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30 de jun. de 2011

Fobia, causas e tratamentos


Lista de medo e fobias de A a Z

Outro dia publiquei aqui, matéria com relação a Fobias. Dezenas de pessoas fizeram seus comentários, algumas falaram de seus problemas e ligaram tudo a algum tipo de fobia, outros nos pediram mais pesquisa sobre o assunto.
Pesquisando aqui, ali, encontramos todos os tipos de fobias e tratamentos, como diz um dos psiquiatras aqui citados, cada caso é um caso. Vamos à matéria.

Fobia

Você pode procurar o medo ou a fobia pelo nome específico se houver interesse. Esta listagem é parcial. Alguns nomes dados a certos medos são mais curiosidade.
A
Ablutofobia - medo de tomar banho
Acarofobia - medo de coceira ou de insetos que causam coceira
Acerofobia - medo de coisas ácidas
Acluofobia - medo de escuro ou escuridão
Acrofobia - medo de altura
Acusticofobia - medo de barulho
Aerofobia - medo de ventos, engolir ar ou aspirar substâncias tóxicas
Aeroacrofobia - medo de lugar aberto e alto
Aeronausifobia - medo de vomitar (quando viaja de avião)
Agliofobia - medo de dor
Afefobia - medo de ser tocado
Agorafobia - medo de lugares abertos, de estar na multidão, lugares públicos (mercados, shopping, supermercados) ou deixar lugar seguro
Agrafobia - medo de abuso sexual
Agrizoofobia - medo de animais selvagens
Agirofobia - medo de ruas ou cruzamento de ruas
Aicmofobia - medo de agulhas de injeção ou objetos pontudos
Ailurofobia - medo de gatos
Albuminurofobia - medo de doença renal
Algifobia - medo de dor
Aliumfobia - medo de alho
Alodoxafobia - medo de opiniões
Altofobia - medo de alturas
Amatofobia - medo de poeiras
Amaxofobia - medo de dirigir carros
Ambulofobia - medo de andar
Amnesifobia - medo de amnésia
Amicofobia - medo de coçar
Anablefobia - medo de olhar para cima
Ancraofobia ou anemofobia - medo de ventos
Androfobia - medo de homens
Anemofobia - medo de ventos
Anginofobia - medo de engasgar
Anglofobia - medo da Inglaterra, cultura inglesa, etc.
Angrofobia – medo de tornar-se raivoso
Anquilofobia - medo da imobilidade das juntas
Antropofobia - medo de pessoas ou da sociedade
Antlofobia - medo de enchentes
Anuptafobia - medo de ficar solteiro (a)
Apeirofobia - medo de infinito
Apifobia - medo de abelhas
Apotemnofobia - medo de pessoas amputadas
Aracnefobia ou aracnofobia - medo de aranhas
Aritmofobia - medo de números
Arrenfobia - medo de homens
Assimetrofobia - medo de coisas assimétricas
Astenofobia - medo de desmaiar ou ter fraqueza
Astrafobia ou astrapofobia - medo de trovões e relâmpagos
Astrofobia - medo de estrelas e céu
Ataxiofobia - medo de ataxia (descoordenação muscular)
Ataxofobia - medo de desleixo
Atazagorafobia - medo de ficar esquecido ou ignorado
Atelofobia - medo de imperfeições
Atefobia - medo de ruínas
Atomosofobia - medo de explosões atômicas
Atiquifobia - medo do fracasso
Aurofobia - medo de ouro
Autodisomofobia - medo de alguém com cheiro horrível
Autofobia - Medo de ficar só ou sozinho
Automatonofobia - medo de boneco do ventríloquo, criaturas animatrônicas, estátuas de cera (qualquer coisa que represente falsamente um ser sensível)
Automisofobia - Medo de ficar sujo
Aviofobia ou aviatofobia - Medo de voar de avião



B
Bacilofobia - medo de micróbios
Bacteriofobia - medo de bactéria
Balistofobia - medo de mísseis
Basofobia ou basifobia - medo de andar ou cair (inabilidade de ficar em pé)
Batofobia - medo de profundidade
Batonofobia - medo de plantas
Batofobia - medo de alturas ou ficar fechado em edifícios altos
Batracnofobia - medo de anfíbios (como sapos, salamandras, rãs, etc.)
Belonefobia - medo de alfinetes e agulhas (aiquimofobia)
Bibliofobia - medo de livros
Blennofobia - medo de limo ou coisas viscosas
Bromidrosifobia ou bromidrofobia - medo do cheiro do corpo
Brontofobia - medo de trovões e relâmpagos
Bufonofobia - medo de sapos

C
Cacofobia - medo de feiura
Cacorrafiofobia - medo de fracasso ou falhar
Caetofobia - medo de cabelo
Cainofobia ou cainotofobia - medo de novidades
Caliginefobia - medo de mulher bonita
Cancerofobia - medo de câncer
Cardiofobia - medo de coração
Carnofobia - medo de carne
Catagelofobia - medo do ridículo (estar ou ser)
Catapedafobia - medo de saltar de lugares baixos ou altos
Catisofobia - medo de sentar em baixo
Catoptrofobia - medo de espelhos
Cenofobia ou centofobia - medo de novas coisas ou idéias
Ciberfobia - medo de computadores ou trabalhar com computador
Cibofobia, citofobia ou citiofobia - Medo de comida
Ciclofobia - medo de bicicleta
Cimofobia - medo de ondas ou de movimentos parecidos com ondas
Cinetofobia ou cinesofobia - medo de movimento
Cinofobia - medo de cães
Cipridofobia, ciprifobia, ciprianofobia, ou ciprinofobia - medo de prostitutas ou doença venéreas
Cleptofobia - medo de ser roubado
Ceraunofobia - medo de trovão
Coinonifobia - medo de quartos
Colpofobia - medo de genitais (particularmente o feminino)
Copofobia - medo da fadiga
Corofobia - medo de dançar
Coniofobia - medo de poeira (amatofobia)
Colerofobia - medo da cólera (infecção bacteriana)
Cosmicofobia - medo de fenômenos cósmicos
Crometofobia ou crematofobia - medo de dinheiro
Cromofobia ou cromatofobia - medo de cores
Cronofobia - medo do tempo
Cronomentrofobia - medo de relógios
Claustrofobia - medo de espaços confinados
Cleitrofobia ou cleisiofobia
Cleptofobia - medo de ser roubado
Climacofobia - medo de degraus (subir ou cair de degraus)
Clinofobia - medo de ir para cama
Clitrofobia ou cleitrofobia - medo de ficar fechado
Cnidofobia - medo de cordas
Cometofobia - medo de cometas
Coimetrofobia - medo de cemitérios
Coitofobia - medo de trepar (fornicar)
Contreltofobia - medo de abuso sexual
Coprastasofobia - medo de constipação (intestino preso)
Coprofobia - medo de fezes
Coulrofobia - medo de palhaços
Cremnofobia - medo de precipícios
Criofobia - medo de frio intenso, gelo ou congelamento
Cristalofobia - medo de cristais ou vidros

D
Decidofobia - medo de tomar decisões
Defecaloesiofobia - medo de movimentos intestinais dolorosos
Deipnofobia - medo de jantar e conversas do jantar
Dementofobia - medo de insanidade
Demonofobia ou demonofobia - medo de demônios
Demofobia - medo de multidão (Agorafobia)
Dendrofobia - medo de árvores
Dentofobia - medo de dentistas
Dermatofobia - medo de lesões de pele
Dermatosiofobia, dermatofobia ou dermatopatofobia - medo de doenças de pele
Dextrofobia - medo de objetos do lado direito do corpo
Diabetofobia - medo de diabetes
Didasqualeinofobia - medo de ir a escola
Diquefobia - medo de justiça
Dinofobia - medo de vertigens ou redemoinho
Diplofobia - medo de visão dupla
Dipsofobia - medo de beber
Disabiliofobia - medo de se vestir na frente de alguém
Dismorfofobia - medo de deformidade
Distiquifobia - medo de acidentes
Domatofobia ou oiquofobia - Medo de casas ou estar em casa
Dorafobia - medo de pele de animais
Dromofobia - medo de cruzar ruas

E
Eclesiofobia - medo de igreja
Ecofobia - medo de casa
Eicofobia ou oiquofobia - medo da casa do vizinho
Eisoptrofobia - medo de espelhos ou de se ver no espelho
Electrofobia - medo de eletricidade
Eleuterofobia - medo da liberdade
Elurofobia - medo de gatos (ailurofobia)
Emetofobia - medo de vomitar
Enetofobia - medo de alfinete (ou coisas parecidas)
Enoclofobia - medo de multidão
Enosiofobia ou enissofobia - medo de ter cometido um pecado ou crítica imperdoável Entomofobia - medo de insetos
Eosofobia - medo do amanhecer ou luz do dia
Epistaxiofobia - medo de sangrar o nariz
Epistemofobia - medo do conhecimento
Equinofobia - medo de cavalos
Eremofobia - medo de ficar só
Ereutrofobia - medo de ficar vermelho
Ergasiofobia - medo de trabalhar ou de operar (cirurgião)
Ergofobia - medo do trabalho
Eritrofobia, eritofobia ou ereutofobia - medo de luz vermelha ou do vermelho
Erotofobia - medo de amor (sexual) ou questões relacionado ao sexo
Escabiofobia - medo de sarna
Escatofobia - medo de matéria fecal
Escelerofobia - medo de homem mau
Esciofobia ou esciafobia - medo de sombras
Escolafobia – medo de escola
Escolecifobia - medo de vermes
Escopofobia ou escoptofobia - medo de estar sendo olhado
Escotomafobia - medo de cegueira
Escotofobia - medo de escuro
Escriptofobia - medo de escrever em publico
Esfecsofobia - medo de marimbondos
Espectrofobia - medo de fantasmas ou espectros
Espermatofobia ou espermofobia - medo de sêmen
Estasibasifobia ou estasifobia - medo de ficar de pé ou andar (ambulofobia)
Estaurofobia - medo de cruz ou crucifixo
Estenofobia - medo de lugares ou coisas estreitas
Estigiofobia - medo do inferno
Eufobia - medo de ouvir boas novas
Eurotofobia - medo da genitália feminina

F
Fagofobia - medo de engolir ou de comer
Falacrofobia - medo de tornar-se careca
Falofobia - medo do pênis (principalmente quando fica ereto)
Farmacofobia - medo de tomar remédios
Fasmofobia - medo de fantasmas
Febrifobia, fibrifobia ou fibriofobia - medo de febre
Fengofobia - medo da luz do dia ou nascer do sol
Felinofobia - medo de gatos (ailurofobia, elurofobia, galeofobia, gatofobia)
Filemafobia ou filematofobia - medo de beijar
Filofobia - medo de enamorar
Filosofobia - medo de filosofia
Fobia Social - medo de estar sendo avaliado negativamente (socialmente)
Fobofobia - medo de fobias
Fonofobia - medo de barulhos ou vozes ou da própria voz; de telefone
Fotoaugliafobia - medo de luzes muito brilhantes
Fotofobia - medo de luz
Francofobia - medo da França, cultura francesa (galofobia, galiofobia)
Frigofobia - medo do frio, coisas frias
Fronemofobia - medo de pensar
Ftisiofobia - medo de tuberculose

G
Galeofobia ou gatofobia - medo de gatos
Gamofobia - medo de casar
Gefirofobia, gefidrofobia ou gefisrofobia - medo de cruzar pontes
Geliofobia - medo de rir
Geniofobia - medo de manter a cabeça erguida
Genofobia - medo de sexo
Genufobia - medo de joelho(s)
Gerascofobia - medo de envelhecer
Gerontofobia - medo de pessoas idosas
Geumafobia ou geumofobia - medo de sabores
Gimnofobia - medo de nudez
Ginefobia ou ginofobia - medo de mulheres
Glossofobia - medo de falar ou tentar falar em publico
Gnosiofobia - medo do conhecimento
Grafofobia - medo de escrever ou escrever a mão

H
Hadefobia - medo do inverno
Hagiofobia - medo de santos ou coisas santas
Hamartofobia - medo de pecar (pecados)
Hafefobia ou haptefobia - medo de estar sendo tocado
Harpaxofobia - medo de estar sendo roubado
Hedonofobia - medo de sentir prazer
Heliofobia - medo do sol
Helenologofobia - medo de termos gregos ou terminologia cientifica
Helmintofobia - medo de estar infestado com vermes
Hemofobia, hemafobia ou hematofobia - medo de sangue
Heresifobia ou hereiofobia - medo de desafiar a doutrina oficial (governo)
Herpetofobia - medo de répteis ou coisa que arrastam
Heterofobia - medo do sexo oposto (sexofobia)
Hidrargiofobia - medo de medicamentos mercuriais
Hidrofobia - medo de água
Hidrofobofobia - medo de raiva (doença)
Hielofobia ou hialofobia - medo de vidro
Hierofobia - medo de padres ou coisas sacras
Higrofobia - medo de líquidos ou umidade
Hilefobia - medo de materialismo ou de epilepsia
Hilofobia - medo de florestas
Hipengiofobia ou hipegiafobia - medo de responsabilidade
Hipnofobia - medo de dormir ou ser hipnotizado
Hipofobia - medo de casas
Hipopotomonstrosesquipedaliofobia - medo de palavras grandes
Hipsifobia - medo de altura
Hobofobia - medo de bêbados ou mendigos
Hodofobia - medo de atravessar estradas
Hormefobia - medo de ficar abalado ou chocado
Homiclofobia - medo de neblina
Homilofobia - medo de sermões
Hominofobia - medo de homens
Homofobia - medo de homosexualidade ou se tornar homosexual
Hoplofobia - medo de armas de fogo

I
Iatrofobia - medo de ir ao médico ou ao doutor
Ictiofobia - medo de peixe
Ideofobia - medo de idéias
Ilingofobia - medo de vertigem ou sentir vertigem quando olha para baixo
Iofobia - medo de veneno
Insectofobia - medo de insetos
Isolofobia - medo ficar sozinho
Isopterofobia - medo de cupins
Itifalofobia - medo de ver, pensar ou ficar com o pênis ereto

L
Laliofobia ou lalofobia - medo de falar
Laquanofobia - medo de verduras
Leprofobia ou leprafobia - medo de lepra
Leucofobia - medo de colarinho branco
Levofobia - medo de coisas do lado esquerdo do corpo
Ligirofobia - medo de barulhos
Ligofobia - medo de escuridão
Lilapsofobia - medo de furacões
Limnofobia - medo de lagos
Linonofobia - medo de cordas
Lissofobia - medo de ficar louco
Liticafobia - medo de processos (civil)
Locquiofobia - medo de nascimento (criança)
Logizomecanofobia - medo de computadores
Logofobia - medo de palavras
Luefobia – medo de sífilis (lues)
Lutrafobia - medo de lontra (mamífero aquático)

M
Macrofobia - medo de esperar muito
Mageirocofobia - medo de cozinhar
Maieusiofobia - medo da infância
Malaxofobia - medo de amar (sarmassofobia)
Maniafobia - medo de insanidade
Mastigofobia - medo de punição
Mecanofobia - medo de máquinas
Medomalacufobia - medo de não ficar com pênis ereto
Medoutofobia - medo do pênis ereto
Megalofobia - medo de coisas grandes
Melissofobia - medo de abelhas
Melanofobia - medo de cor preta
Melofobia –medo ou ódio de música
Meningitofobia - medo de doença nervosa
Menofobia - medo de menstruação
Merintofobia - medo de ficar amarrado
Metalofobia - medo de metal
Metatesiofobia - medo de mudar
Meteorofobia - medo de meteoros
Metifobia - medo de álcool
Metrofobia – medo ou ódio de poesia
Micofobia – medo ou aversão por cogumelos
Microbiofobia - medo de micróbios (bacilofobia)
Microfobia - medo de coisas pequenas
Mictofobia - medo de escuridão
Mirmecofobia - medo de formigas
Misofobia - medo de germens, contaminação ou sujeira
Mitofobia - medo de mitos, estórias ou declarações falsas
Mixofobia - medo de qualquer sustância viscosa (blenofobia)
Mnemofobia - medo de memórias
Molismofobia ou molisomofobia - medo de sujeira ou contaminação
Monofobia - medo de solidão ou ficar só
Monopatofobia - medo de doença incurável
Motorfobia - medo de automóveis
Musofobia ou murofobia - medo de camundongos (ratos)

N
Nebulafobia - medo de neblina (homiclofobia)
Necrofobia - medo de morte ou coisas mortas
Nelofobia - medo de vidro
Neofarmafobia - medo de medicamentos novos
Neofobia - medo de qualquer coisa nova
Nefofobia - medo de nevoeiros
Nictofobia - medo da escuridão ou da noite
Noctifobia - medo da noite
Nomatofobia - medo de nomes
Nictohilofobia - medo de florestas escuras ou a noite
Nosocomefobia - medo de hospital
Nosofobia ou nosemafobia - medo de ficar doente
Nostofobia - medo de voltar para casa
Novercafobia - medo da madrasta
Nucleomitufobia - medo de armas nucleares
Nudofobia - medo de nudez
Numerofobia - medo de números

O
Obesofobia - medo de ganhar peso (pocrescofobia)
Oclofobia - medo de multidão
Ocofobia - medo de veículos
Octofobia - medo do número 8
Odontofobia - medo de dentista ou cirurgia odontológica
Odinofobia ou odinefobia - medo da dor (algofobia)
Oenofobia - medo de vinhos
Olfactofobia - medo de cheiros
Ofidiofobia - medo de cobras
Oftalmofobia - medo de estar sendo vigiado
Ombrofobia - medo de chuva ou de estar chovendo
Ometafobia ou omatofobia - medo de olhos
Oneirofobia - medo de sonhos
Oneirogmofobia - medo de sonhos molhados
Onomatofobia - medo de ouvir certas palavras ou nomes
Osmofobia ou osfresiofobia - medo de odores
Ostraconofobia - medo de ostras
Ouranofobia - medo do céu
Ounitofobia - medo de pássaros
Outofobia - medo de propriedade ou haveres

P
Pagofobia - medo de gelo ou congelamento
Panofobia ou pantofobia - medo de tudo
Pantofobia - medo de sofrimento ou doença
Papirofobia - medo de papel
Paralipofobia - medo de responsabilidade
Parafobia - medo de perversão sexual
Parasitofobia - medo de parasitas
Parasquavedequatriafobia - medo da sexta feira 13
Partenofobia - medo de virgens ou adolescentes (sexo feminino)
Parturifobia - medo de parto
Patofobia - medo de doenças
Patroiofobia - medo da hereditariedade
Pecatofobia - medo do pecado (crime imaginário)
Pediculofobia - medo de piolho
Pediofobia - medo de bonecas
Pedofobia - medo de crianças
Peladofobia - medo de carecas
Peniafobia - medo da pobreza
Pirexiofobia - medo de febre
Pirofobia - Medo de fogo
Placofobia - medo de sepulturas
Plutofobia - medo de opulência
Pluviofobia - medo de chuva ou estar chovendo
Pneumatifobia - medo de espíritos
Pnigofobia ou pnigerofobia - Medo de estar sendo sufocado
Pocrescofobia - medo de ganhar peso (obesofobia)
Pogonofobia - medo de barbas
Poliosofobia - medo de contrair poliomielite
Politicofobia – medo de políticos
Polifobia - medo de muitas coisas
Poinefobia - medo de punição (castigo)
Ponofobia - medo de trabalho pesado ou de dor
Porfirofobia - medo da cor purpura
Potamofobia - medo de rios ou águas correntes
Potofobia - medo de álcool
Prosofobia - medo de progresso
Pselismofobia - medo de gaguejar
Psicofobia - medo da mente
Psicrofobia - medo de frio
Pteromeranofobia - medo de voar
Pteronofobia - medo de ser coçado com penas
Ptiriofobia - medo de piolho (pediculofobia)
Pupafobia - medo de bonecos

Q
Queimafobia ou queimatofobia - medo de frio
Quemofobia - medo de substâncias químicas ou de trabalhar com elas
Quenofobia - medo de espaços vazios
Querofobia - medo de alegria
Quifofobia - medo de parar
Quimofobia - medo de ondas
Quionofobia - medo de neve
Quinofobia - medo de raiva (doença)
Quiraptofobia - medo de ser tocada(o)

R
Rabdofobia - medo de ser severamente punido
Radiofobia - medo de radiação, raio-x
Ranidafobia - medo de sapos
Rectofobia - medo de reto (anus) ou doenças retais
Ripofobia - medo de defecação
Ritifobia - medo de ficar enrugado
Rupofobia - medo de sujeira

S
Sarmassofobia - medo de fazer amor (malaxofobia)
Satanofobia - medo de satã (demônio)
Selafobia - medo de flashes (luzes)
Selenofobia - medo da lua
Seplofobia - medo de material radiativo
Sesquipedalofobia - medo de palavras grandes
Sexofobia - medo do sexo oposto (heterofobia)
Siderodromofobia - medo de trem ou viagem de trem
Siderofobia - medo de estrelas
Sinistrofobia - medo de coisas do lado esquerdo, mão esquerda
Sinofobia - medo de chinês ou cultura chinesa
Sitofobia ou Sitiofobia - medo de comida ou comer (cibofobia)
Socerafobia - medo de padrasto ou madrasta
Sociofobia - medo da sociedade ou de pessoas em geral
Somnifobia - medo de dormir
Simmetrofobia - medo de simetria
Singenesofobia - medo de parentes
Sifilofobia - medo de sífilis
Sofofobia - medo de aprender
Soteriofobia - medo de dependência dos outros
Surifobia - medo de camundongo (rato)
Simbolofobia - Medo de símbolos

T
Taasofobia - medo de sentar
Tacofobia - medo de velocidade
Taeniofobia ou teniofobia - medo de solitária (tênia)
Tafefobia ou tafofobia - medo de ser enterrado vivo
Tapinofobia - medo de ser contagioso
Taurofobia - medo de touro
Tecnofobia - medo de tecnologia
Talassofobia - medo do mar
Teleofobia - medo de definir planos ou de cerimônias religiosas
Telefonofobia - medo de telefone
Tanatofobia ou tantofobia - medo da morte ou de morrer
Teratofobia - medo de crianças ou pessoas deformadas
Testofobia - medo de fazer provas (escolares)
Tetanofobia - medo de tétano
Teutofobia - medo de alemão, cultura ou coisas alemãs
Textofobia - medo de certos tecidos
Teatrofobia - medo de teatro
Teologicofobia - medo de teologia
Teofobia - medo de Deus ou de religião
Termofobia - medo de calor
Tiranofobia - medo de tiranos
Tocofobia - medo de gravidez
Tomofobia - medo de cirurgia
Tonitrofobia - medo de trovão
Topofobia - medo de certos lugares ou situações, que dão medo ou pavor
Toxifobia, toxofobia ou toxicofobia - medo de envenenar-se
Traumatofobia - medo de tramas (físicos)
Tremofobia - medo de tremer
Trisquaidequafobia - medo do número 13
Tropofobia - medo de mudar ou fazer mudanças
Tripanofobia - Medo de injeções
Tuberculofobia - Medo de tuberculose

U
Uranofobia - medo do céu
Urofobia - medo de urina ou do ato de urinar


V
Vacinofobia - medo de vacinação
Venustrafobia - medo de mulher bonita
Verbofobia - medo de palavras
Verminofobia - medo de vermes
Vestifobia - medo de vestir
Virginitifobia - medo de estupro
Vitricofobia - medo do padrasto

X
Xenofobia - medo de estrangeiros ou estranhos
Xerofobia - medo de secura, aridez
Xilofobia - medo de objetos de madeira ou de floresta

Z
Zelofobia - medo de ter ciúmes
Zeusofobia - medo de Deus ou deuses
Zoofobia - medo de animais


Você tem medo de quê?

É grande o número de pessoas que sofrem de fobias. A boa notícia é que os tratamentos estão cada vez mais eficientes 

O medo é um dos sentimentos que permitiram à espécie humana multiplicar-se e dominar a Terra. Graças a ele, nossos ancestrais escaparam de ataques de animais ferozes e de outras ameaças naturais. Mas, por motivos diversos, muitos dos quais ainda não totalmente esclarecidos pela ciência, algumas pessoas apresentam um medo patológico em relação a situações que estão longe de representar uma ameaça real. Pode ser de avião, de altura, de elevador, de escuro, de um animal doméstico ou até mesmo de gente. Duas em cada dez pessoas estão predispostas a desenvolver um tipo de fobia – esse é o nome do medo e da aversão doentios – ao longo da vida. As fobias podem ser tratadas no divã do psicanalista, com terapias breves, medicamentos ou hipnose. Não raro, é preciso combinar duas ou mais dessas opções. Tudo leva a crer que o tratamento que consegue os resultados mais rápidos é a terapia cognitiva comportamental. Ela tem sucesso em até 80% dos casos em cerca de apenas três meses. A jornalista que assina esta reportagem submeteu-se a essa terapia, com o psicólogo José Roberto Leite, professor da Universidade Federal de São Paulo. Seu medo de avião agora está sob controle.
A palavra fobia vem do grego phobos. Phobos era a divindade mitológica capaz de causar nos homens um medo incontrolável. Por esse motivo, os escudos dos soldados gregos muitas vezes traziam estampada a imagem de Phobos – dessa maneira, acreditavam ser mais fácil apavorar seus inimigos. Os americanos criaram um ABC da fobia, que conta com cerca de 500 medos. Dele constam desde fobias que são velhas conhecidas, como aracnofobia (medo de aranha) e claustrofobia (medo de espaços fechados), até quadros definidos como androfobia (medo de homem), decidofobia (medo de tomar decisões), gamofobia (medo de casamento), eclesiofobia (medo de igreja), afania (medo de perder a capacidade sexual) e por aí vai. É claro que, dependendo das circunstâncias, as pessoas podem exibir reações de medo mais intensas do que de costume. Um cachorro pode parecer mais assustador do que outro. Uma viagem de avião mais turbulenta pode causar frio na barriga mesmo a um viajante experimentado. Mas isso não significa que se tenha adquirido uma fobia. Antes que você comece a achar que é fóbico, veja o que define exatamente essa patologia:

• A fobia é sempre em relação a uma determinada situação, objeto ou bicho.

• É irracional. Por exemplo, não faz o menor sentido ter medo de galinhas, já que galinhas não fazem mal a ninguém.

• É um medo desproporcional. Quem tem fobia de avião leva mais em conta as insignificantes estatísticas de acidentes aéreos do que a altíssima taxa de sucesso dos vôos.

• Interfere nas atividades do cotidiano. É comum que alguém com medo de altura se recuse a trabalhar num andar alto.

• Uma fobia pode traduzir-se em reações físicas violentas. Ao deparar com o objeto do medo, o fóbico pode ter sudorese e ser acometido por tonteiras, tremedeiras, taquicardia e dificuldades de respiração. Muitos têm uma sensação de morte iminente.

Um estudo clássico sobre o assunto é o texto "O pequeno Hans", escrito em 1909 por Sigmund Freud, o pai da psicanálise. Hans, que sofria de fobia de cavalos, foi levado ao consultório de Freud quando contava apenas 5 anos. Era uma fobia com implicações muito graves para a época, visto que cavalos eram a principal força motriz dos veículos urbanos. Por causa de seu medo, Hans simplesmente não conseguia sair às ruas de Viena, onde morava. Por meio de técnicas psicanalíticas que ainda estavam em seus primórdios, Freud descobriu que a fobia de cavalos de Hans se relacionava ao receio inconsciente de ser castrado pelo pai por causa do amor que sentia pela mãe. Uma manifestação do complexo de Édipo, enfim. Freud conseguiu curar seu pequeno paciente e, ao teorizar sobre essa sua experiência prática, firmou uma convicção entre os psicanalistas: a de que toda e qualquer fobia é manifestação de uma angústia mais profunda, muitas vezes sem relação aparente com o objeto do medo. A psicanálise, contudo, não é um tratamento de sucesso garantido – nem de casos de fobia nem de outros problemas. Os próprios psicanalistas reconhecem isso. Além do mais, o método criado por Freud requer um paciente disposto a aventurar-se pelos abismos e desvãos de sua história pessoal. Ele não pode ter pressa de curar-se e tem de ser dono de uma conta bancária razoavelmente polpuda, pois sessões de psicanálise costumam ser caras. Ou seja, não é para todo mundo.

Uma terapia breve, como a cognitiva comportamental, não é uma viagem de autoconhecimento, como a psicanálise. Para tratar uma fobia, o terapeuta não se preocupa em saber qual seria a origem do distúrbio. Seu objetivo é apenas cancelar a cadeia de reações físico-mentais que detonam o medo. A técnica parte do princípio de que a fobia é um medo aprendido e de que, portanto, a melhor forma de controlá-lo é fazer com que o fóbico "desaprenda" a sentir medo. Todo o trabalho é direcionado no sentido de desativar as conexões cerebrais que levam a ele. A terapia cognitiva comportamental tem sido exaustivamente estudada nos últimos anos. Ela é objeto de pelo menos 325 estudos clínicos que medem a sua eficácia, não só para o tratamento de fobias, mas também para outros distúrbios psiquiátricos, como depressão e esquizofrenia (ela pode ajudar a diminuir a freqüência dos surtos esquizofrênicos). Uma de suas maiores vantagens é ser curta: para controlar fobias, bastam, em média, doze sessões de 45 minutos cada uma, uma vez por semana.

A terapia cognitiva comportamental, que ganhou impulso para o tratamento de fobias nos anos 90, é fruto das duas correntes da psicologia americana que lhe dão nome. É cognitiva porque tenta descondicionar o paciente por meio de argumentos lógicos, e é comportamental porque o expõe ao objeto do seu medo. Pegue-se o caso de quem tem fobia de avião. O tormento de um fóbico começa alguns dias antes do embarque. Ao imaginar-se dentro de uma aeronave, o coração se acelera, a respiração fica ofegante, as mãos suam. Ao embarcar, esses sintomas aumentam de intensidade, e o pensamento fica fixo na possibilidade de um acidente ou na aflição de não ter o controle da situação. Qualquer variação no barulho causado pelas turbinas do avião ou qualquer expressão diferente de um comissário parecem ser o prenúncio de uma catástrofe. Já imaginou o que é passar dez, doze horas assim? Como esse medo é formado por uma cadeia de informações distorcidas, cada uma delas tem de ser desmontada. É o que os especialistas chamam de "dessensibilização".

A terapia cognitiva comportamental segue um procedimento padrão para todos os casos. Antes de começar, o paciente preenche uma espécie de inventário de todos os seus medos e pensamentos negativos e catastróficos. Depois de analisar os resultados do inventário, o terapeuta explica ao paciente como será o tratamento e quais os objetivos a ser atingidos gradualmente. No caso do fóbico de avião, o primeiro passo é o convencimento racional de que o medo é infundado, por meio de uso de estatísticas que mostram a segurança do transporte aéreo. O paciente também é estimulado a informar-se de como funciona uma aeronave e o trabalho de manutenção feito pelas companhias. Para iniciar o controle dos sintomas do medo propriamente dito, o paciente aprende técnicas de respiração abdominal e de relaxamento. "Respire, foque o pensamento naquilo que você está sentindo e perceba que você é capaz de controlar o seu corpo e as suas emoções", costuma dizer a seus pacientes o psicólogo José Roberto Leite. A respiração abdominal, lenta e profunda, é um remédio poderoso. Por meio dela, aliviam-se as tensões e regulam-se a circulação e a pressão arterial. Quando se experimenta uma crise fóbica, o coração acelera e, porque bate rapidamente, a sensação é de falta de ar. Ao sentir que está sem ar, a pessoa fica ofegante, o que aumenta ainda mais os batimentos cardíacos. O círculo é vicioso: o sofrimento mental alimenta o físico e vice-versa. Se, ao primeiro sintoma da ansiedade causada pelo medo, a pessoa tenta respirar calmamente e procura relaxar, a tendência é que esse circuito seja interrompido.

Depois dessa etapa, parte-se para a exposição ao objeto do medo, de forma gradual. Quem tem medo de elevador começa enfrentando viagens entre os andares mais baixos. Quem tem pavor de um bicho é apresentado a várias fotos do animal. Quem treme só de imaginar em dirigir um automóvel é estimulado a guiar em trajetos curtos e com pouco trânsito, neste caso com o terapeuta ao lado. Também acompanhado de um profissional, o paciente de agorafobia, que não consegue nem mesmo sair de casa, vai ampliando seus percursos aos poucos. Nos Estados Unidos e na Europa, uma das maneiras de exposição é por meio da realidade virtual. Há simuladores de vôos, de altura, de espaços confinados e até uma platéia fictícia para quem não consegue falar em público (veja quadro). A pedido do terapeuta, depois de cada exposição, a pessoa faz um relatório, em que descreve tudo o que sentiu e dá uma nota para o nível de tensão vivido. O conjunto dessas notas serve de instrumento para o terapeuta definir os exercícios seguintes. Ele também é importante para mostrar ao próprio paciente o seu progresso.

Nos últimos dez anos, as técnicas de hipnose ganharam força no tratamento das fobias, sobretudo nos Estados Unidos. Se você associou hipnose a uma cena de circo, esqueça. Hipnose não é mágica, mas uma técnica que conduz o paciente a reviver situações que o afligem, sem perder a consciência. Por meio da repetição de palavras ou de frases, o profissional leva a pessoa a um estado de relaxamento que a faz perder a resistência e a lembrar certos episódios de sua vida. Os terapeutas em hipnose acreditam que a fobia é um medo aprendido na primeira infância. Segundo essa teoria, um bebê não reconhece uma aranha como uma ameaça, por exemplo. Mas, se a mãe expressa uma ansiedade extrema ao ver o bicho, essa atitude pode enraizar a fobia de aranha no subconsciente da criança. Para eliminá-la, é preciso "voltar" ao momento em que o medo foi registrado pela primeira vez. Feito isso, mostra-se ao paciente que a sua reação exagerada não tem razão de ser. É uma espécie de reeducação. Segundo o terapeuta de hipnose Jean Jacques Buhannic, de São Paulo, 90% dos pacientes conseguem atingir um nível profundo de relaxamento e entrar em estado hipnótico. Quando o tratamento segue num ritmo adequado, não são necessárias mais do que oito sessões, de quarenta minutos a uma hora cada uma, para controlar uma fobia. A diferença essencial entre a hipnose e a terapia cognitiva comportamental no tratamento das fobias é que, segundo Buhannic, a primeira não se restringe aos sintomas. Tenta agir na origem do medo.

É por não se preocupar com a essência da fobia que os psicanalistas torcem o nariz para a terapia cognitiva comportamental. "Com um pequeno número de sessões, um paciente pode até perder o medo de cachorro, mas, como a causa desse medo não está sendo tratada, é bem provável que outra fobia ou qualquer outra manifestação de ansiedade aflore em seu lugar", diz o psicanalista Rubens Volich, de São Paulo. Não há como negar, no entanto, que ainda assim a terapia cognitiva comportamental cumpre um papel. Ela funcionaria como uma espécie de antitérmico para um paciente vítima de febre alta. Ou seja, um remédio bastante eficaz para controlar apenas as manifestações mais agudas de uma doença. Os seus bons resultados a curto prazo têm feito com que um número cada vez maior de fóbicos procure ajuda. Muitos psiquiatras passaram a indicar esse tipo de terapia. Nos casos mais graves, ela é associada a medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos.

Pelas contas dos especialistas, a maioria dos pacientes se encaixa no grupo das fobias específicas – as mais recorrentes são medo de altura, de dirigir, de elevador, de avião e de bichos, especialmente insetos. Elas também são as mais fáceis de tratar, por serem simples de identificar. Em geral, as fobias específicas começam na adolescência e no início da vida adulta. Sem tratamento, tendem a se tornar cada vez piores. O medo patológico mais limitante é o de quem sofre de fobia social generalizada. É gente que fica aterrorizada em situações das mais comezinhas, como ir a um supermercado ou a uma loja, comer na frente dos outros, escrever ou assinar um cheque quando alguém está olhando, ou mesmo usar um banheiro público. Esse tipo extremo de fobia faz com que os indivíduos se esquivem por sentirem-se julgados, observados ou criticados o tempo todo. Em geral, suas vítimas não conseguem trabalhar, manter amizades ou namorar. Não raro, experimentam ataques de pânico. Esse é um dos distúrbios fóbicos mais difíceis de ser tratados, inclusive pela terapia cognitiva comportamental. Em muitos casos, ele vem acompanhado do transtorno obsessivo compulsivo. Recentemente, o antidepressivo Aropax ganhou o aval da FDA, a agência americana de controle de remédios e alimentos, para o tratamento da fobia social. É o primeiro medicamento a ter indicação para o tratamento de uma fobia em particular. Nos Estados Unidos, uma das manifestações mais comuns desse tipo de distúrbio é o medo de falar em público. Apesar de todos os avanços nas técnicas de tratamento das fobias, não se pode deixar de lado um outro remédio: não ter medo de assumir seus medos nem de falar abertamente sobre eles. É o passo inicial rumo ao controle.

Cenário virtual, medo real

A terapia cognitiva comportamental coloca o fóbico cara a cara com o objeto de seu medo. Só assim o terapeuta pode ensinar ao paciente como controlar os sintomas físicos deflagrados pelo pavor. Até pouco tempo atrás, os especialistas dispunham basicamente de duas técnicas para promover esse confronto – a exposição ao vivo e em cores à causa da fobia, obviamente, e a visualização, em que o paciente é estimulado a imaginar-se vivendo a circunstância que lhe causa medo. Mas essas estratégias esbarram em alguns obstáculos. Muitos pacientes demoram a enfrentar situações reais, e nem sempre a imaginação é suficiente para levar a uma visualização efetiva. Em meados dos anos 90, esse tipo de empecilho foi superado com a ajuda da realidade virtual. Hoje, é cada vez maior o número de consultórios equipados com máquinas de realidade virtual, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa.

Graças a um programa de computador, é possível simular situações desencadeadoras dos mais variados tipos de fobia. Com óculos de três dimensões e fones de ouvido, o paciente é levado a interagir com personagens, objetos e cenários gerados tridimensionalmente – pode ser o interior de um avião, um elevador em pane ou o topo de um arranha-céu. O objetivo é fazer com que o paciente se sinta o mais próximo possível da realidade. Nesse universo em 3D, o estímulo é gradual e controlado. Se a situação for demasiadamente aflitiva, o próprio paciente pode suspender a simulação. Estudos mostram que a eficácia terapêutica da realidade virtual é similar à da exposição real.

FOBIA
A fobia é uma espécie de medo acentuado, excessivo, desmedido, na presença ou previsão de encontro com o objeto ou situação que causa ansiedade, num grau elevadíssimo. Como por exemplo, no caso do dirigir, em que só pensando em fazê-lo a pessoa já se sente ansiosa, mesmo longe do carro; ou no caso de uma reunião em que a pessoa precisará se expor, ela arranja uma desculpa e não vai, para não se expor, para não participar, não como estratégia de ação, mas por medo exarcebado.



 LIGAÇÃO E COMPORTAMENTO

As fobias infantis, assim como as do adulto, estão ligadas a um temor injustificado e não racional de objetos, seres ou situações, cuja falta de lógica é reconhecida pelo indivíduo, mas o domina repetidamente. Tem como conseqüência uma inibição no campo da ação e, quase sempre, no campo da representação.


Quando a pessoa se defronta com o objeto que lhe causa fobia, ela pode apresentar intensas reações de medo com alterações neuro-vegetativas associadas a um estado de tensão. Utiliza mecanismos que procuram evitar o objeto, gerando uma limitação do seu campo de ação por meio de subterfúgios de prevenção. Estes subterfúgios visam aniquilar o objeto que causa fobia. Quando não se pode evitar o agente causador da fobia, reage-se com fuga, o que aumenta a tensão e ainda pode aumentar a fixação fobogênica, bem como o temor de futuras situações equivalentes. A fobia infantil muitas vezes passa despercebida, porque a criança, por uma atitude de superioridade ou de esquiva, oculta seus temores afirmando que não é uma vítima ( "não tenho medo de nada"), ou por uma desvalorização defensiva dos objetos considerados perigosos ("as bruxas e os fantasmas não existem").




 DIAGNÓSTICO DA FOBIA

O diagnóstico é apropriado quando a pessoa começa a se esquivar o tempo todo em relação ao objeto fóbico, ou quando ocorre ansiedade antecipatória ante a possibilidade de chegar perto do objeto, chegando a afetar a sua rotina diária e social. A fobia é vista como uma forma especial de medo; ela apresenta as seguintes caraterísticas na seguinte ordem: desproporção entre a emoção e a situação que a provoca; medo sem explicação razoável; ausência de controle voluntário; tendência à evitação dessa situação. Atualmente, a DSM-IV (American Psychiatric Association, 1994) caracteriza a fobia em subtipos:

Fobias específicas FE
S ão medos intensos, restritos a situações estimuladoras específicas (animais, fenômenos da natureza, andar de avião ou similares, dentista, hospitais). A situação desencadeadora pode ser despertada por diversas etiologias, inclusive por um ataque de pânico (medo paralisante) com ou sem agorafobias (situações específicas relacionadas ao pânico, como túneis, meios de transporte, filas, salas cheias entre outras);

Fobias sociais ou generalizadas FSG
Trata-se marcantemente de comportamentos evitativos de situações sociais; elas implicam a aprovação do grupo. Ao evitar tais situações, a pessoa fica privada profissional, acadêmica, social e, ou, sexualmente. Esse medo é relacionado a situações de exposição pública ou de interação social.

Fobia social circunscrita FSC
Acontece quando o indivíduo apresenta temor apenas de uma situação pública de desempenho de interação social (como medo de dirigir, de escrever, de escola, de falar em público).

A DSM-IV propõe uma lista de comportamentos que facilitam a identificação em um diagnóstico de quadro fóbico. Tal lista prevê: medo persistente de estímulo limitado (exceção ao ataque de pânico) ou de situação social generalizada; exposição ao estímulo fóbico provoca intensa ansiedade; o objeto fóbico é evitado; reconhecimento da irracionalidade do medo; medo e/ou a evitação interferem na rotina normal; medo não se relaciona a obsessões ou ao estresse pós-traumático.



FOBIAS MAIS FREQUENTES EM ADULTOS E SEUS INDICATIVOS

Constam: Fobia social (entre elas a Fobia de dirigir); fobia de lugares fechados (claustrofobia); fobia de lugares altos (acrofobia); fobia de lugares abertos (agorafobia); fobia de perfurações da pele; fobia de doenças; fobia de escuro; fobia de tempestade; fobia de animais e insetos; fobias alimentares; fobia escolar e fobia de andar de avião.

Fobia social

A origem biológica e cultural dessa fobia confunde-se com a idade do homem sobre a Terra. Quando o ser humano deixou de ser solitário e começou a viver em grupos, passou a depender da opinião dos outros indivíduos. Então ficou sujeito à aprovação ou desaprovação, que lhe permitia ou não agregar-se ao grupo e por ele ser defendido, alimentado, amado. A crença de que nossa sobrevivência depende do outro ficou marcada no inconsciente coletivo e continuamos a responder a essa crença com atitudes de submissão e tentativa de controle para sermos aceitos pelo grupo.
Esse medo tem como característica evitar se expor a críticas alheias aquilo que a pessoa estiver fazendo, como: dirigir, falar, cantar, a sensação relatada pelas pessoas com este medo é de que se sentiriam inadequadas, que não conseguiriam atingir uma alta performance estabelecida por elas próprias. É como se todos as avaliassem o tempo todo, quando, na verdade, são eles próprios seus mais exigentes juizes. Com medo do julgamento, passam a evitar a situação em que poderiam sofrer a tal crítica, embora, na prática, seja pouco provável que isto fosse, de fato, ocorrer. Falcone (1995) propõe algumas características específicas da fobia social generalizada: é mais freqüente em homens; costuma aparecer por volta da adolescência, acontece em contextos onde a dominância é incerta e há pressão pela boa performance e onde o indivíduo se ressente da crítica negativa.


O cliente cita episódios de perdas sociais onde este deixou de exercer seus direitos e sofreu, prejuízos profissionais e pessoais. São, normalmente, pessoas com baixa auto-estima e baixa auto-confiança em suas habilidades assertivas. Têm alto padrão de comportamentos evitativos de situações onde se vejam em confronto com aquilo que julgam como seus "defeitos" ou como dizem: suas incapacidades.Estes comportamentos podem ir desde respostas autonômicas como rubor facial ou de colo, tremores nas pernas, enxaquecas ou dores musculares causadas por tensão até situações mais graves em termos de perdas do controle de sua sociabilidade, tais como perder empregos ou sofrer reprovações escolares por não conseguir expor ou defender seus pontos de vista ou sua competência profissional. Muitas vezes é sua gama de relações pessoais que sofre dano. Muitos chegam contando perdas de oportunidade de relacionamentos afetivos importantes como amizades ou casamentos, tudo por não conseguirem "abrir" sua "alma". Algumas pessoas preferem ficar só a se expor ao julgamento alheio. Algumas síndromes, como as do escrivão, são subclasses desta fobia. Fica impossível para a pessoa escrever sob a vista de outras pessoas. São freqüentes os casos de alunos de graduação e de pós-graduação a procurarem por essa queixa. Mais grave ainda quando devem expor oralmente suas opiniões e conhecimentos. Desistem! Assemelha-se, então, à fobia escolar. Todo esse quadro é variável de indivíduo para individuo e de caso para caso. Aparecem alterações nos três sistemas de respostas humanas e que podem ser observadas:

Cognição: a pessoa parece provocar, involuntariamente, aquilo que ela mais teme. Apresenta uma reação aparentemente paradoxal, pois avalia as próprias expectativas interpessoais baseado-se em crenças irracionais que dão base a "profecias auto-realizadoras".
Outro padrão cognitivo deficiente é o pensamento auto-referente negativo, que compromete a espontaneidade com a motivação de "bem impressionar"; sua atenção é autofocada até mesmo nas reações fisiológicas.

Fisiologia: taquicardia, espasmos musculares, sudorese, tremor e rubor, distúrbios gastrointestinais, dores de cabeça e lombares ...

Comportamento evitativo: a vida social fica impedida, e o déficit em habilidades sociais parece comum entre os fóbicos. As respostas evolucionárias benéficas para o homem primitivo (como correr de animais ferozes e para isso necessitava um alto grau de tensão muscular) reaparecem no homem atual, provocando uma tensão muscular desnecessária que torna seus movimentos para escrita ou direção, por exemplo, distorcidos e disfuncionais.

A origem de tais distúrbios é um somatório de fatores genéticos, histórico-pessoais e da cultura na qual o cliente se desenvolveu. Então, o tratamento das fobias requer que o cliente esteja motivado para eliminar o comportamento fóbico, mesmo que isso signifique certo grau de custo energético no processo. O primeiro passo, sem dúvida, é uma análise funcional adequada e, depois, uma adaptação do método escolhido ao cliente em questão. Como um exemplo dessa fobia pode ser descrita a fobia de dirigir, embora esta se classifique melhor como social circunscrita.


Fobia de dirigir

Normalmente pessoas capazes são as mais atingidas, pois são pessoas extremamente responsáveis.Quando assumem um compromisso, dão conta dele e por isso, são consideradas pelos demais como confiáveis, organizadas, detalhistas, sensíveis e inteligentes. Preocupam-se com os outros, com os problemas dos outros e procuram não machucá-los.Porém não gostam de críticas. A crítica alheia pode magoá-las, irritá-las. Não admitem errar. Oito de cada 10 pessoas que procuram ajuda terapêutica para tratamento da fobia de dirigir já têm carteira de habilitação, mas deixam o carro na garagem. O público feminino é o mais atingido, mas há homens que também apresentam essa fobia. Homens ou mulheres quem têm fobia, normalmente, diante de situações de enfrentamento do objeto fóbico, manifestam comportamentos como: dormir mal à noite; ter tremedeira nas pernas; transpirar excessivamente; taquicardia; achar que a situação o domina; sentir-se intruso como setivesse que sair logo daquele lugar. O perfil psicológico do fóbico, foi construído por meio de pesquisa realizada com clientes do Cpem -Centro de Psicologia Especializado em Medos (de 1997 a 2003, Marilza Mestre foi sócia de Neuza Corassa, com a qual fundou o referido centro de tratamento e pesquisa dos medos e fobias - atualmente Neuza Corassa continua com o CPPEM).O resultado foi a construção de um perfil psicológico do fóbico, por comparação entre a fobia de dirigir e de outros tipos de fobias e esse apresenta-se assim:


Medo de dirigir: Muito competentes; excesso de responsabilidade; detalhistas; necessidade de controlar; excessiva importância ao olhar do outro; dificuldade de receber críticas; organizadas críticos; sensíveis aos sentimentos; inteligentes; elevada consciência social.

Outras fobias: competentes; responsáveis; tendem a ser detalhistas; necessidade de controlar; importância ao olhar do outro; dificuldade de receber críticas; organizadas; críticos; sensíveis aos sentimentos; inteligentes; consciência social

NB: Mais informações podem ser encontradas no livro Vença o medo de dirigir, de Neuza Corassa, ou na coleção Sobre Comportamento e Cognição - nas referências desse site.

Fobia de lugares fechados

O principal temor, aqui, é de ficar preso e não conseguir sair do local. Entre os objetos mais comuns desse tipo de fobia estão os elevadores e túneis. A pessoa geralmente teme que uma falha mecânica a deixe presa por horas dentro de um cubículo, o que acarreta verdadeiro pavor. Um dos pensamentos mais comuns é o de ficar preso no elevador e o ar esgotar, apesar de todo elevador dispor de um sistema de ventilação especialmente elaborado para esse tipo de ocorrência. Entretanto, outros objetos e locais podem delinear o quadro da claustrofobia, como cabines telefônicas, escadarias de prédios (medo de ficar preso entre portas corta-fogo), banheiro, bancos com portas que travam e transportes coletivos. Essa fobia, às vezes, coexiste com a agorafobia.

Fobia de lugares altos
É um medo comum e, até certo ponto, compreensível. Estar próximo de um precipício pode acarretar medo de escorregar e despencar. É normal, já que se trata de um perigo real, diferente do medo de ficar, por exemplo, trancado em um banheiro. O medo, no entanto, torna-se irracional quando ocorre diante do simples fato de a pessoa se dirigir em direção a uma janela de um prédio, ou de estar em locais altos que são protegidos por grades ou vidros espessos, como os edifícios com vista panorâmica. As pessoas com fobia de altura, ou acrofobia, reagem com medo nessas situações, não conseguem olhar para baixo, sentem vertigem. As situações geradoras de medo são bastante variáveis e vão de mezaninos de teatros, passando por escadas, escadas rolantes, ladeiras, até o topo de edifícios bem altos. É comum que os portadores de acrofobia apresentem medo de perder o controle e de se jogarem do local em que se encontram. Também é comum terem a sensação de estar sendo "puxados" para baixo. Isso ocorre mesmo com a presença de anteparos protetores. Para essas pessoas fica impensável fazer, por exemplo, um exame de ressonância magnética, em que teria que ficar uma ou duas horas "presa no tubo" de exame.

Fobia de lugares abertos
É o medo de espaços abertos, mas também de lugares onde haja dificuldades de escape fácil e imediato para um local seguro.É como se o homem de hoje lembrasse do homem primitivo, que, com pouco instrumental, só podia contar com seu próprio corpo para sobreviver na selva. Quando se vê diante de um espaço aberto, o homem, movido pelas "lembranças" de perigo que a espécie humana enfrentou, não avalia o perigo real à sua frente, mas o perigo imaginário, motivado por aquelas "lembranças". Além disso, estar num local aberto é sinônimo de estar exposto à observação alheia, daquele que pode nos observar sem ser visto, e isso amedronta.


Fobia de perfurações na pele

Consiste no medo de qualquer coisa que perfure a pele e pode ser subdividida em dois grupos:


Fobia de injeções:
Esse medo tem origem biológica, nascida da seleção natural, que fez com que todos os seres humanos inatamente sentissem aversão a qualquer perfuração da capa dérmica (pele). Se perfurada e não tratada, as chances de infecção e, portanto, a entrada de microrganismos seriam altíssimas, e isso poderia levar à morte e, ou, a lesão de funções vitais ao homem. Culturalmente, perfurações da pele estão associadas a situações de doença e dor (às vezes, à morte). Embora sejam exatamente as perfurações por injeção que permitem a cura, o que fica gravado é o condicionamento às situações aversivas, e então injeções tornam-se também aversivas. A par desse fator cultural some-se o fato de que é necessária uma dose de submissão de confiança na pessoa que aplica a medicação de entrega. E o ser humano aprendeu a desconfiar "do outro". Entregar-se a um tratamento parece-lhe sinônimo de ser "fraco", e ele reluta com isso.

Fobia de dentista:

Sabe-se que a maioria das pessoas tem um leve receio de ir ao dentista.
Uma pequena porcentagem, no entanto, tem verdadeiro pavor, apresentando, inclusive, ataques de pânico na cadeira do dentista. A conseqüência mais séria que advém para essas pessoas é a deterioração dos dentes. Às vezes, com sérias complicações, envolvendo comprometimento de canais e doenças das gengivas. Os maiores temores relacionam-se com a anestesia e a ação da broca (motor). O medo parece aumentar a sensação subjetiva de dor. Além disso, as pessoas parecem esperar sempre por um desconforto muito maior que aquele de fato produzido. Para algumas pessoas, a visão da roupa branca do dentista é terrível, e se ele usar um jaleco ou camisa de outra cor, a ansiedade decresce. A fobia de dentista está freqüentemente associada à fobia de sangue. Alguns pacientes chegam a desmaiar na cadeira. Uma boa comunicação e empatia com o dentista ajudam muito, sobretudo se o profissional entender e respeitar o medo. É importante que o dentista explique de forma detalhada os procedimentos que serão realizados e o grau de desconforto e dor que de fato o correrão. Combinações de sinais previamente estabelecidos, como erguer a mão ao primeiro sinal de dor, podem minimizar o problema. A familiarização com o consultório pode ajudar na habituação. A observação de outras pessoas sendo tratadas, recebendo anestesia e sendo submetidas à ação do motor funciona como um modelo positivo, na linha do "não deve ser tão terrível assim". Isso tem se mostrado útil em crianças, que, antes de serem submetidas a um tratamento dentário, brincam no consultório do dentista, para facilitarem o contato e o trabalho, dando um colorido lúdico ao tratamento. É válido também para adultos o processo da modelagem passo a passo.

Fobia de doenças

O que caracteriza essa modalidade de fobia é o medo exagerado de estar com alguma doença - como câncer, AIDS, alguma doença cardíaca - e de, conseqüentemente, morrer dessa doença. As pessoas portadoras desse tipo de fobia evitam ler ou assistir a programas na TV que tratem do assunto. Evitam entrar em hospitais e até mesmo conversas cujo tema gire em torno de doenças ou de pessoas que estejam doentes. Constantemente se examinam, observando o aspecto da sua língua, coloração dos olhos ou apalpam seu corpo à procura de algo errado. Marcam consultas freqüentes com médicos, geralmente clínicos gerais, para reassegurarem-se de que não há nada grave. É diferente de hipocondria, pois, nesta, o medo é difuso e envolve diversas doenças.


Fobia de escuro

O medo da escuridão pode ser normal em certas circunstâncias, sobretudo se você estiver em um local desconhecido. Entretanto, ter medo de ficar no escuro dentro de sua própria casa é um medo irracional, configurando-se, assim, uma fobia. Geralmente, o medo é de abrir os olhos no escuro e ver "algo" ligado ao sobrenatural. Às vezes, o escuro está ligado à morte e, portanto, ao desconhecido ou ao conhecido imaginado.


Fobia de tempestade

Chuva, trovões e raios, quando chega o verão, aumentam a ansiedade das pessoas que têm verdadeiro pavor de tempestades. Algumas delas não saem de casa sem antes consultar a previsão do tempo. O problema leva a uma série de limitações na vida pessoal e profissional dessas pessoas em razão da esquiva, que é proeminente. Se estiver chovendo, dificilmente se aventuram a sair de casa. Há pessoas que, durante uma tempestade, fecham-se em armários e só se atrevem a sair depois que cessa o fenômeno. Algumas permanecem junto com seus cães de estimação que, como é sabido, também são excessivamente sensíveis aos ruídos de trovões e fogos de artifício. Outras se cobrem para se sentirem mais protegidas.Tal fobia, ao contrário do que se possa pensar, é bastante freqüente. Não se trata do medo natural que todos temos das intempéries e desgovernos da natureza, que, mesmo existindo, não impedem a vida social. Nestes casos, a pessoa vai se recluindo em sua residência até o ponto máximo, em que chega a ficar "presa" à própria cama. Muitas vezes são as pessoas erroneamente diagnosticadas como depressivas (claro que também haverá frustração e, portanto, depressão nestes casos). No entanto, trata-se de esquiva operante. As pessoas deste quadro tendem a buscar, solicitar e requisitar que alguns de seus familiares assumam função de cuidadores de si ao menor sinal de chuva. O paradoxo é que no início do problema, ao invés de ficarem protegidas dentro de casa, elas saem para a rua, via de regra em busca de suas figuras de apoio. Com o passar do tempo, são essas figuras que começam a vir aos seus encontros. A modelagem está feita. Instalou-se a dependência e, por meio dela, o controle que a pessoa inconscientemente pensa ter sobre o pseudoperigo, a chuva e suas manifestações, como as nuvens negras que trazem o raio e o trovão.


Fobia de animais ou insetos

Em relação aos animais, pode haver um grande número de fobias, que vão dos insetos a animais de porte maior. O que é mais comumente observado, contudo, são as fobias de insetos (baratas, abelhas, vespas, borboletas, mariposas, traças); existe com bastante freqüência fobia de aranhas, cobras, pássaros, cães, gatos, sapos e ratos, embora animais menos típicos, como as lagartixas, também possam ser objetos de fobias. Parece compreensível ter medo de cães, mas as pessoas não entendem, por exemplo, um escândalo por medo de borboleta. Um inseto é inúmeras vezes menor do que um ser humano, portanto não apresentaria ameaça nenhuma. Neste mesmo prisma está a fobia da barata e do rato.

Fobias alimentares

Há dois tipos de fobia alimentar. No primeiro, a pessoa tem medo de engasgar com o alimento, o que a leva a fazer uso somente de líquidos ou alimentos sob a forma de papa, preparados no liqüidificador. A perda de peso é um dos sintomas mais pronunciados e é causada pelos hábitos alimentares típicos dos portadores desse tipo de fobia. A pessoa sente que sua boca e garganta estão excessivamente secas, e que o alimento sólido pode ficar entalado. E, ao sentir-se ansiosa, a respiração fica alterada, complicando ainda mais o quadro.No segundo tipo, o que ocorre é uma espécie de aversão a algum tipo específico de alimento, acarretando náusea e, às vezes, vômito. Neste caso muitas vezes o diagnóstico pode vir rotulado como anorexia ou bulimia e, no entanto, tratar-se de fobia à alimentação. Além disso muitas pessoas evitam comer em locais públicos. Neste caso, há também uma situação de fobia social, pois o que mais a incomoda é parecer que tem alguém observando-a.

Fobia escolar

A fobia escolar é uma síndrome conhecida e que costuma aparecer, principalmente, em meninos (entre seis e dez anos). Mas pode ocorrer também acima ou abaixo dessa idade e, eventualmente, aparece em meninas. Caracteriza-se como evitação de ir à escola e uso de subterfúgios para escapar de tal situação. Não se trata de má vontade ou "malandragem", pois a criança sofre muito, quer indo forçada para a escola, quer deixando de ir. Nem sempre ocorreu algum fato que justificasse o medo. Encontramos na história dessas crianças fatos subliminares que a remetem a situações onde ela teme perder figuras de apoio. As crianças também são vítimas do estresse da vida moderna, e nelas esse estresse aparece em forma de fobia escolar, de ladrões, de violência, de que os pais se separem e, não raro, do sobrenatural. Há adultos que também padecem desse sofrimento. E, normalmente, aparece coexistindo com a fobia social.

Fobia de andar de avião

Aumenta a cada dia o número de pessoas que precisam voar, sobretudo por motivos profissionais. Conseqüentemente, o número de pessoas que procuram tratamento para esse tipo de fobia também tem crescido. Há pessoas que recusam empregos por temerem viajar de avião. O medo não está relacionado a um único aspecto e inclui o medo de acidente, de ficar fechado, de altura, de instabilidade e de perder o controle.
À fobia de andar de avião associa-se o medo de não se dar tempo de ser feliz. Por exemplo:1) a pessoa portadora desta fobia muitas vezes tem filhos pequenos e quer vê-los crescer. Ou, eventualmente, mantém um relacionamento ruim com seu parceiro, mas adia a solução do problema. No entanto, a solução seria a possibilidade da felicidade. Na sua imaginação, se ela entrar num avião e este cair, ela terá perdido a chance de ser feliz, porque ainda não resolveu os seus problemas, seus filhos não cresceram, ainda não fez tudo o que queria nem amou como pretendia. É bom lembrar que pessoas com fobia de andar de avião têm necessidade de que o controle da situação esteja com elas. No caso do avião, é impossível. Se acontecer alguma falha no aparelho, elas não poderão fazer nada. Lembrando que o perfil psicológico das pessoas portadoras de fobia é o de pessoas que são, em geral, competentes, detalhistas, inteligentes, organizadas, responsáveis e críticas em relação a si e aos outros e que, claro, têm enorme necessidade de controle social.

TRATAMENTO

Quando a pessoa perceber que a sua vida está ficando limitada e a dificuldade está interferindo nas outras áreas de sua vida, é hora de buscar ajuda. Algumas fobias não terão necessidade de ser tratadas (por exemplo, se a pessoa tem fobia de cobras, mas mora na cidade, poderá conviver com este fato sem maiores problemas). Nunca se deve esquecer que no tratamento cada caso é um caso.