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3 de jul. de 2011

Especialistas desvendam os mitos e as verdades sobre o orgasmo

No dicionário ele aparece com a seguinte descrição: "sm (do gr orgázo) 1. Excitação do funcionamento de um órgão, muitas vezes com turgescência. 2. Grau máximo de excitação na cópula carnal, com satisfação do desejo venéreo". Mas, na prática, uma única palavra pode resumir tudo isso: orgasmo.

Considerado ainda um tabu, o orgasmo nada mais é do ápice do prazer ou o que chamamos de clímax. Porém, alcançá-lo não é tão simples quanto parece: exige muito estímulo e excitação. 

Algumas mulheres dizem que quando "ele" dá as caras é algo indescritível. "Sempre quis explicar, mas nunca consegui, é muito estranho. Muitas amigas minha dizem que é a mesma sensação de comer chocolate. Eu não acho, apesar de amar chocolate", afirma a assessora de imprensa Angélica Motta, de 37 anos. 

Outras vão além e descrevem como "algo maravilhoso e emocionante" ou que "é como estar descendo na maior montanha russa do mundo". O fato é que quem sentiu sabe que já teve um, mas quem tem dúvidas provavelmente não chegou "lá".

Para esclarecer algumas dúvidas que giram em torno do assunto, o eBand conversou com a ginecologista Flávia Fairbanks, especialista em Endometriose, Sexualidade Humana e Reprodução Humana, e com o sexologista e terapeuta Sexual João Borzino.

Durante a entrevista, eles falaram sobre os mitos e as verdades do ponto máximo do prazer. 

O orgasmo é sempre muito intenso.
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. De acordo com a intensidade do estímulo e disposição da mulher, bem como o grau de excitação, pode haver diferentes graus de contração da musculatura profunda da pelve, que é a principal sensação percebida no orgasmo.

Dr. João Borzino: Mito. O orgasmo vai desde um "arrepio" até um "tsunami". Tudo depende do estado de excitação que se atinge. As mulheres levam vantagem: ainda por cima podem ter orgasmos múltiplos.

É possível atingir o orgasmo nas preliminares. 
Dra. Flávia Fairbanks: Verdade. Se a paciente estiver no grau máximo de excitação não será necessário estímulo acessório, só os estímulos das preliminares já podem conduzí-la ao orgasmo.

Dr. João Borzino: Verdade. É possível e saudável. As pessoas elegem a penetração como o momento mais importante e seria um desperdício ter um orgasmo nesse momento. Nada a ver, bobagem!

O orgasmo masculino é a ejaculação. 
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. O orgasmo masculino também é representado pelas contrações musculares da pelve que, por si, desencadeiam a ejaculação.

Dr. João Borzino: Mito. Orgasmo e ejaculação são coisas distintas. Aqui no Ocidente costumam acontecer juntas, porém em alguns lugares do Oriente existem homens que têm o orgasmo, mas não ejaculam. 

O tempo do orgasmo masculino e feminino é igual. 
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. A intensidade das contrações e sensações pode variar de acordo com o estímulo prévio.

Dr. João Borzino: Mito. O orgasmo feminino tende a ser um pouco mais longo. 

A mulher atinge o orgasmo em todas as relações sexuais, mesmo sem perceber.
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. Há muitas mulheres que se sentem satisfeitas com o ato sexual sem que, necessariamente, tenham sido desencadeadas as sensações do orgasmo.

Dr. João Borzino: Mito. O orgasmo sempre é perceptível. Quem nunca teve é que fica em dúvida. A mulher pode muito bem ter uma relação sem orgasmo. Tudo depende do momento e de seu estado de humor.

Ansiedade, estresse e nervosismo podem dificultar o orgasmo.
Dra. Flávia Fairbanks: Verdade. A paciente pode não conseguir relaxar o suficiente para atingir esse grau de sublimação.

Dr. João Borzino: Verdade. Essas situações podem atrapalhar qualquer coisa na vida.

O verdadeiro orgasmo só ocorre quando existe amor entre o casal.
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. O orgasmo é secundário a estímulos sexuais que podem ocorrer mesmo sem envolvimento amoroso entre o casal. O necessário é um bom entrosamento "sexual", mas , sem dúvida, quando além disso também há amor, o sexo é muito melhor.

Dr. João Borzino: Balela gigante. Orgasmo é orgasmo, o que muda é a intensidade. Claro que quanto melhor a sintonia do casal, melhor ele pode ser. 

Homem e mulher devem sentir orgasmo ao mesmo tempo para ser prazeroso.
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. A velocidade da obtenção do orgasmo não tem relação direta com a satisfação, ambos podem se sentir satisfeitos mesmo que um deles nem tenha atingido o orgasmo.

Dr. João Borzino: Mito. Uma das maiores baboseiras já idealizadas. Este tipo de besteira ainda por cima leva à pressões inúteis e que prejudicam gravemente a interação do casal. Cada um no seu tempo!

Não é possível que a mulher atinja o orgasmo com sexo oral ou anal. 
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. Os estímulos com sexo oral e anal podem ser suficientemente intensos a ponto de desencadear o orgasmo.

Dr. João Borzino: Mito. Existem mulheres que atingem o orgasmo só de fantasiar uma situação, sem nem se tocar ou ser tocada. O orgasmo é um fenômeno psíquico e depende de quanto e como cada um permite se estimular. Só! 

A mulher só sente que atingiu o orgasmo quando solta um líquido igual ao do homem. 
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. Poucas mulheres soltam líquido no orgasmo, mas a maioria sente as contrações musculares pélvicas.

Dr. João Borzino: Mito. Mulheres não ejaculam. A chamada ejaculação feminina não é uma ejaculação real. É sabido que aproximadamente 20% das mulheres podem produzir um excesso de lubrificação que pode ser expelido em esguicho com a contração pélvica na hora do orgasmo. 

A posição do casal influencia na hora de atingir o orgasmo. 
Dra. Flávia Fairbanks: Verdade. Quanto mais estímulo houver sobre a região clitoriana, maior a facilidade feminina de atingir o orgasmo.

Dr. João Borzino: Verdade, pois isso depende do gosto de cada um. Toda posição que for mais estimulante e excitante facilita tudo. Não existe fórmula: isso depende do gosto, é individual e varia com o estado de humor. 

É possível ter mais de um orgasmo em uma única transa. 
Dra. Flávia Fairbanks: Verdade. A mulher pode ser reconduzida a um estado de alta excitação e ter mais de um orgasmo, mas isso não é regra e não ocorre com todas as mulheres, havendo aquelas que relaxam muito após um orgasmo e precisam descansar.

Dr. João Borzino: Verdade. Isso é mais fácil para as mulheres. Homens geralmente precisam de um tempinho para se recuperar.

O uso da camisinha dificulta o orgasmo da mulher. 
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. Se houver estímulo intenso sobre o clitóris ou vagina é possível ter orgasmo tão bem quanto sem a camisinha.

Dr. João Borzino: Bobagem. O que interessa é o estímulo da penetração e como a mulher recebe o estímulo. 

O homem sempre sabe quando a mulher finge o orgasmo. 
Dra. Flávia Fairbanks: Mito. Quem percebe a sensação é a mulher, que é a única capaz de saber se teve ou não as contrações ou se fingiu.

Dr. João Borzino: Nem sempre. Tem cada artista por aí... 

Movimentos frenéticos ajudam a alcançar o orgasmo. 
Dra. Flávia Fairbanks: Meio mito, meio verdade. Se esses movimentos ajudarem a mulher a friccionar o clitóris eles podem ajudar a alcançar o orgasmo.

Dr. João Borzino: Meio mito, meio verdade. Isso depende de cada um. 

Não chegar ao orgasmo com frequência indica um problema de saúde. 
Dra. Flávia Fairbanks: Verdade. Se a paciente nunca atingiu o orgasmo pode ser portadora de anorgasmia, transtorno que deve ser abordado por especialista, pois exige tratamento. Isso só vale para a paciente que se queixar de que isso é realmente um problema para ela. Existem mulheres que não atingem orgasmo frequantemente, mas isso para elas não é problema, pois ficam satisfeitas mesmo nas relações em que não têm orgasmo; nesses casos não há problema de ordem sexual ou médica, é muito importante ressaltar essa informação.

Dr. João Borzino: Significa que a pessoa anda muito estressada, magoada com o parceiro ou teve uma criação muito repressora que inibe a entrega e prejudica o orgasmo. Sendo assim, precisa de tratamento.
Fonte: eBan