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29 de out. de 2011

Lixo espacial: projeto americano prevê reciclagem de satélites


Durante os meses de setembro e outubro, o Apolo11 noticiou duas reentradas de lixo espacial que chamaram a atenção, mais pelo tamanho das peças do que pelas consequências. Agora, a agência de projetos de defesa dos EUA apresentou finalmente um plano que tentará reciclar esse material antes que apresente risco ou seja destruído na atmosfera.


Batizado de Phoenix, o projeto permitirá a reciclagem do material que está atualmente em órbita e que segundo a DARPA (Projetos de Pesquisa Avançados de Defesa, dos EUA) está avaliado em cerca de 300 bilhões de dólares.

O maior problema em fazer isso hoje em dia é que o custo para se interceptar um satélite em órbita é muito elevado, o que exigirá o desenvolvimento de novas tecnologias robóticas. No entender de David Barnhart, gerente do programa Phoenix, serão necessárias novas tecnologias de imagens remotas e criação de ferramentas automáticas especiais, capazes de prender, cortar e modificar sistemas complexos em pleno espaço.

“Os satélites que estão em órbita não foram projetados levando em consideração a reciclagem. Não é uma questão de apenas soltar um parafuso ou desconectar um painel. As juntas são moldadas ou soldadas, o que exige tecnologias que ainda não dispomos, mas que será o objetivo do Phoenix", explicou o pesquisador.
  
O objetivo inicial do Phoenix são os satélites geoestacionários, que orbitam a Terra a 36 mil quilômetros de altitude. Quando encerram sua vida útil, muitos desses equipamentos são colocados em uma órbita conhecida como "cemitério", onde podem permanecer por milhares de anos antes de reentrarem na atmosfera.



No entanto, muitas peças - especialmente as antenas - podem sobreviver por muito mais tempo que a vida útil do satélite e são essas peças que deverão ser inicialmente recicladas. Existem centenas de satélites nessas condições, esperando que um dia possam ceder material que será usado novamente.
  
Lixos e Reentradas
Dos 40 objetos que deverão reentrar na atmosfera nos próximos 60 dias, 13 são fragmentos restantes da colisão entre o satélite americano Iridium 33 e o russo Cosmos 2251, ocorrida em fevereiro de 2009 em pleno espaço. A maior parte do lixo é composta de restos de foguetes propulsores que foram usados para colocar objetos em órbita e que agora estão retornando à Terra.
Desde o início do ano, 273 satélites ou restos espaciais já retornaram à Terra, o que dá uma média de um objeto por dia rompendo nossa atmosfera. Desses, 15 eram satélites e 66 consistiam de fragmentos da colisão entre os satélites Iridium 33 e Cosmos 2251. Por ano, cerca de 80 toneladas de material espacial retornam à Terra.

A próxima reentrada que deverá ocorrer é a do foguete chinês Longa Marcha CZ-3B R/B, prevista para acontecer em 30 de outubro. A queda desse artefato pode ser acompanhada pelo aplicativo SATVIEW, que permite o rastreio de inúmeros satélites no espaço.
Para seguir este e satélite e prever se poderão ser vistos a partir de sua cidade, use o SATVIEW