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11 de mar. de 2012

Comentários/palestras (Parte I de V) e (II de V)


Coisas Estranhas no Sistema Solar


Vídeo da palestra

 Palestra Andrè Luiz Ruiz ( Apocalipse 2012, Crop Circles, Elenin, Nibiru, Fema e Teoria da Conspiração)



Essa trilogia aborda aspectos interessantes do atual momento da humanidade, relatando as bases lunares localizadas no plano astral pra onde são enviados periodicamente milhões de espíritos já exilados da Terra aguardando o momento do expurgo para o orbe exílio. Essa informação foi também trazida na trilogia "Reino das Sombras" do médium Róbson Pinheiro, dois médiuns que confirmam informações que tive acesso ainda na adolescência quando pude participar de mais de 500 reuniões do Dr Fritz, que já falava nessas bases nos anos 90 e relatou, no início dos anos 80 que o auge desses eventos ocorreria exatamente na década de 30, algo que confirmei sem sombra de dúvida nos estudos sobre a profecia de 2036 que exponho em mais de 25 textos nesse blog.
   
A palestra tem pontos bem interessantes, no geral é bem alinhavada, sobretudo na questão dos Crop Circles, buscando um viés mais científico e menos "esquisotérico", da mesma forma ao abordar a pesquisa sobre o alinhamento de alguns planetas do nosso sistema solar e a incidência de grandes tremores em virtude desses alinhamentos. 



A parte que achei fraca foi a questão do Elenin, Apocalipse 2012, Nibiru (suposto astro intruso entrando no sistema solar), assim como as "coincidências" entre o filme Impacto Profundo e o Elenin. Esses pontos eu comentarei em um ou dois textos nas próximas duas semanas, até pra dar tempo dos leitores assistirem ao vídeo com calma, que é longo mas compensa.

Ao realizar em breve esse trabalho de análise do vídeo tentarei expor alguns "furos" que foram apresentados e algumas informações novas, para que o leitor desse material que assistiu o vídeo possa comparar as informações e assim formar a própria opinião a respeito dos assuntos abordados no vídeo e a respeito dos comentários que farei. O vídeo está dividido da seguinte forma nas 3 horas de palestra:

Apresentação : primeiros 5 minutos

Distorção cognitiva: 5 minutos a 10 minutos

Coisas estranhas no Sistema Solar ( Lua, Saturno, Júpiter, Vênus, movimentação dos pólos na Terra): 10 minutos a 28 minutos

Crop Circles : 30 minutos a 1hora e 9 minutos

Alinhamentos planetários produzindo terremotos: 1 hora, 22 minutos e 50 segundos a 1hora, 29 minutos e 15 segundos

Elenin passagens pela Terra de agosto de 2011 a novembro de 2011: de 1hora e 29 minutos a 1hora e 32 minutos

Nibiru e Elenin : 1 hora e 38 minutos  a 1hora e 57 minutos

Nibiru descoberto em 1983 : 1 hora e 57 minutos  a 1hora e 59 minutos

Fema: 2 horas a 2horas e 3 minutos

Impacto profundo x Elenin e Nibiru : 2 horas e 3 minutos a 2 horas e 37 minutos

Erupções solares : 2 horas e 38 minutos a 2 horas e 41 minutos

Encerramento com a visão espírita do palestrante : 2 horas e 41 minutos até o final


Sites e links que serviram de base para a palestra:

Atualidade Vulcânica em Canarias - Ilha do Ferro - http://www.avcan.org
British Astronomical Association - http://www.britastro.org/baa
Cornell University Library - Estudos de Lorenzo Iorio - http://arxiv.org/abs/1102.0212
Declaração oficial do administrador da NASA - http://www.nasa.gov/centers/hq/emergency/personalPreparedness/index.html
Estudos Profº Mensur Omerbashich - http://arxiv.org/abs/1104.2036
FEMA - Federal Emergency Manegement Agency - http://www.fema.gov
GoogleSky - Telescópio no Computador - http://www.google.com/sky
Jet Propulsion Laboratory (JPL) - http://www.jpl.nasa.gov/index.cfm
NASA - National Aeronautics and Space Adminstration - http://www.nasa.gov
Saturno Estudos da Posição do Planeta 03/08/2011 - http://www.scribd.com/fullscreen/60725711
SDO - Solar Dynamics Laboratory - http://sdo.gsfc.nasa.gov
SOLAR SYSTEMS DYNAMICS - Horizons Web-Interface - http://ssd.jpl.nasa.gov/horizons.cgi
Stellarium - Telescópio no Computador - http://www.stellarium.org
STEREO - Solar Terrestrial Relations Observatory - http://www.nasa.gov/mission_pages/stereo/main/index.html
Telescópio do Polo Sul - http://pole.uchicago.edu
WorldWide Telescope - Telescópio no Computador - http://www.worldwidetelescope.org/Home.aspx 

Durante todo o mês de março serão postados os 5 textos comentando os principais pontos do vídeo da palestra realizada pelo André Luis Ruiz. Vamos aos assuntos desse primeiro texto:

Coisas estranhas no sistema solar da Terra: Nesse ponto da palestra, que dura aproximadamente 18 minutos, temos a análise de supostos eventos estranhos ocorrendo na Lua, Saturno, Júpiter e Vênus, eventos esses que supostamente estariam ocorrendo pela entrada de um orbe (planeta, anã marrom, Nibiru) já atuando dentro do nosso sistema solar.  Antes de começarmos a analisar esse ponto específico devemos lembrar algumas coisas:

O Cinturão de Kuiper ocupa uma região dentro do sistema solar que dista entre 30 U.A. (órbita de Netuno) e 50 U.A do Sol (o afélio de Plutão, quando a órbita de Plutão que é altamente inclinada e excêntrica atinge o ponto mais distante em relação ao Sol). É possível ver com clareza na foto abaixo os planetas do sistema solar e o cinturão, em amarelo. 


Dentro os objetos que pertencem ao cinturão de Kuiper ou estão próximo a ele, dois se destacam: Éris e Sedna. Volta e meia os teóricos da conspiração apontam algum corpo desconhecido vindo desse cinturão como o “planeta intruso ou Nibiru”. O que existe de interessante no Cinturão de Kuiper é que repentinamente ele termina, numa região conhecida como falésia de Kuiper (a aproximadamente 50 U.A do Sol) o que segundo cientistas e astrônomos pode ser em decorrência da existência de um planeta do tamanho da Terra a aproximadamente 200 U.A do Sol, o que causaria a grande excentricidade na órbita do Sedna.

Sedna tem uma órbita altamente excêntrica e elíptica, é um pouco menor que Plutão e está nas imediações do sistema Solar, seu período orbital ao redor do Sol é de 11 mil e 500 anos, com um afélio de 900 U.A. e um periélio de 70 U.A, que só ocorrerá pelos idos de 2080, quando mesmo assim esse objeto estará fora do sistema solar, como podemos ver na foto abaixo



Sendo assim não existe o menor risco desse pequeno corpo planetário invadir sorrateiramente o nosso sistema solar e causar turbulências, seja em 2012 ou qualquer dos próximos 70 anos. Dentro do Cinturão de Kuiper temos o famoso Éris, um objeto com tamanho semelhante ao de Plutão e que fica no seu ponto mais próximo do Sol (periélio) a 37 U.A., ainda assim além da órbita de Netuno, quase na órbita de Plutão e 97 U.A. no ponto mais distante, com uma órbita de mais de 500 anos. Outro corpo que não corre o menor risco de causar perturbações dentro do nosso sistema solar.

Como já mencionado nesse texto (  AQUI )  mesmo que esse objeto com o tamanho próximo da Terra e fora do sistema solar estivesse adentrando a Terra, mesmo assim ele não chegaria próximo da Terra até 2040 e muito menos estaria próximo a Saturno atualmente.

Mas vamos supor, como nos mostra a palestra (1 hora e 43 minutos), que exista um objeto massivo, como uma anã marrom ou um planeta já dentro do nosso sistema solar, nas imediações de Saturno. O satélite infravermelho da NASA, lançado em 1983 catalogou 350 mil fontes no espectro de infravermelho e até os dias de hoje nenhuma dessas fontes espectrais foi catalogada como planeta, mas sim fontes vindas de galáxias distantes. Com a tecnologia disponível hoje seria facilmente visto, nas imediações de Saturno, por qualquer astrônomo profissional e até mesmo os com equipamento amador um corpo desses.

Agências do mundo inteiro como Rússia, China, Europa e Estados Unidos tem equipamento com tecnologia de sobra pra rastrear um corpo desses se caso ele já estivesse dentro do sistema solar. Hoje em dia esse tipo de informação não tem como ser escondida, a própria ameaça do Apophis, vista com mais preocupação por russos, europeus e chineses que já estudam construir um escudo anti asteróides, foi claramente exposta e debatida na mídia a partir do momento da descoberta desse asteróide no final de 2004.

Mas vamos esquecer a lógica e a razão e crer que todos os astrônomos e cientistas do mundo sabem de algo e estão escondendo o jogo. O vídeo da palestra mostra supostas anomalias na Lua, Saturno, Júpiter, Vênus e Terra. Ora, se um astro intruso estivesse nas imediações de Saturno ele não causaria danos também em Marte? Marte está mais próximo de Saturno do que a Terra e a Lua e, no entanto não foi mostrada qualquer “anomalia” no planeta vermelho.

Seria possível isso? Estranho mesmo. Mas vamos continuar crendo que esse Nibiru está dentro do nosso sistema solar, nas imediações de Saturno.

Seria ele o causador de uma suposta alteração na rotação lunar e também da mudança de posição de Saturno ou então do desaparecimento de uma imensa faixa de nuvens em Júpiter ou a aceleração da mudança dos pólos na Terra e o início de uma nova tempestade em Vênus (e também por não fazer nada em Marte?).  Poderíamos dizer sem dúvida que todas essas “anomalias” são causadas por uma mesma fonte?

Já que o início da palestra fala em “distorção cognitiva”, vamos relembrar algo interessante que muitas pessoas fazem por aí que é a chamada “falácia conclusiva”.   

Todas essas bebidas levam gelo, então o culpado dos efeitos do álcool só pode ser...o gelo!!! Essa é a falácia conclusiva, uma conclusão falsa baseada exatamente em um raciocínio distorcido, ou como diria a palestra, uma distorção cognitiva.

Mesmo que a órbita da Lua estivesse fora de rotação (o que não é o caso, pois simplesmente o ponto onde ela estava no céu variou alguns graus e mostrou essa pequena mudança e não a Lua em si), mesmo que Saturno tivesse mudado de posição segundo comparação feita com o programa Stellarium (que não é o caso, pois os próprios usuários desse programa afirmam que ele não é muito preciso como pode ser visto AQUI  ), mesmo que os pólos magnéticos da Terra tenham acelerado sua mudança (o que é apenas um aumento pequeno em kilometros por ano, nada que aponte pra uma reversão de pólos), mesmo que Júpiter e Vênus tenham apresentado graves mudanças climáticas, como dizer que o fator disso tudo seria um astro intruso?

Vejo que nesse trecho da palestra a argumentação foi muito fraca pra tentar embasar a existência de um suposto astro intruso dentro do sistema solar. Continua na parte II.



 Comentários Palestra (Parte II de V) - Crop Circles, Alinhamentos Planetários, Nibiru, Elenin




Crop Circles – Achei o ponto alto da palestra, foi realmente bem interessante. Como já mostrei aqui no blog, existem naves extraterrestres localizadas no astral da Terra e em zonas mais intermediárias (entre os planos físico e astral). Pra quem não conhece o trabalho do Carl Sagan, citado na palestra, vale a pena ver o filme “Contato” e conhecer um livro onde ele fala sobre a evolução da inteligência humana na obra “Os Dragões do Éden”. Sem dúvida os crop circles são formas de comunicação utilizadas por essas naves que temporariamente podem se materializar e realizar esses desenhos nos campos abertos, sobretudo em plantações de trigo.

A única restrição ou ressalva que deve ser feita é que nem todas as naves astrais são de espíritos bons, acreditar nisso seria o mesmo erro que muitos religiosos cometem ao crer que todo espírito que se comunica é do mal.

Se nas canalizações vemos uma enormidade de espíritos mal intencionados e galhofeiros se manifestando, mesmo com bons espíritos se manifestando, não seria diferente com a comunicação via crop circle, sobretudo numa região como a Europa onde se sabe existe uma grande quantidade de débitos kármicos a ser resgatado. Supor que apenas naves de ETs (que nada mais são do que espíritos vindos pra Terra de outros orbes) bonzinhos estão deixando comunicados seria muita ingenuidade, talvez venha daí a explicação de muitos desenhos ainda sem qualquer sentido mais claro ou pior ainda, dando a entender que possa existir algum apocalipse em 21 de dezembro de 2012.


Alinhamento planetários de longa duração agindo sobre a Terra e causando grande terremotos -  Esse é um dos temas da palestra. É possível, afinal sabemos que o sistema solar é uma engrenagem e esses alinhamentos de grandes massas planetárias poderiam causar alterações no campo magnético terrestre e talvez causar terremotos e/ou vulcanismos mais severos. É sem dúvida uma teoria que merece ser melhor estudada, na minha opinião. Quanto a questão do Elenin ter realizado alguma ação de influencia sobre grandes terremotos ou tsunamis eu acho improvável, em virtude da pouca massa física somada a enorme distância que ele passou da Terra. Inclusive muitos dos supostos alinhamentos planetários com o Elenin (alguns até citados na palestra) eu comprovei que sequer existiram, como pode ser visto nos dois posts sobre o elenin que eu coloquei no blog, no auge do “temor apocalíptico” dos teóricos da conspiração:




Nibiru e Elenin – Sem a menor dúvida é a parte que precisa ser bem comentada, pois encontra gravíssimos erros de análise.

Vamos começar de 1 hora e 34 minutos quando o palestrante fala sobre o telescópio do pólo sul, e fala em 1hora 35 minutos e 13 segundos em “fotografias tiradas desse telescópio” e mostra essas fotografias em seguida, como algo vermelho sendo o temível Nibiru. Vamos então começar do começo: esse telescópio (na verdade um radiotelescópio como veremos nesse texto) foi construído pra estudar a matéria escura do Universo, que é uma força gravitacional responsável pela expansão do Universo.

E porque na Antártica, nos confins do pólo sul, foi construído esse radiotelescópio? Simplesmente porque naquela região é o melhor local pra se observar comprimentos de onda em milímetro, mais especificamente a radiação cósmica de fundo, uma espécie de “radiação fóssil” do que sobrou do Big Bang, radiação que fica entre o infravermelho e as ondas de rádio, ou seja, esse radiotelescópio detecta as pequenas variações de comprimento dessa radiação. As fotos que conhecemos surgem através da captura de luz com comprimento de onda na faixa visível do espectro eletromagnético, ou seja, o que o olho humano consegue captar. Já as radiações milimétricas, ou seja, em comprimentos milimétricos de onda, que o telescópio do pólo sul capta não são visíveis a olho humano, ou seja,  o telescópio do pólo sul não tira fotos, ele capta dados de uma radiação invisível aos nossos olhos, sendo que essa radiação é absorvida pela água, ou seja, pra fazer essas observações o ideal é estar em um local com baixíssima umidade e céu claro. Por isso mesmo que existe um outro radiotelescópio com objetivos semelhantes instalado no deserto do Atacama (Chile) o Atacama Large Array, não tem nada haver com ser no pólo sul especificamente pra ver “algo vindo de baixo” 

Como surgiram então as imagens mostradas pelo palestrante como sendo uma suposta fotografia de Nibiru? Vamos à história: em janeiro de 2008 um cidadão lançou um vídeo no youtube com as fotos apresentadas na palestra, fotos do suposto Nibiru, tiradas pelo radiotelescópio do pólo sul. No dia seguinte, o vídeo foi excluído do youtube e um tempo depois o pretenso autor do vídeo disse que seu vídeo havia sido deletado pelo youtube por razões de segurança nacional (na verdade o vídeo foi deletado porque o autor afirmou de forma indevida que as fotos eram do telescópio do pólo sul)

Mas essas fotos não são do telescópio do pólo sul como nos informa o palestrante?

Voltando a explicação inicial, o telescópio do pólo sul, que é um radiotelescópio, ou seja, ele não capta luz, mas sim ondas curtas, milimétricas. Apesar de ser possível criar imagens a partir dessa captação, o radiotelescópio não capta cores. Dessa forma a teoria apresentada pela pessoa que fez o vídeo de 2008 é falsa, ao falar que o telescópio do pólo sul captou imagens de um planeta vermelho com um pontinho preto. Os rádio telescópios que trabalham nessa faixa do espectro eletromagnético (como o do pólo sul e do Atacama) , assim como o IRAS (que atua na faixa de infravermelho) foram feitos pra captar ondas milimétricas, vasculhar nuvens de poeira e não pra buscar planetas e fotografá-los.

Outra questão é que se alguém, por acaso, tivesse descoberto esse suposto planeta certamente deixaria algumas coordenadas junto das imagens para que outras pessoas também pudessem pesquisar e não apenas jogar na internet uma imagem e dizer que veio de um mega telescópio pra dar alguma credibilidade. 


A imagem não pode ter vindo do telescópio do pólo sul, ou seja, é falsa, provavelmente é alguma imagem manipulada com imagens conseguidas por algum telescópio amador, sobrepondo duas ou mais imagens em um fundo escuro, algo facilmente feito em qualquer programa de edição de imagem.

Não seria a primeira vez que teóricos da conspiração interpretam essas imagens de planetas ou estrelas como se estas fossem do imaginário Nibiru. A imagem abaixo ficou famosa por muito tempo como sendo uma suposta imagem de Nibiru feita pela NASA. A imagem realmente é da NASA, do telescópio Hubble, de 2002, mas não de Nibiru, mas sim da estrela V838 Monocerotis


A imagem agora tratada por computador (famosa inclusive por ser utilizada por um navegador da internet, de forma estilizada, como seu próprio símbolo):