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27 de mar. de 2012

Não temos o vídeo, temos o áudio! Mas vale a pena ouvir esta voz que fez o Brasil sorrir por anos a fio! Chico Anysio, mais uma homenagem do Blog NA TRILHA DO CASTELO!



Ouça com atenção!


Além do humor, o artista também se aventurou pelo mundo da músicamúsica


Eu sei que tá todo mundo falando de Chico Anysio, inclusive a emissora de televisão que o menosprezou, agora até o idolatra. Mas, o que poucos sabem é que o humorista também fez bonito  na música. Além de se aventurar pelo humor, literatura e crônica esportiva, Chico foi parceiro musical de outro saudoso comediante. Em 1974, ao lado de Arnaud Rodrigues, Anysio gravou o álbum “Baiano & Os Novos Caetanos”. O disco que mistura samba rock, xaxado, forró e rock teve como inspiração os personagens Baiano (Chico) e Paulinho (Arnaud) de um quadro do inesquecível Chico City que satirizava o jeito riponga de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Os Novos Baianos. Das 11 faixas, destaque para “Vô Batê Pa Tu” (que pode ser conferida no final do post), “Folia de Rei” e “Urubu Tá com Raiva do Boi”.
Chico também foi parceiro musical do saudoso Wando. Inclusive, teve várias canções gravadas por outros intérpretes, entre eles, pasmen, o eterno trapalhão Mussum.
 






Não dá pra chamar de sertanejo de raiz. Isso é Tonico e Tinoco. Na verdade, João Mineiro e Marciano foram os precursores desse câncer que se tornou o sertanejo romântico, com o ápice na dupla Zezé Di Camargo e Luciano, e suas derivações universitárias posteriores. Mas em João Mineiro e Marciano ainda se via algo de autenticidade. O brega levado a sério, feito com o coração rasgando e não simplesmente esse teatrinho fake  que se vê hoje em dia, com a pretensão de ser pop e moderninho.
Mas tudo isso é pra dizer que, abafada pelo velório de Chico Anysio, a morte de João Mineiro durante o último fim de semana foi injustamente ignorada pela grande maioria das pessoas. Mas os sucessos “Seu amor ainda é tudo” e “Ainda ontem chorei de saudade”  permanecem tão vivos que até um punk saberia cantá-los de cor. O programa de TV no SBT nos anos oitenta ajudou ainda mais a popularizar a carreira desses caras que têm o mérito de não seguirem modinhas, sempre fiéis ao estilo que abraçaram e que os eternizou.
João Mineiro, ou João Sant’Angelo, tentou substituir o seu parceiro após a dissolução da dupla, em 1993. Os genéricos tinham sempre nomes semelhantes – Marino, Marcian e por fim Mariano, certamente visando minimizar os impactos negativos do rompimento sobre o público.
João Mineiro morreu no sábado, dia 24, aos 76 anos, de complicações após uma cirurgia para a retirada da vesícula. No vídeo abaixo, a entrevista antes da canção é simplesmente hilária.







Pluralidade sempre é bom. Respeitar todos os estilos, ainda que você tenha o seu de preferência. Nesse espírito, já fui a shows dos mais diversos, desde Judas Priest a Fafá de Belém (de graça, até injeção na testa). Criei até categorias para classificá-los, que vão de inesquecível até execrável. Nesta última classe (última mesmo!) dois foram marcantes. Obviamente, não fiquei até o final:

- Jota Quest, no anfiteatro Pôr-do-Sol, em Porto Alegre. De graça, e não poderia ser diferente. O Rogério Flausino mais sem sal do que nunca dando seus pulinhos com seu macacão branco e o resto da banda fingindo que estava gostando de estar lá. Nem os efeitos luminosos de raio laser (parece que eles tem uma música com esse nome) puderam tornar o momento mais interessante. Sinceramente, não lembro bem, mas acho que eu estava muito sem ter o que fazer para ter ido até lá.

- Da Guedes, no anfiteatro Padre Werner, da Unisinos. Esse é “hors concours”. Fiquei com vergonha pelos caras. A malandragem mais forjada que já vi na minha vida, na tentativa de fazer um hip hop empolgante e identificado com a realidade local. Nada contra hip hop, mas o som desses caras é muito chato. Pra ter uma ideia, eles foram capazes de lançar um álbum chamado “DG (ou melhor, Da Guedes) vs a luz falsa que hipnotiza o bobo”. Acho que o bobo em questão era eu por ter perdido preciosos minutos com um show desses. Fui valente: resisti até a segunda música.
Mas minha vida de shows não se resume a esses fracassos, sem dúvida. Vi o Rush ainda em grande forma em 2002. O Roger Waters genial, em pleno e glorioso Estádio Olímpico (nesse show até beijei na boca… maravilha!). E fui a um show surreal na minha cidade natal, dos Acústicos & Valvulados, onde o chão do bar ameaçava cair e o proprietário queria botar pra fora quem pulasse. Genial! Lobão (ainda o rockeiro subversivo e não o chatinho de agora) e Paralamas do Sucesso em Santa Maria (energia total), nos bons tempos (início dos anos noventa), também ficaram bem guardados na memória.
No fim das contas, o grande lance é esse. Os piores shows me fazem lembrar dos melhores. Isso não é incrível?
Então, pra terminar bem esse post, Mr. Roger Waters e banda. Um show nada a ver com o título desse post.





Algumas músicas, pelo que representaram na época em que foram lançadas, ganharam expressão maior que a própria banda. Isso muitas vezes foi favorecido pelo cinema. É o caso de “Born to be Wild”, do Steppenwolf, que foi o tema de “Easy Rider”, filme que marcou uma geração pelos seus ideais de liberdade. “Sex Machine” é praticamente uma marca registrada de James Brown. Remete direto a ele, tamanha é a identificação do som com o artista.
O fato é que tem músicas que sobrevivem sozinhas, que parecem nem ter autoria. Alguém saberia por acaso me dizer quem criou “Summertime Blues”. É que tanta gente já gravou, aí confunde. É de Eddie Cochran, e foi regravada por grandes bandas como Beach Boys, The Who e Rush.
Só esses três sons já exemplificam bem aquilo que a gente pode chamar de “eternos covers”, porque sempre vão merecer novos arranjos e versões que todo mundo vai gostar de ouvir, porque música boa não fica velha nunca.