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20 de fev. de 2012

Guerra ao Terror


A Guerra ao Terror não é um conceito novo

Praticamente todas as épocas têm os seus "terroristas", e é apresentado aos cidadãos um inimigo, uma ameaça, uma estratégia de defesa.
A Guerra ao Terror foi uma constante no século XX. O inimigo foi a Alemanha imperial, os bárbaros nas colónias, os nazis, os comunistas, o Perigo Vermelho, o Perigo Amarelo.
Num mundo dominado pelos impérios, todos os que se opõem ao status quo são apelidados de terroristas.
De facto, os impérios precisam de inimigos. De outro modo, como poderiam justificar a presença militar nas suas colónias para reprimir qualquer tentativa de libertação das populações locais?
Um Inimigo dá muito geito, principalmente se o Inimigo fôr identificado como um grupo internacional e, naturalmente, o "eixo do mal".
A guerra de ideologias torna-se uma perfeita cobertura para a demonização do inimigo. A "Guerra ao Terror" torna-se no confronto de duas ideologias opostas e mutuamente exclusivas.
Foi a guerra ao Terror Bárbaro que levou o imperador de Constantinopla a encomendar aos nobres Godos a reconquista de itália para o Império Romano, tarefa por eles levada a cabo brilhantemente. Roma e toda a Itália foram reconquistados pelos Godos para o Império Romano.
E foi a Guerra ao Terror que levou o Imperador de Constantinopla, anos mais tarde, a promover uma Cruzada para libertar a itália do domínio dos bárbaros Godos.
Foi a Guerra ao Terror Infiel ou Herético a grande responsável pelas maiores barbaridades cometidas por toda a Idade Média. A demonização, então, estava no seu modo mais puro. O inimigo era o próprio Satanás.
A fórmula funcionou, foi mostrando a sua validade outra e outra vez.
E sempre, sempre, a Guerra ao Terror não foi mais que uma maneira daqueles no poder aumentarem o seu domínio quer contra uma ameaça externa existente ou não (realmente acredita que nos anos 60 existia uma 5ª coluna de comunistas programados por hipnose para num determinado dia destruírem os Estados Unidos?) quer contra uma ameaça interna.
No entanto, a Guerra Fria praticamente autorizou os Estados Unidos a fazerem o que queriam em matéria de "defesa estratégica", desde violações continuadas do espaço aéreo de nações soberanas até à invasão pura e simples de países "suspeitos".
Então, quem são os terroristas? Os inimigos dos estados, e contra os quais os estados realizam as mais diversas perseguições, ou os próprios estados?


Guerra ao Terror - Operação Northwoods

Quando John Kennedy foi eleito, tinha em cima da sua mesa um dossier, assinado por L. L. Lemnitzer, assinando pelos Chefes do Estado Maior, à espera da sua assinatura.
Este dossier tinha sido pedido pelo seu antecessor, o presidente Trumman, e encontrava-se em estado de preparação final, dependendo apenas da assinatura do Presidente.
Tratava-se da Operação Northwoods.
Objectivo: "Justificação para a Intervenção Militar dos Estados Unidos em Cuba".
"Memorando para o Secretário da Defesa
Assunto: Justificação para a intervenção militar em Cuba
Os Chefes do Estado Maior consideraram o documento incluso, para o Chefe de Operações do Projecto Cuba, que responde a um pedido desse gabinete para uma breve mas precisa descrição dos pretextos que forneceriam justificação para uma intervenção militar dos Estados Unidos em Cuba.
Os Chefes do Estado Maior recomendam que o memorando proposto seja encaminhado como uma contribuição preliminar para efeitos de planeamento...."
Resumindo: este documento, emitido pelo Chefe do Estado Maior, descreve as operações a ser levadas a cabo para justificar uma intervenção em Cuba:
"1- Laçar rumores (muitos). Usar um rádio clandestino
2 - Desembarcar cubanos amigos com uniformes cubanos para simularem um ataque à base (Guantanamo)
3 - Capturar sabotadores cubanos (amigos) dentro da base
4 - Criar distúrbios à entrada da base (cubanos amigos)
5 - Explodir munições dentro da base. Criar incêndios
6 - Queimar aviões dentro da base (sabotagem)
7 - Disparar granadas de morteiro de fora para dentro da base (alguns estragos)
8 - Capturar equipas de assalto aproximando-se pelo mar ou nas proximidades da base
9 - Capturar um grupo de milícias a atacar a base
10 - Sabotar um barco no porto - Grandes incêndios - naphtaleno.
11 - afundar um navio perto da entrada do porto. Fazer funerais para as vítimas (fingidas) (em vez de 10)
b. Os Estados Unidos responderiam efectuando operações ofensivas para proteger os suprimentos de água e electricidade, destruindo postos de artilharia e de morteiros que ameaçem a base.
c. Começar operações militares em larga escala.
3. Reencenar o incidente "Lembrem-se do Maine (*)" de várias maneiras possíveis:
a) Podemos destruir um navio americano na Baía de Guantanamo e culpar Cuba
b) Podemos fazer explodir um navio (não tripulado) em águas cubanas. Podemos tratar para que isso aconteça perto de Havana ou Santiago, como resultado o resultado espectacular de um assalto por mar, pelo ar, ou ambos. A presença de aviões ou navios cubanos na proximidade, investigando o que se tinha passado, seria usada como evidência de que o navio teria sido atacado. A proximidade de Havana ou Santiago aumentaria a credibilidade, graças à presença de testemunhas que relatariam ter ouvido a explosão ou visto o fogo. Os Estados Unidos continuariam com operações falsas aéreas e marítimas para evacuar os tripulantes (inexistentes) sobreviventes do navio. Uma lista de baixas nos jornais nos EU criaria uma saudável onda de indignação no país.
4. Podemos desencadear uma campanha terrorista comunista na área de Miami, em outras cidades da Flórida ou mesmo em Washington.
A campanha terrorista seria dirigida aos refugiados cubanos que procuram asilo nos EU. Podemos afundar um barco cheio de cubanos (real ou simulado) dirigindo-se para a Flórida. Podemos forjar atentados aos refugiados cubanos nos EU até ao ponto de os ferir, em casos que seriam largamente publicitados.
Explodir algumas bombas plásticas em pontos cuidadosamente escolhidos, prender agentes cubanos e a divulgação de documentos provando o envolvimento de Cuba seria também proveitoso em criar a ideia de um governo cubano irresponsável.
5. Raids "baseados em Cuba, apoiados por Castro", seriam simulados contra um país visinho no Caribe, (do tipo da invasão de 14 de Junho da República Dominicana.
Sabemos que Castro está apoiando clandestinamente de momento esforços subsersivos contra o Haiti, República Dominicana, Guatemala e Nicarágua, e ainda outros possivelmente. Estes acontecimentos podem ser exagerados e outros ainda podem ser simulados para serem expostos. Por exemplo, pode ser tirada vantagem da sensibilidade da República Dominicana face à violação do seu espaço aéreo.
Aviões "cubanos" tipo B26 ou C46 podiam fazer raids para incendiar as plantações de cana de açucar de noite. Bombas incendiárias soviéticas seriam encontradas. Isso podia ser coordenado com mensagens "cubanas" dirigidas ao movimento comunista clandestino na República Dominicana e carregamentos "cubanos" de armas que seriam encontradas ou interceptadas na praia.
6.O uso de aviões MIG pilotados por pilotos americanos podiam fornecer provocação adicional. Intimidação de aviões civis, ataques a mercadorias no solo e o abate de um avião não tripulado americano por aviões MIG podem ser úteis como acções complementares.
Um F86 devidamente pintado poderia convencer os passageiros de aviões civis que se tratava de um MIG, principalmente se o piloto anunciasse o facto. O principal defeito desta sugestão é o risco de segurança em camuflar um avião dessa maneira. Contudo, cópias razoáveis de MIGS poderiam ser produzidos com recursos americanos em cerca de 3 meses.
7. Tentativas de desvio de aviões e navios pareceriam ser acções de provocação do governo de Cuba. Ao mesmo tempo, deserções genuínas de aviões ou navios devia ser encorajada.
8. É possível criar um incidente que demonstrará convincentemente que um avião cubano atacou e abateu um avião de passageiros indo dos Estados Unidos para a Jamaica, Guatemala, Panamá ou Venezuela. O destino seria escolhido apenas para que a rota de vôo passasse por Cuba.
Os passageiros podiam ser um grupo de estudantes universitários ou qualquer grupo de pessoas com interesses comuns que alugariam um vôo "charter".
a) um avião seria pintado exactamente da mesma maneira que um avião civil registado pertencente a uma companhia dirigida pela CIA na área de Miami. Numa determinada altura o avião substituiria o avião original e seria carregado com os passageiros escolhidos. O avião original seria convertido num avião telecomandado.
b) os tempos de descolagem dos dois aviões seriam sincronizados de maneira a eles se encontrarem ao sul da Flórida. A partir desse ponto o avião contendo os passageiros desceria à altitude mínima e rumaria a um campo auxiliar nas proximidades, onde os passageiros seriam evacuados e o avião restaurado ao seu estado original. Entretanto, o avião telecomandado continuaria o seu rumo.
Quando sobre Cuba, o avião começaria a transmitir nas frequência de socorro um "Mayday" afirmando que estava a ser atacado por um avião MIG. A transmissão seria interrompida pela destruição do avião, comandada por rádio.
Isso permitirá à rede de comunicações civis avisar os Estados Unidos em vez de os Estados Unidos tentarem "vender" o incidente.
9. Será possível fazer crer que um Caça da USAF teria sido por MIGs cubanos num ataque não provocado em águas internacionais..........."
E páro por aqui. Pode ver as 14 páginas do documento embaixo. Carregue nas fotos para ver os documentos em tamanho real.

Operação Northwoods

 
Kennedy, enojado com este documento, não só o indeferiu como despediu Lemnitzer.
E entrou em rota de colisão com o Complexo Militar Industrial, o que lhe iria a custar a vida e a do resto da sua família.
Este é um documento precioso para apreciarmos a maneira de operar das operações clandestinas patrocinadas pelo governo americano. E a única razão porque o conhecemos é o facto de ter sido rejeitado pelo presidente.
Aqueles documentos que resultaram em operações reais, teremos de esperar 50 anos para que sejam tornados públicos, e isso apenas no caso de não terem sido destruídos entretanto.
Em quantas outras ocasiões viu uma campanha como esta para justificar a intervenção americana noutro país?

Guerra ao Terror - "Remember the Maine"

"Lembrem-se do Maine"!
Em 25 de Janeiro de 1898, o couraçado americano Maine encontra-se ancorado em Cuba, então uma colónia espanhola, perto do porto de havana. No dia anterior, tinha havido uma recepção no navio às autoridades espanholas, que decorrera num ambiente cordial.
Subitamente, uma gigantesca explosão vinda de baixo, abriu um grande rombo parte da frente do casco, e o navio afundou-se rapidamente no porto. A maior parte da tripulação do navio dormia na parte da frente, e não conseguiu escapar ao afundamento.

O Maine
Tripulações de navios espanhóis próximos lançaram barcos salva-vidas e acorreram em auxílio. Os oficiais e tripulações espanhóis fizeram todo o possível para acudir e salvar os pobres tripulantes do Maine.
Balanço final: 254 marinheiros morreram e mais 59 ficaram feridos. Dois morreram pouco depois.
Os marinheiros espanhóis auxiliam os náufragos
Para os jornais americanos, não havia dúvidas quanto aos culpados: os espanhóis tinham cobardemente atacado o couraçado americano. O New York Journal de Randof Hearst até publicou desenhos de como os espanhóis tinham amarrado uma mina ao casco do Maine e a tinham detonado à distância.
Entretanto, acontece uma pequena revolta dos cubanos, e os espanhóis encerraram alguns insurrectos em campos de concentração.
Nos Estados Unidos, os espanhóis foram demonizados. Os jornais mandaram centenas de repórteres, incluindo Frederick Remington, para cobrir a "resistência dos heróis cubanos contra o domínio opressivo dos espanhóis".
Já há meses os jornais americanos pintavam um quadro vívido da horrível opressão dos espanhóis, que agora estava a encerrar os cubanos em "campos de morte" (onde é que já ouvi isto?).
Cabeçalhos chocantes: "canibalismo espanhol", "Tortura desumana", "Guerreiras amazonas lutam pelos rebeldes".
Remington, entretanto, telegrafava ao seu chefe: "não há guerra. Peço para voltar". Seu chefe respondeu "mande as fotografias, que da guerra encarrego-me eu."
Na sequência do incidente do Maine, o congresso aprovou uma verba de 50 milhões de dólares para financiar a guerra.
Destroços do Maine
"Lembrem-se do Maine!" foi o mote que deu origem à guerra Hispano-americana.
Não foi preciso passar muitos anos para se comprovar que o Maine tinha sido afundado pelos próprios americanos para causar um Casus Beli que justificasse a sua guerra de conquista das colónias espanholas.

Guerra ao Terror - Operação Gladio

A Operação Gladio foi uma operação secreta de "stay behind" da NATO e da CIA na Europa do após-guerra, criada pelo Reino Unido e pelos EUA com o objectivo de montar exércitos secretos em todos os países europeus que se oporiam à invasão do Pacto de Varsóvia, bem como à expansão do Comunismo na Europa.
Era uma organização para-militar secreta, que possuía "combatentes" próprios e depósitos de armas secretos espalhados pela Europa. O objectivo era promover a sabotagem e guerrilha numa Europa ocupada pelo Pacto de Varsóvia.
Emblema das operações "stay behind" da NATO
Exércitos secretos "stay behind" da NATO existiram em todos os países europeus, incluindo a Turquia. Os seus operacionais eram recrutados entre os anti-comunistas radicais, ex-nazis e ex-fascistas.
Os detalhes de cada operação em cada um dos países são ainda desconhecidos, apesar de três países, Itália, Suissa e Bélgica, terem conduzido comissões de inquérito sobre o assunto.
Conhecemos alguns casos, no entanto.
Na Alemanha, a organização de Gehlen foi recrutada. Reinhard Gehlen tinha sido Major-General da Wermacht, encarregado da espionagem na frente leste. Foi recrutado para criar uma organização de espionagem contra a União Soviética. Gehlen teve também ligações com a organização ODESSA, criada pelos nazis para promover a sua fuga para a América do Sul. Mais tarde abordaremos a operação Paperclip, criada pela CIA para o mesmo efeito.
Dirigiu também os serviços de informação da Alemanha Ocidental até 1968.
Na Itália, muitos membros da Loja Maçónica P2 foram recrutados, incluindo Licio Gelli. A Loja P2 era composta principalmente por elementos do neofascista Movimento Social Italiano. Por uma minuta de uma reunião de 1959, sabemos que Gladio foi construída em torno do conceito de "subversão interna".
Nos anos 70, em função do apoio crescente do Partido Comunista Italiano no eleitorado, a estratégia passou a ser "estratégia de tensão" e Gladio quiz fazer parte.
O fundador da CIA Allan Dulles teve um papel preponderante na criação da Operação Gladio, e a maior parte das suas operações foi financiada pela CIA.
Josef Fitcher, num artigo no International Herald Tribune em 1990, descreve a "resistência da NATO", afirmando que estas redes anti-comunistas, presentes por toda a Europa, incluindo países neutrais como a Suíça e a Suécia, foram parcialmente fundadas pela CIA.
Alguns afirmam que o líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, seria o fundador da Operação Gladio na Itália. Quer isso seja verdade quer não, o seu assassinato em 1968 pôs côbro ao "compromisso histórico", a criação de um governo de solidariedade nacional partilhando os cargos entre a Democracia Cristã e o Partido Comunista Italiano, o que constituiu, efectivamente, o objectivo da "estratégia de tensão" da Operação Gladio em Itália.
Gladio foi de início coordenada pelo Comité Clandestino para a Europa Ocidental (Clandestine Comitee for Western Europe - CCWC), fundado em 1948. Após a criação da NATO em 1949, este foi integrado no Comité de Planeamento Clandestino (Clandestine Planning Comitee - CPC) fundado em 1951 e dirigido pelo SHAPE - (Supreme Headquarters Allied Powers Europe), transferido para a Bélgica após a saída da França da NATO (a operação Gladio francesa manteve-se, contudo).
Segundo o ex director da CIA William Colby, a Operação Gladio era um "programa de primeira grandeza".
"Coordenados pela NATO, (os exércitos clandestinos) eram dirigidos pelos serviços secretos europeus em cooperação com a CIA e o SIS britânico (também chamado de MI6). Treinados com os Bóinas Verdes e os ingleses SAS, estes soldados clandestinos da NATO, armados com depósitos subterráneos de armamento, prepararam-se para uma eventual invasão soviética e a ocupação da Europa Ocidental, bem como para um eventual crescimento dos partidos comunistas locais. A rede clandestina internacional cobria os países membros da NATO, incluindo a Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Espanha e Turquia, assim como países neutros na Europa, como a Áustria, Finlândia, Irlanda, Suécia e Suíça.
A existência destes exércitos clandestinos da NATO manteve-se um segredo bem guardado durante a guerra fria até 1990, quando o primeiro membro desta rede internacional foi descoberto na Itália. Tinha o nome de código Gladio, o termo latino para a espada de dois gumes. Enquanto a imprensa denunciava os exércitos secretos da NATO como "o melhor mantido e mais prejudicial segredo político-militar desde a Segunda Guerra Mundial", o governo italiano, sob severo criticismo público, prometeu desmantelar o exército secreto.

A Itália insistiu que exércitos clandestinos idênticos também existiam em todos os países da Europa Ocidental. Isso provou ser verdadeiro e investigações subsequentes descobriram que os exércitos secretos da NATO tinham os seguintes códigos, respectivamente:
Itália Gladio
Bélgica SDRA8
Dinamarca Absalon
Alemanha TD BJD
Irlanda Taca na hÉireann
Grécia LOK
Luxemburgo Stay-behind
Holanda I&O
Noruega ROC
Portugal Aginter
Suíça P26
Turquia Counter-Guerrilla
Suécia AGAG
Áustria OWSGV
Os nomes de código para os exércitos secretos na França, Finlândia e Espanha permanecem desconhecidos.
Na sequência desta descoberta, o Parlamento da União Europeia emitiu uma resolução criticando duramente o facto.
No entanto, só foram conduzidos inquéritos parlamentares na Itália, Bélgica e Suíça, enquanto a administração americana se recusou a comentar, estando no meio da preparação para a Guerra do Golfo e temendo potenciais danos para a aliança militar".
A Aginter-press, em Portugal, fundada em Lisboa em Setembro de 1966, era uma agência noticiosa fictícia. Possuía antenas por todo o mundo. Dedicava-se à recolha de informações e actividade subversiva, tendo os seus agentes a cobertura de serem repórteres desta agência.
Um documento desta agência, intitulado "O Nossa Actividade Política", recuperado em fins de 1974, descreve a sua implicação na "estratégia de tensão": "A nossa crença é que a primeira fase da actividade política deverá ser criar as condições favorecendo a instauração do caos em todas as estruturas do regime (...) a nossa primeira actuação deverá ser a destruição de todas as estruturas do estado democrático sob a cobertura de actividades comunistas e pró-chinesas (...) Além disso, temos operacionais que infiltraram estes grupos (de estrema-esquerda)".
A Aginter press preparava-se, portanto, para realizar operações false flag.
Segundo o documento da Fundação Mário Soares, A Operação de Cerco e Aniquilamento do General Humberto Delgado, encontramos:
".... e) o relacionamento instaurado pela direcção da PIDE, nos anos 60, com elementos estrangeiros da extrema-direita,dando lugar, nomeadamente, à criação da Voz do Ocidente na Emissora Nacional e à instalação em Lisboa da Aginter Press, para além das operações relacionadas com o recrutamento e envio de mercenários para diversos países africanos e o fomento de governos favoráveis às teses geo-estratégicas perfilhadas pelo regime de Salazar......
.... - o relacionamento instaurado pela direcção da PIDE, na década de 60, com elementos estrangeiros da extrema-direita — Voz do Ocidente, Aginter Press, recrutamento e adestramento de mercenários, etc......
.....Certo, no entanto, é que o debate oral em audiência acerca da documentação da «Operação Outono» deixou claro que na preparação da operação de cerco e aniquilamento de Humberto Delgado também colaboraram estrangeiros, que, segundo diversas fontes, estariam muito presumivelmente relacionados com o grupo de exilados franceses agregado ao programa A Voz do Ocidente e que pertenceram ao núcleo da Aginter-Press/Lisboa, com ligações directas a Otto Skorzeny, em Madrid, e à agência Oltremare, em Itália, e ainda outras, todas elas estudadas hoje no âmbito do que se convencionou chamar «Rede Gládio».
Vista a esta luz, a «Operação Outono» poderia remeter-nos, na verdade, para uma manobra de âmbito mais vasto, em que a polícia política portuguesa teria participado como mera executante, inscrita num mundo de motivações que não poderá distrair-nos, como já se afirmou, da importância do apoio de Humberto Delgado aos movimentos de libertação africanos que tinham em Argel uma estratégica base política e logística.
Do mesmo modo que não se pode ignorar a circunstância de também Eduardo Mondlane e Amílcar Cabral terem sido assassinados, havendo notícias de as autoridades portuguesas poderem ter estado directa ou indirectamente envolvidas.
Por outro lado, o encobrimento dos autores materiais do assassinato de Humberto Delgado poderá ter transformado em reféns da sua própria polícia política os governos de Salazar e Marcelo Caetano."
Mas voltamos à Itália:
Deve ser sublinhado, contudo, que em várias ocasiões, depósitos de armas foram descobertos e operações stay-behind paramilitares foram oficialmente dissolvidas - apenas para serem criadas de novo.
Mas só após 1990 a sua verdadeira dimensão internacional foi tornada pública.
Giulio Andreotti, a principal figura da vida política italiana do pós-guerra, foi descrito por Aldo Moro aos seus captores como "demasiado chegado à NATO", numa tentativa de os alertar. De facto, antes do reconhecimento da existência de Gladio, ele tinha-a "inequivocamente" desmentido em 1974 e em 1978, perante os juízes que investigavam os atentados bombistas da Piazza Fontana em 1969.
Mesmo em 1990, testemunhos colectados pelos juízes Felice Casson and Carlo Mastelloni, investigando o atentado bombista fascista de Peteano em 1972, indicam que Gladio estava envolvida em actividades desconhecidas por Andreotti e que são inúmeras as evidências das ligações entre Gladio, os chefes dos Serviços Secretos italianos, e a Loja Maçónica P2.
Há também uma sobreposição entre membros da Gladio e o Comité de Militares Rosa dei Venti (Rosa dos Ventos) que tentou um golpe de estado em 1970.
Na sequência da investigação à falência do Banco Ambrosiano, onde se constataram as suas ligações à Máfia e ao Banco do Vaticano, que também foi usado para financiar o movimento sindical Solidarnosc na Polónia e os Contra na Nicarágua, a Loja neofascista P2 foi desmantelada e ilegalizada. A P2 era um governo sombra de extrema-direita, pronto para assumir o poder em Itália, e que incluia nos seus membros 4 ministros, os 3 chefes da inteligência, 48 membros do parlamento, 160 oficiais militares, banqueiros, industriais, embaixadores e o Chefe do Estado Maior do Exército.
São atribuídos à Operação Gladio as seguintes operações:
O rapto e assassinato de Aldo Moro;
Alguns membros da Junta do General Videla eram também membros da P2, tal como José Lopez Rega, fundador da infame organização terrorista Tripple A, bem como Raúl Alberto Lastiri e Emilio Massera.
Operação Condor - uma campanha de contra-terrorismo implementada por regimes de estrema-direita que dominaram a América do Sul desde os 1950s até aos 1980s, responsável por inúmeros assassinatos políticos;
O assassinato de Eduardo Mondlane, já descrito atrás;
Em 1995, O Juíz Giovanni Salvi acusou os Serviços Secretos italianos de terem manipulado as provas do envolvimento da Polícia Secreta Chilena (DINA) no atentado terrorista em 1975 ao ex-vice-presidente chileno Bernardo Leighton em Roma.
Em 20 de Junho de 1973, o massacre de Ezeiza, em Buenos Aires (Argentina), o massacre de Montejurra em Espanha em 1976 e o massacre da praça Taksim em Istambul (Turquia) em 1977;
Estes são casos em que se encontra ligações directas entre a Operação Gladio e diversos acontecimentos. Restam inúmeras conjecturas. Considerando que a Operação Gladio era especializada em Operações false flag, quantos mais acontecimentos foram realizados por ela e atribuídos a outros?

A operação Gladio acabou?

Pelo contrário. Como é costume, neste tipo de organizações, quando estas atingem certa notoriedade, são oficialmente dissolvidas para renascerem com outro nome quase imediatamente.
Em 1996, o Jornal belga Le Soir revelou a existência de um plano racista operado pelas agências de inteligência militares.
Em 1999, indícios levaram à suspeição da criação na Suíça de uma estrutura clandestina paramilitar, alegadamente para substituir a P26 e P27 (as partes suíças da Gladio).
Finalmente, em 2005, a imprensa italiana revelou a existência do Departamento de Estudos Estratégicos de Anti-Terrorismo (DSSA), acusado de ser "outro Gladio".
Quantos dos "Inimigos da Liberdade" são agências governamentais, Gladio ou outras, com o objectivo de abalar a segurança e levar à introdução de mais e mais legislação despotista?
Pelo menos, identificamos um "Inimigo da Liberdade": A Operação Gladio, gerida pela NATO e pela CIA. 

Guerra ao Terror - O Afeganistão

Exactamente 5 anos atrás, em Novembro de 2001, Bin laden, o ex-agente da CIA, junto com os seus cerca de 4.000 operativos da Al Qaeda, terão sido evacuados do Afganistão para o Pakistão, sob autorização das autoridades militares americanas.
Isso terá acontecido num período em que a força aérea americana terá "parado" os bombardeamentos do aeroporto de Kunduz, para permitir a evacuação de pakistaneses simpatizantes dos Taliban em território afegão. Esta foi uma das condições impostas pelo Pakistão pela ajuda logística e de informação que o Pakistão passou a prestar aos EUA.
Assim, a força aérea "parou os bombardeamentos" do aeroporto para permitir a evacuação. Hmmm.... quando se bombardeia um aeroporto, a primeira coisa que se faz é destruir as pistas de aterragem. Como é que depois de "intensos bombardeamentos aéreos", o aeroporto de Kunduz tinha pistas em condições para a aterragem de aviões?
Apesar disso, milhares de combatentes pakistaneses e operacionais da Al Qaeda usaram livremente o aeroporto, durante vários dias, para a evacuação do Afganistão.
Os serviços de informação iraquianos tinham avisado os EUA de que a captura de Bin Laden e o desmantelamento da Al Qaeda provocaria uma reação gigantesca por parte dos países islâmicos, tendo como consequência final a deposição dos líderes da Jordânia, Arábia Saudita e Egipto e a sua substituição por fundamentalistas islâmicos.
Assim, Bin Laden e a Al Qaeda são secretamente evacuados ao mesmo tempo que Bush exorta os militares para o apanhar.
Mas qual é a posição de Bush em relação a Bin Laden?
Em 2003, segundo um inquérito do Guardian, peritos que têm seguido as tentativas dos pakistaneses e americanos para encontrar Bin Laden sugeriram que o presidente do Pakistão, Pervez Musharraf, fez um acordo com os EUA para não capturarem Bin Laden com medo dos problemas que surgiriam no seu próprio país.
Nos Ultimos dias de Setembro - 1ºs dias de Outubro de 2001, líderes dos dois partidos islâmicos do Pakistão negociaram a extradição de Bin Laden para este país para ir a julgamento sobre o seu envolvimento nos ataques de 11 de Setembro, segundo um artigo do Mirror. Segundo este plano, Bin Laden seria colocado em prisão domiciliar em Peshawar e enfrentaria um tribunal internacional, que decidiria ou julgá-lo ou entregá-lo aos EUA. Segundo relatórios no Pakistão (e o Daily Telegraph), este plano foi aprovado tanto pot Bin Laden quanto pelo lider Taliben, Mullah Omar. (Mirror, 8/7/2002).
Em função da primeira prioridade na "guerra ao terror" dos EUA, proclamada por Bush, os EUA presumivelmente aceitariam este plano.
No entanto, o aliado dos EUA na "guerra ao terror, o líder do Pakistão Musharraf, rejeita este plano (afirmando que a razão porque não o aceitava era "não poder garantir a segurança de Bin Laden").
Segundo declarações posteriores de oficiais americanos, parece que os EUA não queriam o acordo: "por diminuir o alcance dos nossos objectivos", arriscando o "colapso prematuro dos esforços internacionais (derrotar os talibans) se por acaso Bin Laden fosse capturado" (Mirror, 8/7/2002).
Os próprios militares menosprezam a captura de Bin Laden: em Outubro de 2001, o Ben. Tommy Franks, o comandante em chefe do Central Command, diz sobre a guerra no afganistão: "Não dissemos que Bin Laden seria um alvo deste esforço. O que pretendemos é a destruição da rede da Al Qaeda, assim como ..... taliban que oferecem santuário para Bin Laden e a Al Qaeda" (USA Today, 8/10/2001).
Em meados de Novembro de 2001, o Washington Post relata que os oficiais superiores da força aérea estavam aborrecido por causa das oportunidades perdidas em atingir os lideres da Al Qaeda e Taliban desde o começo do bombardeamento do Afganistão. Segundo esses oficiais, a Força Aérea acredita ter tido oportunidade de atacar os líderes pelo menos em dez diferentes ocasiões,as não conseguiu receber autorização atempada em todas as ocasiões.
Segundo a inteligência indiana, uma ponte aérea torna-se cada vez mais intensa nos últimos 3 dias antes da queda da cidade em 25 de Novembro. Dos 8.000 operacionais da Al Qaeda, Pakistão ou Talibans, cerca de 5.000 são evacuados por ar e 3.000 rendem-se. (New Yorker, 21/1/2002)
Em Janeiro de 2005, o recém aposentado director executivo da CIA afirmará explicitamente que "é melhor deixar o Bin Laden em liberdade" (9 de Janeiro de 1005).
E quanto a Bush?
Assim como o caso de 4 lideres da Al Qaeda, presos na base aérea americana de Bagram, perto de Kabul, que escapam da prisão no meio de 12.000 militares, passam por todos os checkpoints e patrulhas de segurança, e saem da base sem ser detectados. Impossível de acontecer sem ajuda interna.
Os seus nomes: Mahmoud al-Kahtani, saudita; Abdullah Hashimi, sírio; Mahmoud Ahmad, iraquiano, também conhecido como Faruq al-Iraqi, preso em 2002 na Indonésia e suspeito de ser o elo de ligação entre a Al Qaeda e a jihad islâmica indonésia; Muhammad Hassan, líbio.
Entretanto, segundo a lista, periodicamente publicada pelo FBI, dos mais procurados, Bin Laden aparece como não tendo qualquer conexão com os ataques de 11 de Setembro.
Quando um congresso estupefacto interrogou o FBI àcerca desta omissão, o FBI reiterou que não possui até hoje qualquer prova do envolvimento de Bin Laden nos ataques de 11 de Setembro.
Finalmente, Bush põe os pontos nos ii:
Hmm..... isto cheira mesmo mal 

Guerra ao Terror - Gripe das Aves

Chamando à Guerra ao Terror o seu verdadeiro nome, o Negócio do Medo, a gripe das aves encaixa-se perfeitamente nesta secção.
Sabe que o virus da gripe das aves foi descoberto há 9 anos, no Vietnam? Sabe que a gripe aviária, até ao momento, só afecta as aves?
Desde a descoberta deste vírus até hoje, 100 pessoas morreram. É difícil considerar de ameaça global uma ameaça que mata 11 pessoas por ano.
O virus não afecta o homem em condições normais.
Sabe que os norte-americanos foram os que propagandearam a eficácia do TAMIFLU (antiviral humano) como preventivo? Sabe que a sua eficácia perante a gripe comum está questionada por grande parte da comunidade científica? No entanto, é esta a "droga milagrosa" que nos protege da "ameaça global".
Sabe que o TAMIFLU apenas alivia alguns sintomas da gripe comum? Sabe que perante um suposto virus mutante como o H5N1, o TAMIFLU apenas aliviará a doença?
Sabe quem comercializa o TAMIFLU?..... LABORATÓRIOS ROCHE.
Sabe a quem comprou a ROCHE a patente do TAMIFLU em 1996?...... a GILEAD SCIENCES INC. E quem é o Presidente da GILEAD SCIENCES INC e hoje o seu principal accionista? Donald Rumsfeld, actual Secretário da Defesa dos EUA.
Quando começou a falar-se da gripe aviária a Gilead Sciences inc de Rumsfeld quiz reaver o Tamiflu alegando que a Roche não se esforçava o suficiente para fabricá-lo e comercializá-lo.
Ambas as empresas se sentaram a negociar e combinaram constituir dois comitées conjuntamente, um para coordenar o fabrico mundial do fármaco e decidir a  autorização a terceiros para fabricá-lo e outro comitée para  a comercialização de vendas estacionais nos mercados mais importantes , inclusive Estados Unidos.
Graças a esta renegociação, a Roche pagou à Gilead Sciences inc regalias retroactivas no valor de 62,5 milhões de dólares.
Sabe que a base do TAMIFLU é o anís estrelado? Sabe quem ficou com 90% da produção mundial desta planta? ..... ROCHE
O cenário estava preparado, bastava agora encontrar pouco a pouco aves “contagiadas” pelo vírus em diferentes países , uma ave aqui, outra acolá. Isso, para criar alarme mundial com ajuda de cientistas e políticos pouco escrupulosos ou de escassa capacidade intelectual e dos grandes meios de comunicação –Que não se caracterizam por investigar o que publicam ou emitem.
As vendas do TAMIFLU passaram de 254 milhões de dólares em 2004 para 1000 milhões em 2005.
Imagina quantos milhões mais pode a ROCHE ganhar nos próximos meses, se continuar o negócio do medo? Este fármaco não cura nem sequer a gripe comum.
Os Governos de todo o Mundo ameaçam com uma pandemia e compram à ROCHE quantidades industriais do produto.
Nós acabamos por pagar o medicamento e Rumsfeld, Cheney e Bush fazem o negócio......
Ou seja, o resumo da história é o seguinte:
Os amigos de Bush decidem que um fármaco como o TAMIFLU é a solução para uma pandemia que não apareceu e que causou 100 mortos em 9 anos, EM TODO O MUNDO.
Claro que se trata de uma campanha de desinformação. Para quê? Vej abaixo:
O historial de Rumsfeld no campo da medicina corporativa é extenso. Por exemplo:
O nome de Donald Rumsfeld aparece ainda unido a uma vacinação massiva contra a suposta gripe suína durante a administração de Gerald Ford na década de 70. Desta campanha de vacinação resultaou em mais de 50 mortes devido aos efeitos secundários.
Também a FDA  aprovou o aspartame   quando Rumsfeld esteve no gabinete de Ronald Reagan ,apesar de durante dez anos anteriores em estudos não se havia tomado nenhuma decisão. E sabe-se que aspartame é prejudicial.
Rumsfeld foi presidente  do laboratório fabricante de aspartame.
Também esteve envolvido no negócio das vacinas anti anthrax, vacinaram milhares de soldados norte-americanos, e o anthrax nunca foi uma ameaça.
Ainda esteve envolvido na vacinação massiva de soldados com vistide, fármaco  que supostamente evitaria os efeitos secundários da vacina contra a  viruela.
O vistide é também um produto dos laboratórios Gilead  Sciences inc.
Mais uma vez, o mesmo cenário: inventam-se ameaças para ganhar dinheiro à custa delas, mesmo provocando inúmeras mortes graças aos efeitos secundários.
A propósito: da próxima vez que alguém lhe propuzer vacinar-se contra a gripe, pergunte-lhe qual é o conteúdo da vacina. Irá ter algumas surpresas.

Extraído do Editorial do número 81(abril-2006) da revista DSALUD, por José Antonio Campoy

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