 ativistas participarão da maior demonstração simultânea contra a homeopatia da história.Comentários (24)

Como tucanos e demos tratam seu povo


Os estudantes foram para as ruas protestar contra o absurdo aumento de R$ 2,70 para R$ 3,00 nas passagens de ônibus. Um protesto pacífico. Qual foi a ordem dada à polícia? Gás lacrimogênio e bala de borracha à queima-roupa nestes “baderneiros”.
Uma triste realidade. Mas os paulistas, infelizmente, continuarão votando eleição após eleição nestes mesmos políticos que abusam e oprimem. O governo de São Paulo terá 20 anos ininterruptos de administração tucana e pelo menos 8 anos de PSDB / DEM na administração da cidade de São Paulo.
Segue o vídeo e o link para o blog do Viomundo.

                               Maus tratos aos animais: um mal que precisa acabar


O vídeo acima possui imagens fortes. A não ser que seu estômago seja realmente fraco, encorajo você internauta a assistí-lo. Precisamos ver para entender e cada um precisa experimentar o que sente ao olhar animais tratados de forma desumana.
O plenário da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na reunião ordinária de ontem (06/12/10), manteve o veto total do prefeito Barjas Negri (PSDB) ao Projeto de lei (202/10), de autoria do vereador Laércio Trevisan Júnior (PR), que proíbe o uso e o sacrifício de animais em práticas de rituais religiosos no Município de Piracicaba. Foram sete votos contrários ao veto e cinco favoráveis.
No projeto, o vereador Trevisan defendia a proibição do sacrifício de animais em práticas de rituais religiosos. O descumprimento da lei implicaria em multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) dobrado a cada reincidência. O Executivo deve apresentar outro projeto na Câmara. (Fonte: Câmara de Piracicaba)
A natureza é um ambiente hostil. Mundo afora, plantas são comidas por animais e estes, por sua vez, são feroz e cruelmente caçados e mortos por outros animais que estão no topo da cadeia alimentar. O equilíbrio da fauna e da flora e a própria Teoria da Evolução de Darwin, se apoiam sobre este funcionamento cruel da natureza. Cruel para nós, humanos.
Talvez, sejamos uma das poucas espécies no mundo com um senso de bem e mal, cruel e gentil. Ainda que estes valores sejam percebidos de formas distintas pelas diferentes culturas pelo planeta, todos têm um senso comum pelo qual medimos o mundo e o que nele ocorre. Abrir um ser vivo, que sente dor, e comê-lo por vários minutos até que ele finalmente morra é hediondo aos olhos da maioria, mas perfeitamente natural para leões famintos nas savanas africanas. Justamente por estarmos cientes destas condições de dor e sofrimento alheio, podemos fazer diferente.