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15 de mar. de 2012

Comentários e palestras


 Comentários Palestra (Parte I de V) - Coisas Estranhas no Sistema Solar


Vídeo da palestra: AQUI 


Durante todo o mês de março serão postados os 5 textos comentando os principais pontos do vídeo da palestra realizada pelo André Luis Ruiz. Vamos aos assuntos desse primeiro texto:

Coisas estranhas no sistema solar da Terra: Nesse ponto da palestra, que dura aproximadamente 18 minutos, temos a análise de supostos eventos estranhos ocorrendo na Lua, Saturno, Júpiter e Vênus, eventos esses que supostamente estariam ocorrendo pela entrada de um orbe (planeta, anã marrom, Nibiru) já atuando dentro do nosso sistema solar.  Antes de começarmos a analisar esse ponto específico devemos lembrar algumas coisas:

O Cinturão de Kuiper ocupa uma região dentro do sistema solar que dista entre 30 U.A. (órbita de Netuno) e 50 U.A do Sol (o afélio de Plutão, quando a órbita de Plutão que é altamente inclinada e excêntrica atinge o ponto mais distante em relação ao Sol). É possível ver com clareza na foto abaixo os planetas do sistema solar e o cinturão, em amarelo. 


Dentro os objetos que pertencem ao cinturão de Kuiper ou estão próximo a ele, dois se destacam: Éris e Sedna. Volta e meia os teóricos da conspiração apontam algum corpo desconhecido vindo desse cinturão como o “planeta intruso ou Nibiru”. O que existe de interessante no Cinturão de Kuiper é que repentinamente ele termina, numa região conhecida como falésia de Kuiper (a aproximadamente 50 U.A do Sol) o que segundo cientistas e astrônomos pode ser em decorrência da existência de um planeta do tamanho da Terra a aproximadamente 200 U.A do Sol, o que causaria a grande excentricidade na órbita do Sedna.

Sedna tem uma órbita altamente excêntrica e elíptica, é um pouco menor que Plutão e está nas imediações do sistema Solar, seu período orbital ao redor do Sol é de 11 mil e 500 anos, com um afélio de 900 U.A. e um periélio de 70 U.A, que só ocorrerá pelos idos de 2080, quando mesmo assim esse objeto estará fora do sistema solar, como podemos ver na foto abaixo



Sendo assim não existe o menor risco desse pequeno corpo planetário invadir sorrateiramente o nosso sistema solar e causar turbulências, seja em 2012 ou qualquer dos próximos 70 anos. Dentro do Cinturão de Kuiper temos o famoso Éris, um objeto com tamanho semelhante ao de Plutão e que fica no seu ponto mais próximo do Sol (periélio) a 37 U.A., ainda assim além da órbita de Netuno, quase na órbita de Plutão e 97 U.A. no ponto mais distante, com uma órbita de mais de 500 anos. Outro corpo que não corre o menor risco de causar perturbações dentro do nosso sistema solar.

Como já mencionado nesse texto (  AQUI )  mesmo que esse objeto com o tamanho próximo da Terra e fora do sistema solar estivesse adentrando a Terra, mesmo assim ele não chegaria próximo da Terra até 2040 e muito menos estaria próximo a Saturno atualmente.

Mas vamos supor, como nos mostra a palestra (1 hora e 43 minutos), que exista um objeto massivo, como uma anã marrom ou um planeta já dentro do nosso sistema solar, nas imediações de Saturno. O satélite infravermelho da NASA, lançado em 1983 catalogou 350 mil fontes no espectro de infravermelho e até os dias de hoje nenhuma dessas fontes espectrais foi catalogada como planeta, mas sim fontes vindas de galáxias distantes. Com a tecnologia disponível hoje seria facilmente visto, nas imediações de Saturno, por qualquer astrônomo profissional e até mesmo os com equipamento amador um corpo desses.

Agências do mundo inteiro como Rússia, China, Europa e Estados Unidos tem equipamento com tecnologia de sobra pra rastrear um corpo desses se caso ele já estivesse dentro do sistema solar. Hoje em dia esse tipo de informação não tem como ser escondida, a própria ameaça do Apophis, vista com mais preocupação por russos, europeus e chineses que já estudam construir um escudo anti asteróides, foi claramente exposta e debatida na mídia a partir do momento da descoberta desse asteróide no final de 2004.

Mas vamos esquecer a lógica e a razão e crer que todos os astrônomos e cientistas do mundo sabem de algo e estão escondendo o jogo. O vídeo da palestra mostra supostas anomalias na Lua, Saturno, Júpiter, Vênus e Terra. Ora, se um astro intruso estivesse nas imediações de Saturno ele não causaria danos também em Marte? Marte está mais próximo de Saturno do que a Terra e a Lua e, no entanto não foi mostrada qualquer “anomalia” no planeta vermelho.

Seria possível isso? Estranho mesmo. Mas vamos continuar crendo que esse Nibiru está dentro do nosso sistema solar, nas imediações de Saturno.

Seria ele o causador de uma suposta alteração na rotação lunar e também da mudança de posição de Saturno ou então do desaparecimento de uma imensa faixa de nuvens em Júpiter ou a aceleração da mudança dos pólos na Terra e o início de uma nova tempestade em Vênus (e também por não fazer nada em Marte?).  Poderíamos dizer sem dúvida que todas essas “anomalias” são causadas por uma mesma fonte?

Já que o início da palestra fala em “distorção cognitiva”, vamos relembrar algo interessante que muitas pessoas fazem por aí que é a chamada “falácia conclusiva”.   


   

Todas essas bebidas levam gelo, então o culpado dos efeitos do álcool só pode ser...o gelo!!! Essa é a falácia conclusiva, uma conclusão falsa baseada exatamente em um raciocínio distorcido, ou como diria a palestra, uma distorção cognitiva.

Mesmo que a órbita da Lua estivesse fora de rotação (o que não é o caso, pois simplesmente o ponto onde ela estava no céu variou alguns graus e mostrou essa pequena mudança e não a Lua em si), mesmo que Saturno tivesse mudado de posição segundo comparação feita com o programa Stellarium (que não é o caso, pois os próprios usuários desse programa afirmam que ele não é muito preciso como pode ser visto AQUI  ), mesmo que os pólos magnéticos da Terra tenham acelerado sua mudança (o que é apenas um aumento pequeno em kilometros por ano, nada que aponte pra uma reversão de pólos), mesmo que Júpiter e Vênus tenham apresentado graves mudanças climáticas, como dizer que o fator disso tudo seria um astro intruso?

Vejo que nesse trecho da palestra a argumentação foi muito fraca pra tentar embasar a existência de um suposto astro intruso dentro do sistema solar. Continua na parte II.


 Comentários Palestra (Parte II de V) - Crop Circles, Alinhamentos Planetários, Nibiru, Elenin



Parte I: AQUI



Crop Circles – Achei o ponto alto da palestra, foi realmente bem interessante. Como já mostrei aqui no blog, existem naves extraterrestres localizadas no astral da Terra e em zonas mais intermediárias (entre os planos físico e astral). Pra quem não conhece o trabalho do Carl Sagan, citado na palestra, vale a pena ver o filme “Contato” e conhecer um livro onde ele fala sobre a evolução da inteligência humana na obra “Os Dragões do Éden”. Sem dúvida os crop circles são formas de comunicação utilizadas por essas naves que temporariamente podem se materializar e realizar esses desenhos nos campos abertos, sobretudo em plantações de trigo.

A única restrição ou ressalva que deve ser feita é que nem todas as naves astrais são de espíritos bons, acreditar nisso seria o mesmo erro que muitos religiosos cometem ao crer que todo espírito que se comunica é do mal.

Se nas canalizações vemos uma enormidade de espíritos mal intencionados e galhofeiros se manifestando, mesmo com bons espíritos se manifestando, não seria diferente com a comunicação via crop circle, sobretudo numa região como a Europa onde se sabe existe uma grande quantidade de débitos kármicos a ser resgatado. Supor que apenas naves de ETs (que nada mais são do que espíritos vindos pra Terra de outros orbes) bonzinhos estão deixando comunicados seria muita ingenuidade, talvez venha daí a explicação de muitos desenhos ainda sem qualquer sentido mais claro ou pior ainda, dando a entender que possa existir algum apocalipse em 21 de dezembro de 2012.


Alinhamento planetários de longa duração agindo sobre a Terra e causando grande terremotos -  Esse é um dos temas da palestra. É possível, afinal sabemos que o sistema solar é uma engrenagem e esses alinhamentos de grandes massas planetárias poderiam causar alterações no campo magnético terrestre e talvez causar terremotos e/ou vulcanismos mais severos. É sem dúvida uma teoria que merece ser melhor estudada, na minha opinião. Quanto a questão do Elenin ter realizado alguma ação de influencia sobre grandes terremotos ou tsunamis eu acho improvável, em virtude da pouca massa física somada a enorme distância que ele passou da Terra. Inclusive muitos dos supostos alinhamentos planetários com o Elenin (alguns até citados na palestra) eu comprovei que sequer existiram, como pode ser visto nos dois posts sobre o elenin que eu coloquei no blog, no auge do “temor apocalíptico” dos teóricos da conspiração:




Nibiru e Elenin – Sem a menor dúvida é a parte que precisa ser bem comentada, pois encontra gravíssimos erros de análise.

Vamos começar de 1 hora e 34 minutos quando o palestrante fala sobre o telescópio do pólo sul, e fala em 1hora 35 minutos e 13 segundos em “fotografias tiradas desse telescópio” e mostra essas fotografias em seguida, como algo vermelho sendo o temível Nibiru. Vamos então começar do começo: esse telescópio (na verdade um radiotelescópio como veremos nesse texto) foi construído pra estudar a matéria escura do Universo, que é uma força gravitacional responsável pela expansão do Universo.

E porque na Antártica, nos confins do pólo sul, foi construído esse radiotelescópio? Simplesmente porque naquela região é o melhor local pra se observar comprimentos de onda em milímetro, mais especificamente a radiação cósmica de fundo, uma espécie de “radiação fóssil” do que sobrou do Big Bang, radiação que fica entre o infravermelho e as ondas de rádio, ou seja, esse radiotelescópio detecta as pequenas variações de comprimento dessa radiação. As fotos que conhecemos surgem através da captura de luz com comprimento de onda na faixa visível do espectro eletromagnético, ou seja, o que o olho humano consegue captar. Já as radiações milimétricas, ou seja, em comprimentos milimétricos de onda, que o telescópio do pólo sul capta não são visíveis a olho humano, ou seja,  o telescópio do pólo sul não tira fotos, ele capta dados de uma radiação invisível aos nossos olhos, sendo que essa radiação é absorvida pela água, ou seja, pra fazer essas observações o ideal é estar em um local com baixíssima umidade e céu claro. Por isso mesmo que existe um outro radiotelescópio com objetivos semelhantes instalado no deserto do Atacama (Chile) o Atacama Large Array, não tem nada haver com ser no pólo sul especificamente pra ver “algo vindo de baixo” 

Como surgiram então as imagens mostradas pelo palestrante como sendo uma suposta fotografia de Nibiru? Vamos à história: em janeiro de 2008 um cidadão lançou um vídeo no youtube com as fotos apresentadas na palestra, fotos do suposto Nibiru, tiradas pelo radiotelescópio do pólo sul. No dia seguinte, o vídeo foi excluído do youtube e um tempo depois o pretenso autor do vídeo disse que seu vídeo havia sido deletado pelo youtube por razões de segurança nacional (na verdade o vídeo foi deletado porque o autor afirmou de forma indevida que as fotos eram do telescópio do pólo sul)

Mas essas fotos não são do telescópio do pólo sul como nos informa o palestrante?

Voltando a explicação inicial, o telescópio do pólo sul, que é um radiotelescópio, ou seja, ele não capta luz, mas sim ondas curtas, milimétricas. Apesar de ser possível criar imagens a partir dessa captação, o radiotelescópio não capta cores. Dessa forma a teoria apresentada pela pessoa que fez o vídeo de 2008 é falsa, ao falar que o telescópio do pólo sul captou imagens de um planeta vermelho com um pontinho preto. Os rádio telescópios que trabalham nessa faixa do espectro eletromagnético (como o do pólo sul e do Atacama) , assim como o IRAS (que atua na faixa de infravermelho) foram feitos pra captar ondas milimétricas, vasculhar nuvens de poeira e não pra buscar planetas e fotografá-los.

Outra questão é que se alguém, por acaso, tivesse descoberto esse suposto planeta certamente deixaria algumas coordenadas junto das imagens para que outras pessoas também pudessem pesquisar e não apenas jogar na internet uma imagem e dizer que veio de um mega telescópio pra dar alguma credibilidade. 


A imagem não pode ter vindo do telescópio do pólo sul, ou seja, é falsa, provavelmente é alguma imagem manipulada com imagens conseguidas por algum telescópio amador, sobrepondo duas ou mais imagens em um fundo escuro, algo facilmente feito em qualquer programa de edição de imagem.

Não seria a primeira vez que teóricos da conspiração interpretam essas imagens de planetas ou estrelas como se estas fossem do imaginário Nibiru. A imagem abaixo ficou famosa por muito tempo como sendo uma suposta imagem de Nibiru feita pela NASA. A imagem realmente é da NASA, do telescópio Hubble, de 2002, mas não de Nibiru, mas sim da estrela V838 Monocerotis


A imagem agora tratada por computador (famosa inclusive por ser utilizada por um navegador da internet, de forma estilizada, como seu próprio símbolo):


 Comentários Palestra (Parte III de V) - Mitologia Egípcia e Suméria, Nibiru, Capela e Sirius



Parte II: AQUI



Continuando: Com 1 hora e 41 minutos de palestra, o palestrante apresenta um mosaico tendo como título “Antigas Representações de Nibiru”.

No canto inferior direito vemos uma esfera vermelha computadorizada, ou seja, uma representação que de antiga não tem nada, mas tudo bem. Vou primeiro explicar o símbolo do suposto Sol com 11 corpos celestes próximos, totalizando assim uma figura com 12 corpos celestes.


Alguém ao olhar essa figura disse que ali estava representado Nibiru (supostamente o círculo no canto superior esquerdo ao suposto Sol). Mas vejamos, se os sumérios conseguiram observar astronomicamente até Plutão, porque colocariam os planetas fora de qualquer escala de comparação e fora de qualquer órbita? Se aquilo fosse a órbita do sistema solar, vários planetas já teriam se chocado faz tempo na eclíptica.


O que podemos ver na verdade é uma representação sim de 12 corpos celestes. Foi exatamente na Mesopotâmia que a Astrologia foi desenvolvida, era uma ciência, tanto que o mapa astrológico mais antigo que se tem conhecimento é do rei babilônico Sargão I de 2.350 A.C.

Foram os sumérios que criaram a divisão do ano em 12 meses lunares, bem como do dia em 12 horas – duplas e na divisão dos 12 signos astrológicos. Essa é a simples menção no desenho do Sol, dentro de uma estrela e com 11 corpos celestes orbitando a sua volta de forma desordenada. Tão somente isso.

A partir dessa representação, os egípcios desenvolveram uma representação própria desse símbolo sumério, o adaptando aos seus conhecimentos de astrologia e também as divindades as quais cultuavam. Os egípcios acreditavam na vida após a morte e tinham símbolos muito fortes para o renascimento, uma nova vida: a fênix e o escaravelho sagrado.

Da mesma forma, na entrada dos seus templos, era comum se observar, talhada na pedra, o símbolo de Horbehutet, um simples disco com duas grandes asas, ou seja, o disco alado, a divindade solar que acompanha o Deus Rá na sua travessia diária pelo Egito. É um guardião que simboliza a proteção espiritual do templo. Da mesma forma o escaravelho sagrado (Khepra) também simboliza essa divindade solar, pois simbolicamente é o escaravelho com asas movendo um disco (Sol). Comparem os dois símbolos e veja como são parecidos entre si:




Ambos representam divindades egípcias ligadas ao Sol. Têm elas, no entanto, uma origem mais antiga, exatamente na história da fênix, que na mitologia ao sentir a morte se aproximar, voava para a pira do Deus Rá em Heliópolis ( a cidade do Sol) e nessa pira deixava se consumir pelo fogo para então renascer.

Segundo os egípcios, em suas garras ela poderia levar cargas imensas. Ou seja, ela é mais uma representação da busca pela divindade (Deus- Sol) através do renascimento, reencarnação.

Mas a origem comum de todas essas simbologias está em Hórus, o Falcão Celeste, simbolizado também por uma ave, que no topo da sua cabeça tem o disco solar e nas suas garras duas esferas de metal, que são o símbolo da mineração do Egito, pois nas grandes construções necessitavam trazer de longe as grandes pedras, simbolicamente pelas “asas” da fênix ou Hórus.  Isso se explica porque nas primeiras dinastias, Hórus foi a divindade que representava o trabalho de forjar metais, tanto que nos primeiros templos erguidos nas primeiras dinastias se encontrou um hieróglifo com os seguintes dizeres: “Quando as fundações forem reveladas, o disco se erguerá”. Ou seja, o símbolo inicial de proteção dos egípcios, muito anterior ao escaravelho, Horbehutet ou até mesmo da fênix, foi Hórus.

Essas duas pedras nas garras de Hórus foram metamorfoseadas no símbolo de Horbehutet em duas serpentes, que segundo alguns egiptólogos representam o “alto e baixo Egito” mas na verdade são apenas o alimento simbolicamente caçado pelo falcão ou numa outra linguagem “elevado aos céus” pelo falcão celeste ao Deus-Sol.

Interessante notar que ao longo das dinastias, a figura de Hórus se funde com Rá, surgindo então o wedjat ou simplesmente o olho de Hórus. Se compararmos essa fusão com a descrição de Horbehutet que seria um disco alado acompanhando constantemente Rá, fica fácil compreender como essas duas divindades acabaram por ser fusionadas.

Hórus  na mitologia é filho de Isis que assumiu na mitologia egípcia muitos dos papéis da deusa Hathor, sendo representada com dois chifres de vaca na cabeça e sobre ela um disco solar. Era a deusa da fertilidade, das mulheres na hora do parto e também dos homens que trabalhavam nas minas com mineração. Uma de suas representações mais comuns é exatamente a Isis alada, tal como seu filho mitológico, o falcão celeste Hórus:


Mas afinal o que isso tudo tem haver com Nibiru? Toda essa explicação mostra que o disco solar não tem nada haver com Nibiru ou qualquer outro planeta que venha em “duas asas” sobre a Terra. Entretanto, é possível que os sumérios tenham representando um segundo sol? Espantosamente a resposta é sim.

Isso se explica da seguinte forma: nas clássicas apresentações da fênix ela sempre aparece ao lado de uma estrela denominada pelos egípcios de spodet, nome dado por eles a Sírius, que eles representavam como uma estrela vermelha.

Essa estrela era a base do calendário egípcio, ou seja, um novo ano começava no Egito quando Sirius tornava-se visível no horizonte imediatamente antes do nascer do Sol , estando suficientemente afastado do Sol pra não ser ofuscada pelo brilho solar, evento que ocorria após uma ausência de 70 dias no céu , prenunciando assim as cheias do Nilo. Sirius era naquela época associada à Isis, a suprema Deusa do céu egípcio.

Portanto, se os egípcios quiseram representar algum corpo celeste, planeta ou Sol certamente não foi Nibiru, mas sim Sirius.

Mais interessante ainda é pegarmos a figura suméria apresentada na palestra que mostra uma grande estrela (supostamente o Sol) dentro de uma estrela de 6 pontas ou seja, um hexágono.

“Coincidentemente”, Sirius faz parte do chamado Hexágono do Inverno, visível no hemisfério norte de dezembro até março e facilmente observada pela grande magnitude de brilho das estrelas que compõe esse Hexágono e adivinhem só qual estrela faz parte desse grupo: Sirius, Rigel, Aldebaran, Pollux, Procyon e.....Capella.


Da mesma forma as 6 estrelas do Hexágono de Inverno são partes de seis grandes constelações do céu: Orion, Taurus, Auriga, Gemini, Canis Minor e Canis Major. O interessante é que dentro desse Hexágono está Betelgeuse, uma estrela vermelha supergigante  com diâmetro 500 vezes maior que o Sol.

Se os sumérios viram alguma coisa no céu e quiseram representar certamente não foi Nibiru, mas sim o hexágono em forma de estrela, tendo Betelgeuse no centro. Alguns astrônomos acreditam que nos próximos mil anos essa gigante vermelha poderá sofrer uma explosão tipo supernova II, o que aumentaria seu brilho de tamanha forma que seria visível por meses no céu da Terra como uma pequena Lua cheia brilhante por meses e após esse período desapareceria. Se isso acontecer nos próximos anos, então teremos teoricamente dois sóis visíveis no céu, mas sem qualquer ameaça apocalíptica de Nibiru ou 2012.



Mas vamos continuar as análises: lá em 1hora e 50 minutos de vídeo, o palestrante afirma ter encontrado, utilizando o Google Sky, o suposto Nibiru atrás do Elenin, utilizando a ferramenta de infravermelho disponível no site Google Sky, algo estranho, próximo a constelação de leão.

Bom, pra começar, o Google Sky não é um telescópio, mas tão somente um programa que processa imagens vindas do telescópio Sloan Digital Sky Survey e justamente por um erro de processamento apareceu a famosa mancha retangular preta perto de Órion (que foi logo vista pelo teóricos da conspiração como uma censura). Se a Google quisesse esconder algo, certamente colocaria ali uma imagem qualquer do céu, apagaria a verdadeira imagem e não simplesmente faria uma mega gambiarra que chamasse a atenção de todo mundo. Outra prova de que a Google não esta escondendo nada é que na mesma região onde existia o bug de processamento do telescópio ótico SDSS, é possível ver claramente as imagens processadas do infravermelho vindas do IRAS e as imagens processadas advindas do telescópio de microondas WMAP como vemos na foto abaixo.




Mas e aquela imagem que o palestrante mostrou como sendo Nibiru perto da órbita de Saturno?


A imagem em infravermelho é de um objeto conhecido pelos astrônomos, é o Quasar PGC 1427054, que aparece com essa pitoresca aparência quando visto em infravermelho, tão somente, nada de Nibiru , Marduk ou companhia. Quem quiser saber mais entre no site desse astrônomo: AQUI 

Mas temos ainda mais um problema. Segundo o que o próprio palestrante mostra sobre a órbita de Nibiru em 1hora e 42 minutos de vídeo, e também aceito por praticamente todos os entusiastas da teoria da existência desse orbe, Nibiru possuiria uma órbita elíptica que vem por debaixo da eclíptica (plano rotacional onde orbitam os planetas ao redor do Sol) para então descer num ângulo de aproximadamente 33 graus. A figura mostrada pelo palestrante, que consta abaixo e no vídeo, deixa isso bem claro:




Mas na mesma palestra, com poucos minutos de diferença, ele expõe que o cometa Elenin vem a apenas 1 grau de inclinação da eclíptica (1 hora, 29 minutos e 40 segundos de palestra), ou seja, Elenin está alinhado, segundo ele, paralelamente na eclíptica com pequenas variações, enquanto que o suposto Nibiru  viria de forma perpendicular, “cortando” a eclíptica como já mostrado na figura acima.

Então como que Nibiru pode vir atrás de Elenin, seguindo o pequeno cometa??? Com 1hora e 47 minutos de palestra, é dito exatamente isso, que Nibiru vem atrás de Elenin, o que seria impossível mesmo que Nibiru existisse, pois ele vem , segundo a teoria conspiratória dos seus defensores, de forma perpendicular, enquanto Elenin de forma paralela a eclíptica.

Outro problema na explicação sobre Nibiru, é que após confundir o quasar PGC com Nibiru, foi dito na palestra que ele estava nas imediações de Saturno. Mas praticamente uma hora depois (2 horas e 37 minutos de palestra), o palestrante cita uma reportagem da CNN, que afirma que o tal planeta desconhecido (Nibiru) está além de Plutão, ou seja, numa órbita muito distante de Saturno. São incongruências facilmente percebidas que demonstram não existir qualquer indício ou prova factível da existência desse suposto orbe intruso.

Pra piorar a situação, a tal reportagem não cita qualquer fonte, apenas fala de uma matéria que foi divulgada no jornal inglês “The Guardian”, que não cita qualquer astrônomo, observatório de qualquer país, mas fala tão somente em “cientistas independentes”. Imagens, indicações de onde procurar no céu, nomes de astrônomos, nada disso foi veiculado na reportagem do jornal, dando a entender que se tratava apenas de sensacionalismo pra ir “na onda”, naquela época, do burburinho causado pelo Elenin em meados de 2011, tão somente.

Noticiar algo seja o meio de comunicação conhecido ou não, não quer dizer que a notícia é verdadeira (novamente me lembro da falácia conclusiva), afinal basta relembrar as notícias sobre os “atentados terroristas” de 11 de setembro ou a morte de Bin Laden, não é porque isso foi divulgado numa CNN que necessariamente vai ser verdade.


 Palestra Andrè Luiz Ruiz ( Apocalipse 2012, Crop Circles, Elenin, Nibiru, Fema e Teoria da Conspiração)



Recebi a sugestão desse vídeo através do amigo Edu, é um material de 3 horas contendo uma palestra do André Luiz Ruiz, autor da trilogia "Herdeiros do Novo Mundo" que aborda alguns aspectos do período conhecido como "Transição Planetária". Essa trilogia aborda aspectos interessantes do atual momento da humanidade, relatando as bases lunares localizadas no plano astral pra onde são enviados periodicamente milhões de espíritos já exilados da Terra aguardando o momento do expurgo para o orbe exílio. Essa informação foi também trazida na trilogia "Reino das Sombras" do médium Róbson Pinheiro, dois médiuns que confirmam informações que tive acesso ainda na adolescência quando pude participar de mais de 500 reuniões do Dr Fritz, que já falava nessas bases nos anos 90 e relatou, no início dos anos 80 que o auge desses eventos ocorreria exatamente na década de 30, algo que confirmei sem sombra de dúvida nos estudos sobre a profecia de 2036 que exponho em mais de 25 textos nesse blog.
   
A palestra tem pontos bem interessantes, no geral é bem alinhavada, sobretudo na questão dos Crop Circles, buscando um viés mais científico e menos "esquisotérico", da mesma forma ao abordar a pesquisa sobre o alinhamento de alguns planetas do nosso sistema solar e a incidência de grandes tremores em virtude desses alinhamentos. 


A parte que achei fraca foi a questão do Elenin, Apocalipse 2012, Nibiru (suposto astro intruso entrando no sistema solar), assim como as "coincidências" entre o filme Impacto Profundo e o Elenin. Esses pontos eu comentarei em um ou dois textos nas próximas duas semanas, até pra dar tempo dos leitores assistirem ao vídeo com calma, que é longo mas compensa.

Ao realizar em breve esse trabalho de análise do vídeo tentarei expor alguns "furos" que foram apresentados e algumas informações novas, para que o leitor desse material que assistiu o vídeo possa comparar as informações e assim formar a própria opinião a respeito dos assuntos abordados no vídeo e a respeito dos comentários que farei. O vídeo está dividido da seguinte forma nas 3 horas de palestra:

Apresentação : primeiros 5 minutos

Distorção cognitiva: 5 minutos a 10 minutos

Coisas estranhas no Sistema Solar ( Lua, Saturno, Júpiter, Vênus, movimentação dos pólos na Terra): 10 minutos a 28 minutos

Crop Circles : 30 minutos a 1hora e 9 minutos

Alinhamentos planetários produzindo terremotos: 1 hora, 22 minutos e 50 segundos a 1hora, 29 minutos e 15 segundos

Elenin passagens pela Terra de agosto de 2011 a novembro de 2011: de 1hora e 29 minutos a 1hora e 32 minutos

Nibiru e Elenin : 1 hora e 38 minutos  a 1hora e 57 minutos

Nibiru descoberto em 1983 : 1 hora e 57 minutos  a 1hora e 59 minutos

Fema: 2 horas a 2horas e 3 minutos

Impacto profundo x Elenin e Nibiru : 2 horas e 3 minutos a 2 horas e 37 minutos

Erupções solares : 2 horas e 38 minutos a 2 horas e 41 minutos

Encerramento com a visão espírita do palestrante : 2 horas e 41 minutos até o final